Número 437
Para Ouvir Ajoelhado
Mídia Analógica
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Alguns LPs ficam para a história, principalmente para os
apaixonados pelo jazz.
Talvez, na minha vida audiófila, um dos LPs mais marcantes foi, sem dúvida, The
Good Life, lançado em 1979.
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No ano que vem, vão fazer 40 anos que ouço este disco, sempre com o mesmo
prazer, desde os tempos das AR3a, junto ao pré 7 e ao power 8B, ambos da Marantz.
Os músicos que compõe
esse quarteto são um bálsamo para os ouvidos: Paul Tatcher Smith, no piano; Frank Capp,
na bateria; Barney Kessel, na guitarra; e Monty Budwig, no baixo.
Paul Smith,
falecido em 2013, além de um exímio pianista, acompanhou por muito tempo Ella
Fitzgerald, Mel Tormé e Anita O' Day, tocando junto com Tommy Dorsey, Dizzy
Gillespie e Stan Kenton, entre outros.
Barney Kessel,
guitarrista, falecido em 2004, também participou dessa gravação antológica. Uma
fase importante em sua carreira foi a formação, em 1973, do Great Guitars,
com Herb Ellis e Charlie Byrd. De acordo com Eumir Deodato, Barney Kessel influenciou
diversos músicos da Bossa Nova, dentre os quais ele mesmo e João Gilberto. O
disco de Barney Kessel e Julie London, lançado pela Musidisc foi o que mais nos
marcou aqui no Brasil. Os acordes de introdução de Cry Me a River influenciaram
músicos como Roberto Menescal e vários outros violonistas.
Essa gravação, The Good Life, tanto artisticamente como em qualidade
sonora, é fantástica em todos os aspectos. A escolha do repertório, onde algumas
faixas surpreendem, principalmente What I Did For Love e Send in The
Clowns, ambas em solo de piano, mostra um Paul Smith magnífico em
técnica de execução, onde eu o colocaria, sem dúvida, entre os maiores
pianistas da historia do jazz.
É um LP obviamente
analógico, porém a gravação é digital, feita pela Discwasher Digital
Recording. No entanto, gostaria de chamar a atenção para um detalhe: o primeiro
LP, adquirido na Big Pappa Records, com o Carlos, veio com um problema de
ploc na segunda faixa, que foi sanado com uma boa limpeza, através de uma
máquina PHK de sucção nacional de excelente qualidade. Um pouco mais tarde, um segundo LP foi
encomendado, entretanto o som não se mostrou igual ao do anterior, apesar de
ambos serem idênticos. O primeiro LP tem mais grave e uma melhor dinâmica e,
talvez, isso possa ser explicado pela diferença que existe entre os LPs de primeira impressão e
os outros lançados posteriormente.
Independentemente disso, eu
diria que este é um disco obrigatório para ser ouvido pelos audiófilos de bom gosto,
que tenham um sistema de alto padrão, onde possa ser extraída toda a qualidade
dessa gravação mágica.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima! Desejamos á todos
um feliz e próspero Ano Novo com muitas realizações e com grande paz e alegria! Voltaremos com o Audiophile News em meados de janeiro
próximo.
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