Número 458
Qual o Elo mais Fraco de um Sistema?
8ª. Parte
Acústica
Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br
Introdução
No
Audiophile News 456,
iniciamos a parte de tratamento acústico, mostrando as diferenças entre salas
grandes e salas pequenas, que são as de maior interesse para nós. Falamos também dos vários tipos de salas pequenas que são importantes.
Agora vamos falar das diferenças
entre estas salas.
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Acústica: Tratamento Acústico
Como vimos, existem vários tipos de salas pequenas.
As principais são: estúdios, técnicas, salas de masterização, salas de
audição, salas de audição crítica, salas de home theater, alguns auditórios, salões de
igrejas e muitas outras. A respeito destas salas, desejamos tecer alguns
comentários essenciais. O parâmetro mais importante destes ambientes é,
sem dúvida, o tempo de reverberação (RT). Como vimos, quando ouvimos música
acústica (ao vivo), em salas de concerto, por exemplo, o tempo de reverberação
deve ser alto, face ao maior volume destes ambientes, entre outros fatores. Já, em salas de reprodução eletrônica, como
é o caso da maioria das
salas citadas acima, devido ao seu menor volume, o RT deve ser muito mais baixo. Quanto mais baixo o RT, mais
detalhada fica a reprodução sonora, e mais evidentes se tornam os mínimos
detalhes da gravação, nos mostrando, com isto, como a gravação foi realizada. Em
outras palavras, graças ao tratamento acústico efetuado, a reprodução musical
acontece, tendo uma menor interação
com a sala, devido à menor quantidade de reflexões no ambiente. São as reflexões
que se juntam ao som original e acrescentam colorações, sujando o som. Outro aspecto muito importante
a ser levado em conta é que, no lugar específico do ouvinte, o RT deve ser plano em toda a banda de freqüências. Isto é um grande
desafio a ser conseguido, no
tratamento acústico de salas pequenas, pois o tratamento dos graves, de 200Hz
para baixo, devido ao maior comprimento de onda, é bem diferente do tratamento dos médios e agudos, onde o processo para se conseguir a redução do RT
é bem mais simples. Assim, normalmente, a
redução do RT dos graves, que evita que haja um grave retumbante e gordo, exige técnicas especiais,
infelizmente não muito conhecidas no nosso meio. Para se obter uma curva de RT
plana, deve-se tratar o
médio e o agudo de forma adequada e também o grave. Caso não isto não seja
levado em conta, o RT dos graves fica mais alto,
resultando
nos problemas acima mencionados.
Nas salas apresentadas
acima, a curva de RT deve ser plana em todas as freqüências. A única exceção
ocorre no estúdio, onde a curva de RT não é plana e nem uniforme, uma vez que existem
regiões da sala com diferentes RTs, tratadas de forma apropriada para cada instrumento acústico a ser
gravado. Por exemplo, para voz e bateria, o RT deve ser mais baixo, enquanto que
para um piano, ou instrumentos de sopro, ou cordas poderá ser mais alto, podendo
até passar de 2s. É muito melhor usar uma reverberação mais alta, que oferece um
resultado mais natural, do que usar o plug-in de reverbe da mesa ou do Pro
Tools. Isto porque, para gravar instrumentos acústicos, dependendo do
instrumento a ser gravado, o RT deverá ser mais alto ou mais baixo.
As técnicas, onde é
realizada a mixagem, devem ter normalmente um RT em torno de 0,5s. E nas salas de
audição critica, o RT também deve ser bem baixo, conforme a proposta de norma
CEI IEC 60.268-13, ficando entre
0,3s e 0,6s. No nosso laboratório de acústica e áudio, que é uma sala de audição
crítica, o RT, acima de 200HZ, está em
torno de 0,2s e, abaixo desta freqüência, vai até 0,3s, com graves totalmente
dominados.
Já nas salas de
masterização, nas salas de audição e salas de home theater, o RT é mais alto,
entre 0,8 e 1s ou até mais. Nas salas de home theater, é importante o tratamento adequado
do grave, para possibilitar aos subwoofers um som seco e correto.
Já nos auditórios, onde o
principal agente é a voz, que vai aproximadamente de 50Hz a 3KHz, o RT
deve ficar em torno de 1s.
Os salões de igreja, que
já podem entrar na categoria de salas grandes, trabalham normalmente com volumes de pressão
sonora muito altos e são muito reverberantes, por isso o tratamento acústico é
obrigatório.
Vejam também os seguintes artigos no
site:
Audiophile News 199
Audiophile News 201
Audiophile News 235
PS.: Com o grande sucesso dos workshops de Avaliação Musical, realizados neste
início de ano, iremos oferecer mais um curso, que ocorrerá nos dias 13, 14 e 15
de setembro. Temos ainda 3 vagas. Este próximo workshop lhes permitirá avaliar seu sistema de som e
realizar correções técnicas, além de permitir, a cada participante, saber que
tipo de ouvinte é: sintético ou analítico! A inscrição será por ordem de chegada. Vejam o
Audiophile News 438, para obterem maiores informações.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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