Número 453
O CD não Morreu!
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Estamos vivendo novamente a era do
vinil. A sua qualidade de áudio, sem dúvida nenhuma, é incontestável! Entretanto, no
vinil, nem tudo são rosas. Existem problemas de prensagem, tanto que, nas
antigas gravações, há uma diferença de valor muito grande entre os de primeira
prensagem em relação aos lançamentos posteriores, sendo que as primeiras
prensagens normalmente possuem uma qualidade melhor.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
Todos os direitos reservados
https://www.byknirsch.com.br
Em relação a ruídos,
às vezes compramos LPs que já
vêm com riscos de fábrica. E também é sempre necessário lavarmos os LPs diversas vezes,
em máquinas especiais, para termos um bom resultado sonoro. E, além do mais,
temos que observar que de nada adianta um
toca discos mal regulado com uma cápsula de má qualidade...
No entanto, quando ouço uma gravação
direta, de excelente qualidade, num vinil, tenho vontade de jogar todos os meus cds
no lixo, pois a diferença sonora é muito grande, principalmente nos graves,
muito mais precisos e extensos, sendo a região média muito mais quente e os agudos
mais doces e cristalinos, em relação ao cd do mesmo título, por melhor que tenha
sido a remasterização.
Recordo-me que quando
surgiu o cd, o som era horrível, duro, com médios e agudos metálicos. Atualmente,
as gravações digitais evoluíram muito. No nosso curso de avaliação musical,
usamos vários exemplos de gravações, em cd, com uma qualidade de áudio
excepcional. Isso, sem contar com as gravações que são tiradas diretamente de LPs e passadas para
o cd, numa proposta feita pela revista alemã stereoplay, que nos deixou
surpresos pela qualidade sonora praticamente igual à do vinil!
Além disso, hoje, muitos
estúdios, como o da Bauer, na Alemanha, utilizam gravadores analógicos Studer e,
a partir deles, surgem cds com uma qualidade de áudio superior. E, mais ainda do
que isso, os gravadores de rolo estão voltando, com lançamento de fitas pré
gravadas, onde a qualidade de áudio tem sido incrível e incontestável! Parece
que esta é a melhor reprodução eletrônica da atualidade e até já está virando
coqueluche!
Várias tentativas para a
evolução dos cds foram feitas. O SACD (Super Audio Compact Disc), foi uma
delas, oferecendo melhor qualidade de áudio, por meio de uma taxa de até 64
vezes mais bits, que a de um cd convencional. Os SACDs, também chamados de cds
híbridos, precisam ser reproduzidos em um
player SACD, pois quando reproduzidos por um cd player convencional sua
qualidade de áudio fica limitada à
de um cd padrão.
No Japão, estão surgindo
os HQ (High Quality cd´s), ou HQCD, que utilizam plástico de
policarbonato com maior transparência para obter um áudio de melhor qualidade,
onde uma liga especial de alumínio é usada como material na camada refletora do cd.
Também, no Japão, estão surgindo os SHMCD (Super High Material Compact Disc),
que são discos
compactos de alta qualidade, que utilizam, como revestimento, uma resina de
policarbonato usada nos painéis LCD dos
televisores. Com esta técnica, a qualidade do som fica melhorada, pois
proporciona uma leitura a laser mais precisa.
Há também, no mercado, os novos UHQCD, que estão sendo muito
bem recebidos. Entre a superfície protetora de
policarbonato, do cd,
e o stamper (superfície onde se grava a informação digital em pits e lands) é
introduzida um nova camada de um fotopolímero flexível, onde são gravadas as
informações digitais. Em seguida, esta camada é endurecida com a aplicação de luz ultra violeta,
procedimento que tem possibilitado uma
reprodução mais precisa.
A meu ver, a qualidade
de um bom vinil ainda é imbatível. Um toca discos de qualidade, bem regulado, com
uma cápsula de alto padrão, junto àquele visual charmoso que os toca discos
oferecem, é fantástico! Porém, aqueles que acreditam no cd também estão
trabalhando para conseguir um resultado ainda melhor, num sistema à prova de
pipocas, ruídos e chiados.
Muita coisa está para rolar debaixo desta bridge over troubled water!
Aguardem!
PS.: Com o grande sucesso dos workshops de Avaliação Musical, realizados neste
início de ano, iremos oferecer mais um curso, que ocorrerá nos dias 10, 11 e 12
de maio. Este próximo workshop lhes permitirá avaliar seu sistema de som e
realizar correções técnicas, além de permitir, a cada participante, saber que
tipo de ouvinte é: sintético ou analítico! Cada curso tem vaga apenas para 4
participantes e a inscrição será por ordem de chegada. Acessem o
Audiophile News 438, para obterem maiores informações.
Aquele
abraço!
Não desejando mais receber Audiophile News
responda a este e-mail com a palavra descadastrar.