Número 466
Estudos da Absorção Lateral
Acústica
Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br
Introdução
O Flavio e eu
fizemos, nos últimos meses, estudos a respeito da absorção lateral (primeiras
reflexões laterais) em nossa sala de audição. Foram várias experiências
práticas, que nos levaram a algumas conclusões interessantes que não
esperávamos! É a respeito destas conclusões que queremos explanar a vocês.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
Todos os
direitos reservados
https://www.byknirsch.com.br
A Teoria de Acústica
Vamos começar relatando o
que já havíamos escrito a respeito deste assunto. Como vimos, no
Audiophile News 201, devemos sempre usar absorção nas laterais, assim
como atrás das caixas, no centro entre elas. No teto e na primeira reflexão, atrás do ouvinte,
poderemos ter tanto absorção como difusão, dependendo do tempo de reverberação
(RT em segundos) que desejarmos atingir. Para maiores esclarecimentos, releiam também o
Audiophile News 311.
As Novas Experiências
Vamos, agora, fazer um parênteses e um desafio a vocês. Coloquem uma absorção na parede,
atrás das caixas, bem no centro da distância entre elas, e também nas paredes laterais. Atrás das caixas, a absorção deverá ser na parede,
em frente do ouvinte, na altura do ouvido desse ouvinte. Não coloquem atrás de cada caixa
acústica, onde não estão as primeiras reflexões das caixas. Não usem, exatamente atrás das caixas,
nem
difusão, nem absorção, equívoco muito comum que muitos
cometem em suas salas! Nas paredes laterais, os locais onde ocorrem as primeiras
reflexões da caixa acústica, à direita e à esquerda, precisam ser determinados com
o auxílio de um
espelho de cada lado.
Estas absorções deverão ficar, de preferência, na altura do ouvido do ouvinte sentado. O objetivo
desse experimento é avaliar o resultado sonoro a ser obtido. Quando começamos,
usávamos placas de lã de rocha, ou de espuma,
mas as melhores são as de lã de vidro. Releiam também o
Audiophile News 235. Quem desejar, depois de avaliar o resultado sonoro,
poderá relatar os efeitos obtidos no WhatsApp do nosso grupo. A melhora, de forma geral, deverá ser
muito, muito grande! Algo que irá assustá-los muito!!
A absorção nas paredes
laterais envolve os graves, médios e agudos. (Vejam isso em
Parâmetros da Avaliação Musical). A grande questão será conseguirmos
detectar o quanto
deveremos absorver de cada uma destas faixas de freqüências.
Os graves são muito
difíceis de serem absorvidos, nestas posições laterais, pois suas ondas são de velocidade e não
de pressão. As ondas de
pressão dos graves
só se formam nos cantos da sala. Portanto, na lateral, não é possível absorver
graves.
A absorção dos médios poderá ser muito forte,
nestas posições, com grandes vantagens auditivas. A redução dos médios propicia
uma maior
resolução e pode criar um pequeno loudness que torna o som muito agradável de
se ouvir. A absorção dos médios também é conseguida com absorvedores de
membrana especialmente projetados para esta aplicação. Já, com relação aos agudos, é que são elas!! Aqui
está a grande dificuldade!!
Os agudos realmente são
bem difíceis de se acertar. Fizemos, neste sentido, duas experiências muito
interessantes. Fomos aos extremos. Fizemos absorção porosa em toda
área lateral e, depois, retiramos toda a absorção dos agudos. Os dois resultados não se
mostraram
equilibrados. Interessante isto! Eu defendia uma absorção total. Porém, o som não
nos agradou: os agudos ficaram muito abafados e o equilíbrio tonal ficou
prejudicado, mostrando falta de agudos. Por outro lado, o Flavio defendia que não
deveria haver
nenhuma absorção de agudos na lateral, e o resultado também não foi muito bom, nem
real. O som ficou gritado, perdeu palco e, com o desequilíbrio tonal criado, ficou muito difícil de entender
esse resultado
sonoro obtido. Assim, chegamos à conclusão de que a absorção
lateral deverá ser bem dosada, para permitir um equilíbrio tonal orgânico. Nem
muito intensa e nem sem absorção alguma. Somente treinando o ouvido, com muita música ao vivo,
poderemos achar
o melhor equilíbrio tonal. Finalmente, recolocamos parte da absorção porosa e o
resultado foi o melhor que já atingimos até agora. Ainda não está no ideal, pois
teremos que construir novos absorvedores porosos nas laterais, para otimizarmos
ainda mais o resultado sonoro e nos aproximarmos um pouco mais do
som natural ao vivo.
Convidamos a todos a ouvirem
os resultados atingidos no nosso
Laboratório de Acústica e Áudio e também encorajamos todos vocês a
realizarem essa experiência em suas salas e
a comentarem, no grupo, o que obtiveram!
PS.:
1. Com o grande sucesso dos workshops de Avaliação Musical, realizados neste
início de ano, iremos oferecer mais um curso, que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15
de setembro deste ano que, no momento, ainda tem 3 vagas. Este próximo workshop lhes permitirá avaliar seu sistema de som e
realizar correções técnicas, além de permitir, a cada participante, saber que
tipo de ouvinte é: sintético ou analítico! Cada curso tem vaga apenas para 4
participantes e a inscrição será por ordem de chegada. Acessem o
Audiophile News 438, para obterem maiores informações.
2. Estaremos também
realizando um outro curso, organizado pelos participantes, nos dias 30 e 31 de agosto
e 1° de setembro, mas este curso já está completo.
3. Abrimos o grupo do Audiophile News no WhatsApp. Caso desejem participar, informem seu
nome e número de
celular, que teremos prazer em acrescentá-los.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
Novo
powerline Audiófilo lf-120
Não desejando mais receber Audiophile News
responda a este e-mail com a palavra descadastrar.
|