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UM DOS MELHORES PALCOS SONOROS Cd de Referência Jorge Knirsch Introdução Iniciamos uma nova série de artigos, que tem por objetivo apresentar os cd’s que uso para meus testes e minhas audições. Muitos já me pediram que os indicasse e comentasse, inclusive algumas lojas. Assim, iniciamos hoje este intento. Porém, preciso salientar aqui algumas premissas muito importantes a respeito da sala de reprodução e da instalação elétrica desta sala onde serão ouvidos os cd's, pois há vários fatores que interferem na audição. Vejam o artigo “Dicas Gerais - Parte 1”. Como vocês já devem ter se inteirado, em meus artigos, a influência da sala de audição é marcante, pois ela é responsável por mais da metade do resultado acústico da reprodução sonora. Toda sala tem alguns parâmetros muito importantes, sendo os principais: volume, forma e superfícies.
Como já vimos, em outras oportunidades, o volume
da sala é considerado pequeno quando estiver abaixo de 100m3, como é o caso do nosso
Laboratório de Acústica e Áudio. É considerado médio quando estiver
entre 100 e 200m3 e, acima deste maior valor, as salas são reputadas grandes. As superfícies das paredes dizem respeito ao tratamento acústico. De acordo com a acústica, as salas podem ser divididas em três grandes categorias: salas vivas, salas mortas e salas secas. Chamamos de salas vivas todas as salas, independentemente de seu volume, que possuem um tempo de reverberação acima de 1s em todas as freqüências do espectro de audição humana. Salas secas são as que possuem um tempo de reverberação abaixo de 1s em todo o espectro de freqüências. E as salas mortas, também chamadas de salas surdas, são um misto das duas salas anteriores, ou seja, são as que possuem o espectro das freqüências graves (20 a 160Hz) como as vivas, acima de 1s, com graves retumbando em várias freqüências, e as freqüências médias (160Hz a 1300Hz) e agudas (acima de 1300Hz) como as salas secas, com tempo de reverberação abaixo de 1s. Estas salas mortas são as mais comuns entre os ouvintes e audiófilos, de forma geral, em todo o mundo. O conhecimento técnico necessário para o tratamento dos graves é muito específico e pouco conhecido por engenheiros e arquitetos, inclusive pelos profissionais da própria área de acústica. Por este motivo, a maioria das nossas salas de audição não possui tratamento acústico para os graves. Caso você deseje mais informações sobre acústica de ambientes, há vários artigos no nosso site e também um resumo intitulado “Dicas Gerais - Acústica - Parte 2”.
Voltando ao assunto dos cd's,
eles foram testados no nosso LAA, que é uma sala pequena, paralelepípeda e seca, enquadrada dentro da proposta de norma IEC60268-13.
Com esta sala, dentro destas características, procuramos minimizar os seus
efeitos sobre o resultado sonoro final, de forma a possibilitar identificar o
que realmente foi gravado. Se
a sua sala de audição tiver pelo menos uma característica diferente das enumeradas
acima, a
audição dos cd´s também será diferente da descrita nesta série de
artigos. Isto lhe permitirá constatar e identificar diferenças auditivas, em
relação ao que estaremos mencionando, em grande parte, em função da
característica diferente da sua sala.
O segundo aspecto muito importante, em uma
audição, é o tratamento elétrico para a alimentação dos equipamentos de áudio e
vídeo. A redução da sujeira (harmônicos) da energia elétrica é que permite a criação
do palco sonoro. O peso da influência da elétrica, em uma audição, gira aproximadamente
em torno de um terço do resultado. Escrevemos um artigo intitulado: “Dicas
Gerais - Elétrica - Parte 3” que poderão
Agora, em terceiro lugar, vêm os equipamentos de
áudio, onde os cabos também estão incluídos. Com exceção do cd-player, que
é um Accuphase DP-67 e das caixas acústicas, que são as Paragon
Jubilee-Jem, o restante dos nossos equipamentos são de produção da By Knirsch.
Os cabos de interconexão entre cd-player e pré-amplificador são os nossos
TOP Wonder Plus XLR, muito neutros e com excepcional
dinâmica. O pré-amplificador é o Excel II com Mos FET’s, com
baixíssima distorção harmônica de 20 a 20KHz. Entre o pré e os powers
monoblocos, usamos os cabos de interconexão TOP Wonder Plus XLR em
ligação CAST (Current Áudio Signal Transmission, marca registrada
da Krell) em impedância casada de 100 Ohms. Os powers são os Millenium,
amplificadores em classe A de 75W e cada monobloco pesa em torno de 63kg. É
um amplificador que possibilita uma pureza admirável no som. Vamos iniciar, no ano que vem, uma
montagem para a produção tanto do pré-amplificador Excel II como
dos powers Millenium. Esta produção será feita somente sob encomenda.
Os aparelhos poderão ser vistos e conferidos no nosso LAA. O projetista
destes amplificadores é o famoso Erno Borbely, sediado hoje na Alemanha,
que projetou o primeiro amplificador mundial a MosFET’s da história, o DH-200,
quando trabalhava juntamente com a David Hafler Co, nos Estados Unidos.
Estes
equipamentos e cabos são de primeira
linha, com um excelente resultado sonoro. É importante esclarecer aqui todos estes aspectos
da reprodução sonora, pois influenciam de forma marcante nas análises subjetivas da
percepção musical. A respeito de equipamentos vejam o artigo “Dicas
Gerais - Equipamentos - Parte 4”
Outro aspecto considerável para o resultado
sonoro é a mídia
gravada, ou seja, os cd's em si. Infelizmente, contrário do que a maioria pensa,
a qualidade dos cd's é, de forma geral, muito ruim. Imaginem, constatamos
que existem diferenças entre lotes diferentes de prensagem
Por estes motivos, poucos cd's nacionais
entrarão nesta lista e cópias
feitas em computadores não serão aqui analisadas devido à sua baixa
qualidade sonora.
O PALCO SONORO
O fator que mais influencia a criação do palco sonoro na
reprodução é, sem
dúvida alguma, a limpeza da sujeira da rede elétrica. A supressão dos harmônicos
da energia elétrica permite a criação do palco sonoro. Em outras palavras, a
retirada dos harmônicos, da energia, permite que o palco sonoro se crie entre as caixas,
tirando o acontecimento musical das próprias caixas (direita e esquerda) e armando-o entre
elas e atrás delas, como se ali houvesse um palco virtual. Inclusive, este é
um teste definitivo para se identificar um bom condicionador de energia: os que criam o
palco sonoro é que são os melhores.
O próximo fator mais importante é a acústica da sala, com a
posição correta das caixas acústicas, nesse espaço, o que irá contribuir de forma muito marcante
para a
formação do palco sonoro. A identificação da melhor posição para as caixas acústicas
(sempre afastadas
das paredes traseira e laterais), pode ser conseguida através de várias tentativas e erros, como
muitos advogam, porém, pode ser sim, fruto de um cálculo baseado nas três dimensões da sala,
o que permite atenuar as ondas estacionárias mais atuantes, com melhor resultado
sonoro.
Outro aspecto importante, mas que foge ao nosso campo de
atuação, como ouvintes, deve ser considerado na gravação de um cd. Na maioria dos
casos, o palco sonoro dos
O palco sonoro, que é um parâmetro da percepção musical, após
o equilíbrio tonal e a resolução do sistema, divide-se em vários critérios muito
importantes, que são:
A Imagem, que é constituída da focagem e do recorte;
Profundidade, onde se inclui os planos sonoros;
Altura;
Largura, onde se inclui a lateralidade;
Ambiência, Espacialidade
A imagem é constituída da focagem e do recorte. A
focagem diz
respeito ao tamanho virtual do objeto no espaço, por exemplo, o tamanho da voz
humana, o tamanho do violão sendo tocado em um cd um pouco para a
direita, ou então do tamanho do trompete, um pouco a esquerda. Quanto menor e
bem localizado é a focagem de um instrumento ou de outro objeto musical, melhor
é o palco sonoro! Objetos musicais grandes no palco sonoro, fazem a focagem da
imagem ser grande de forma que o palco sonoro tende a ficar como falamos
"chapado", sem profundidade.
O recorte diz respeito ao contorno da imagem. Quanto melhor
delimitada a imagem, melhor é o recorte e mais separados ficam os objetos
musicais uns dos outros. Quando a resolução de um sistema não é alta, o recorte
fica prejudicado de forma que a imagem de um objeto pode invadir o espaço de outro. Um
bom recorte define bem a localização espacial do objeto musical permitindo,
quando existir, o aparecimento da ambiência e da espacialidade, dos quais
falaremos mais adiante.
Estes dois parâmetros, a focagem e o recorte então, permitem
a definição da imagem de um objeto musical dentro de um palco sonoro.
A profundidade do palco sonoro diz respeito a
distância virtual em que podemos ouvir os instrumentos, vozes e objetos musicais
posicionados para trás das caixas frontais, distanciados em diversos níveis de
profundidades. Assim cria-se como nós chamamos os vários planos sonoros dos
objetos musicais. Este aspecto depende além da parte da filtragem das impurezas
da energia elétrica, também do tratamento acústico, principalmente da parede
atrás das caixas onde recomendamos dar preferência ao uso de um sistema de
absorção de banda larga. Outro aspecto importante é o correto posicionamento das
caixas acústicas frontais, que, de forma geral devem ficar, dependendo do
tamanho da sala, entre 0,80m e 1,50m de distância da parede traseira. O
posicionamento correto é calculado a partir das dimensões da sala, procurando otimizar a
distribuição modal. Quando a profundidade do palco sonoro é muito grande, em vários
cd´s, pode ser um indicativo de que o equilíbrio tonal nas altas freqüências
A altura é também um item importante
A largura do palco sonoro é outro item muito
importante e difícil de se conseguir. Diz respeito a distribuição horizontal dos
instrumentos e objetos musicais entre as caixas acústicas frontais e
A ambiência diz respeito a você perceber o local onde foi
gravado o instrumento ou a voz. Tem relação com o tempo de reverberação do local
onde foi gravado, ou do reverb introduzido na mixagem, ou então, da
captação dos microfones de ambiência também colocados no cd na mixagem. A
gravação tendo boa ambiência lhe dará uma noção de espaço do evento
musical, que chamamos de espacialidade. Estes parâmetros além do
tratamento da elétrica e da acústica da sua sala dependem também do nível de resolução do
sistema eletrônico.
Apresentamo-lhes uma idéia do que vem a ser um palco sonoro
de forma resumida e vamos agora para o primeiro exemplo.
Local
: Concert Hall A, SUNY Purchase NY
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