Número 72
Mídia Gravada
Humberto
Santilli
humbertosantilli@uol.com.br
O que é Compressão? - 3ª.
Parte
A Compressão de Dados
Após os
Audiophile News
66 e
Audiophile News 69, muitos
leitores nos escreveram citando a existência de outros tipos de
compressão de arquivos de áudio, como os arquivos .flac,
.alac e .wmal, por isso vamos estender o tema
aqui.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Este novo tipo de arquivo de áudio comprimido faz uso de um
modelo de compressão chamado lossless, ou seja, sem perda.
É um tipo
de compressão que garante a precisão bit por bit, quando o arquivo é
descompactado para seu formato original em .wav, servindo
então como uma forma de armazenamento fiel que ocupa menos
espaço. Na hora da execução deste arquivo, por um player,
os arquivos lossless são descomprimidos em tempo real,
por um codec que executa o áudio original sem compressão.
Além da vantagem do menor espaço ocupado, os arquivos .flac,
.alac (lossless da Apple) e .wmal (lossless
da Microsoft) têm a vantagem de suportarem a adição de
tags, com informações detalhadas do arquivo, ou metadata,
suporte que os arquivos .wav não têm.
Em comprovações práticas, os arquivos lossless realmente
provaram que são capazes de manter toda a informação do arquivo
original, sem perda, quando descompactados para .wav.
A
polêmica fica na hora da execução deste tipo de arquivo, quando
ocorre a descompressão em tempo real, onde muitos engenheiros, audiófilos, entusiastas,
profissionais de áudio e leigos afirmam sentir perda sonora na
comparação com o arquivo sem compressão. Perdas são comumente relatadas, mesmo que por vezes sutis,
como perda de agudos extremos,
ou “ar”, perda de detalhamento no grave e, por vezes, perda do
palco sonoro. Algo de errado pode acontecer nesta descompressão
em tempo real, inclusive existem algumas teorias para explicar
esse possível erro. No entanto, há também os que afirmam que isso é apenas
um fenômeno psicoacústico, enganando os ouvintes que sabem que estão
comparando um arquivo original versus um comprimido.
O fato é que, profissionalmente falando, no trabalho com áudio
digital em estúdio, não se leva em conta o uso de arquivos
comprimidos, sejam eles de que tipo for, para não afetar de
maneira alguma a qualidade do áudio. Os arquivos do tipo
lossless são uma tecnologia de compressão relativamente
nova, que passou a ser comum a pouco tempo e, a partir do
momento em que muitos dizem que há alguma perda (geralmente perda de “ar”)
na execução em tempo real, mesmo que ainda não tenhamos uma
explicação comprovada para esta perda, este tipo de compressão
deixa de ser confiável no quesito qualidade sonora e na fidelidade
garantida do áudio original.
No começo do áudio digital, este tipo de embate já acontecia em
fóruns, onde muitos clamavam ser impossível que houvesse
diferenças na execução ou conversão de um áudio digital em
diferentes equipamentos, por se tratar de números exatos,
“afinal digital é digital”, diziam. Alguns anos depois, foi
identificada a existência do famigerado jitter, pequenas
diferenças na freqüência do clock dos conversores DAC e
ADC, que, finalmente, veio a explicar a diferença que muitos ouvem na
execução do áudio digital em diferentes aparelhos.
Em resumo, este tipo de arquivo tem suas vantagens, mas fica
aqui a mesma afirmação da edição do
Audiophile News 69 sobre este assunto: quem
espera qualidade máxima de áudio, opta pelo áudio sem compressão
de dados.
No próximo Audiophile News, vamos dar uma
sugestão de arquivo sem compressão, com suporte para metadata,
o .bwf.
A equipe do
Audiophile News lhes deseja um Feliz Natal, além de
muitas realizações audiófilas!
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