Número 423
O Beabá do Som
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Nós vivemos cercados de sons 24 horas por dia. Seja através de ruídos, canto de
pássaros, buzinas, latidos e tudo mais que faz com que nossos ouvidos estejam
permanentemente ligados. Sem dúvida, a música é o que mais encanta e nos deixa
emocionados e relaxados, quando escutamos algo agradável.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Os sons são produzidos a partir de vibrações. Quando algo vibra, produz som. Para o ser humano,
o som corresponde a uma quantidade de vibrações que varia de 20 vezes por segundo, até 20.000 vezes por segundo. No reino animal, os elefantes sentem
vibrações a partir de 12 vezes por segundo, e as baleias a partir de 8 vezes num
segundo. Já os cachorros percebem vibrações que podem chegar até 45.000 vezes por
segundo.
Quando dizemos "vezes por
segundo", chamamos isso de Hertz ou Hz, uma homenagem ao físico alemão Heinrich
Rudolf Hertz, o primeiro cientista que descreveu o fenômeno. Existe o KHz, sendo o
"K" a expressão de 1000 unidades, ou seja, 20 KHz é igual a 20.000 Hz.
A quantidade de vibrações
que cada espécie animal consegue captar é chamada de espectro audível. Para o
homem, o espectro audível é de 20 Hz a 20 KHz. Esse valor máximo se reduz com a
idade. Nos dia de hoje, convivendo com o excessivo ruído que as cidades
proporcionam, juntamente com a idade, os ouvidos, na média, ficam comprometidos nas
altas freqüências, principalmente quando se utiliza fones de ouvidos em volume
excessivo.
Nós sentimos as vibrações
através de dois órgãos, o ouvido e o labirinto. O labirinto é responsável por
sentir os sons muito graves, entre 20 e 60 Hz, que são muito mais percebidos
pelo labirinto, do que pelo próprio ouvido.
Como dissemos, para se criar um som é
necessário colocar algo para vibrar. O exemplo mais comum são os instrumentos
de corda. No violão, as cordas são dedilhadas. No violino, usa-se um arco. No
piano, o teclado aciona martelos que batem nas cordas. Como o som produzido pelas
cordas é fraco, precisa ser amplificado pelo corpo do instrumento (caixa de ressonância).
Ao deslizarmos as mãos pelo braço do violão, por exemplo, alteramos o
comprimento das cordas e, com isso, conseguimos diferentes freqüências.
Para os instrumentos de
sopro, quem vibra é o ar soprado dentro de um tubo. Da mesma forma que nos
instrumentos de corda, a freqüência do som produzido varia de acordo com o comprimento,
a espessura e a forma do tubo. Tubos mais grossos, como o da tuba,
produzem sons mais graves. Tubos mais finos, como o da flauta, produzem sons mais
agudos.
Quando uma corda ou o ar vibram, o fazem em uma freqüência fundamental ou tom
fundamental. Mas muito raramente algo produz uma única freqüência, com exceção
do diapasão, que produz freqüências puras, de 440 Hz por exemplo. Caso estejam
interessados em se aprofundar neste assunto, consultem os seguintes artigos:
Audiophile
News 50,
Audiophile
News 52,
Audiophile
News 55,
Audiophile News 216,
Audiophile News 322.
Quando ouvimos um instrumento tocando uma nota, estamos ouvindo a fundamental
e mais os seus harmônicos, gerados por esse instrumento. O contrabaixo, na sua corda
mais grossa, gera uma freqüência de 40 Hz, na fundamental e, no primeiro harmônico,
(x2) 80 Hz, uma oitava acima, e assim por diante.
Como cada instrumento
gera uma quantidade de harmônicos diferente da dos outros, temos sonoridades
diferentes. É o timbre que nos permite diferenciar uma mesma nota musical, tocada
em um instrumento ou em outro. O som da nota é como se fosse a impressão digital de
cada
instrumento, permitindo diferenciá-los.
Um equipamento de áudio,
de alto nível, tem essa incumbência, de proporcionar aos nossos ouvidos toda
plenitude sonora, todo corpo harmônico, toda textura e, apesar de ainda estar
longe da reprodução ao vivo, está sempre tentando buscar a fidelidade máxima possível.
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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