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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

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Número 435

 

História de Uma Evolução
 

Áudio e Imagem

Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br

        

          Até o final dos anos 70, assistir a um bom filme, só mesmo indo ao cinema, ou à casa de poucos privilegiados que possuíam um projetor 16mm e conseguiam alugar filmes nas distribuidoras de cinema.
 

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          Os filmes eram produzidos em 35mm, que alimentavam os cinemas, e também em 16mm para os projetores domésticos. A grande unanimidade entre os projetores era, sem dúvida, os Bell & Howell que, pelo menos na minha família, que eu me lembre, todos possuíam desde o final dos anos 50. Além de se utilizarem das telas que existiam, esses aparelhos também projetavam filmes em paredes brancas, com ótima qualidade, pois possuíam lâmpadas de 1000 watts refrigeradas por ventilação.
          A partir do ano de 1979, surgiu o que seria a primeira locadora de vídeo cassetes, a Vídeo Clube do Brasil, onde locávamos fitas 100% piratas. Porém, como as fitas eram alugadas e não vendidas, e como ainda não existia uma legislação que  controlava essa atividade, a coisa durou um bom tempo. As matrizes eram feitas a partir dos filmes locados: se utilizava um projetor 16mm e, na frente do projetor, se colocava um túnel de cerca de dois metros, e uma câmara JVC na outra extremidade desse túnel, que gravava a imagem e o som, criando assim a matriz. Depois, essa matriz era copiada em vários vídeo cassetes simultaneamente. A coisa funcionava, porém a imagem era muito pobre, com baixa resolução, porque os televisores daquele tempo também não ajudavam muito.
          Os vídeos cassetes mais famosos da época eram o Panasonic e o JVC. Aqui no Brasil, a Sharp lançou seu primeiro vídeo cassete por volta de 1984.
          Eu fui proprietário de uma das lojas Vídeo Clube do Brasil, na rua Tabapuã, num dos primeiros sistemas de franchising. Isso durou até o lançamento das fitas produzidas pela distribuidoras oficiais, o que criou um poderoso mercado formado pelas locadoras de vídeo. Nos anos 80, começaram a surgir os LD ou LaserDisc, ou seja, os primeiros discos óticos de armazenamento de áudio e vídeo. Tinham o tamanho de um LP mas, apesar da boa qualidade de imagem e áudio, não chegaram a substituir os vídeos cassetes, nas locadoras, devido ao seu tamanho e falta de praticidade.
          Surgiram, então, os primeiros Home Theater, com os receivers  Dolby Prologic, com resposta no surround até 7kHz, e sem saída para subwoofer porque, naquela época, todos eram passivos. Depois de um tempo, surgiram  os receivers DTS, com resposta até 20kHz, em todos os canais, e saída para subwoofers ativos.
          A coisa realmente mudou, e isso no ano de 1997, quando tive contato com os primeiros dvd´s, que tinham uma imagem e um som espetaculares, e também com os primeiros televisores de plasma com 42", cuja principal marca era a Fujitsu dando um grande salto em termos de qualidade de imagem.
          Os cds, obviamente, acabaram com o vídeo cassete, e o surgimento do Blu-ray deu outra guinada na imagem em termos de qualidade e resolução.
          Atualmente, a realidade é outra. As locadoras já não existem mais. Os cinemas continuam fazendo sucesso, pela qualidade e tamanho da imagem, junto a uma ótima fidelidade sonora e com uma acústica bem projetada. As locadoras foram enterradas também por causa do surgimento da Netflix e de outras formas de streaming.
          O streaming praticamente está acabando com os cds de áudio e, por uma ironia do destino, a volta do vinil foi o retorno ao passado, com uma qualidade de áudio analógico imbatível em termos de musicalidade.
          Portanto, na imagem digital, a evolução foi fantástica mas, com o áudio digital, houve um retrocesso, ou seja, uma involução com a volta triunfante do vinil.
          E assim caminha a humanidade!

          Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!                              


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