Número 463
Mundo Analógico
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Como sempre digo, atualmente vivemos num mundo digital, onde praticamente tudo,
desde as imagens em alta resolução, os sistemas de streaming, as músicas
que escutamos no celular, ou seja, tudo é digital! Entretanto, cheguei à conclusão
que música, com reprodução de alta qualidade, tem que ser analógica. Digital se
presta para tudo, menos para escutar música!
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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A volta triunfante do vinil, que veio para o mercado fonográfico com força total,
com um número de vendas assumindo proporções astronômicas pelo mundo, superou até
mesmo o streaming. Tivemos também a volta dos gravadores de rolo, com o lançamento
de fitas pré gravadas em rolo e, por incrível que pareça, nos surpreendemos também
com a volta das fitas K7!
Uma empresa francesa, a Mulann, especializada na produção de fitas magnéticas,
voltou a produzir a fita K7, a partir de
novembro do ano passado, e passou a exportá-la, colaborando com o ressurgimento
desse formato.
Atualmente, já está exportando para 30 países!
Em uma era onde o consumo
de produtos culturais é quase integralmente digital, o resgate das fitas K7
impressiona! A mídia física que, em 1979, virou febre, após a invenção do walkman,
teve um aumento de vendas de 35% apenas no ano passado.
Os audiófilos
apaixonados, com certeza, se lembram dos tape deck K7 Nakamichi e, principalmente
do Nakamichi Dragon, que tinha uma qualidade de áudio inacreditável para uma fitinha
compacta. Esta fitinha virava a uma velocidade padrão de 1 7/8 ips (inches per second,
que correspondem a 4,76 cm/s) e respondia até 20KHz com as fitas de cromo. E
esse tape deck possuía 3 cabeças que permitiam o monitoramento simultâneo da entrada
com a saída, através do ajuste de bias, que tornava o original quase idêntico
à
fita gravada. Mesmo o nosso tape deck cassete Esotech, da Gradiente,
também com 3 cabeças, gravava com uma qualidade incrível!
Os gravadores de rolo
domésticos possuem velocidades de 3 3/4 e 7 1/2 ips (9,53 e 19,05 cm/s
respectivamente). Já os gravadores de rolo
profissionais, geralmente, têm as gravações feitas em 30 ou 15 ips (76,2 e
38,1 cm/s respectivamente), e continuam representando a melhor qualidade de
áudio que existe. A fita magnética de rolo mais usada pode chegar a 1.200 feet
(369,6m) de comprimento!
Quem cresceu até os anos
90 deve ter alguma relação afetiva com as fitas K7. Afinal, foi a primeira
mídia a democratizar a gravação de música com preço acessível. As pessoas podiam
gravar as músicas que quisessem, do rádio ou do vinil, além de criarem suas
próprias playlists e isso muito antes do streaming.
Em escala bem menor, e não
de forma avassaladora, as fitas K7 estão ganhando um pequeno espaço de
mídias sonoras. Uma mídia até então extinta, após o advento do cd na década de
80, essas fitas vem retornando ao Brasil e crescendo no mundo, e estão atraindo novos e
velhos colecionadores. Esses dados, que estou trazendo, são da empresa americana
Nielsen, que estuda os consumidores em mais de 100 países, para oferecer
a visão mais completa das tendências e dos hábitos ao redor do mundo. A
reportagem notificou a venda de quase 130 mil unidades de fitas K7 em 2016, o que já
representava um crescimento de mais de 70%! Esse sucesso de vendas
teve por origem o lançamento do filme "Guardiões da Galáxia", produzido pela
Marvel, em que a trilha sonora, em fita K7, foi o grande destaque.
Sem dúvida, o som
analógico voltou para valer! Tenho saudades de quando gravava os vinis, no meu Teac
de rolo doméstico, mantendo a mesma qualidade do som do disco original, e também no
tape deck K7 Esotech Gradiente, que também tinha uma qualidade de áudio
excelente, principalmente com as fitas de cromo (existiam também as fitas normais, e
as de metal).
Bons tempos!!!
PS.: Com o grande sucesso dos workshops de Avaliação Musical, realizados neste
início de ano, iremos oferecer mais um curso, que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15
de setembro deste ano. Este próximo workshop lhes permitirá avaliar seu sistema de som e
realizar correções técnicas, além de permitir, a cada participante, saber que
tipo de ouvinte é: sintético ou analítico! Cada curso tem vaga apenas para 4
participantes e a inscrição será por ordem de chegada. Acessem o
Audiophile News 438, para obterem maiores informações.
Estaremos também
realizando um outro curso, organizado pelos participantes, nos dias 30 e 31 de agosto
e 1° de setembro e este curso ainda tem uma vaga disponível.
Aquele
abraço!
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