Número 421
A Dança das
Potências
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Recordo-me que, nos
anos setenta, havia diferentes especificações de potência. No entanto, nos dias de
hoje, caíram em total desuso, pois não deixavam de ser enganosas e passavam uma falsa
sensação de que alguns amplificadores eram poderosos, quando na realidade
não eram.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Vamos tentar entender o que acontecia no Brasil, onde os consumidores, na sua grande
maioria, eram leigos no assunto e, portanto, induzidos a crer nessa ilusão de potência PMPO, por exemplo.
Existem inúmeras maneiras
de se medir a potência de um equipamento de som, de acordo com o padrão ou norma
utilizada em cada país.
No Brasil, nos anos
setenta, costumávamos
ver com mais freqüência algumas siglas, nas especificações dos
produtos, como RMS, IHF e PMPO.
RMS (Root Mean Square),
ou potência contínua efetiva, também chamada de valor eficaz de potência, tem sido mundialmente aceita como medida de potência padrão
para equipamentos de som. É a potência senoidal real do aparelho.
IHF, ou potência dinâmica
musical, foi um padrão muito utilizado na década de setenta, atualmente em desuso. A
potência IHF (Institute of High Fidelity) costumava ser 35% a 50% maior
do que a potência RMS, mas demonstrava um valor falso, haja vista que a variação de
ganho na entrada podia aumentar o volume e, conseqüentemente, a distorção.
PMPO (Peak Music Power Output),
ou potência de pico musical, não era nem considerada um padrão, pois não existia
norma técnica a ser seguida, e não merece
credibilidade alguma, justamente por não ser uma forma confiável de medição de
potência.
A medida PMPO parece ter
sido criada para satisfazer o departamento de marketing do fabricante, que podia
escrever o que bem quisesse no manual do produto. Temos observado, mesmo nos
dias de hoje, em algumas marcas, principalmente de sistemas
populares, desses que costumam ser vendidos em magazines, por exemplo, que as vezes
os fabricantes colocam uma
potencia PMPO absurda, impossível de sair de um equipamento tão compacto. Isto
ocorre pelo
fato de que, no Brasil, ainda não existe uma legislação definindo um padrão para
medição de potência nesses equipamentos mais populares, os mini-system.
Um bom amplificador de
potência, com 150 ou 200W RMS por canal, pesa em média uns 25kg e consome
cerca de 500 ou 600W de energia, quando utilizado a plena potência.
A potência é um fator
importante, entretanto mais importante é o tamanho da fonte, ou seja, a dimensão
do transformador, pois numa sala de pequenas dimensões, bastam 5W de potência
para satisfazer qualquer ouvido.
Outro fator a ser
considerado é a eficiência das caixas acústicas. As de baixa eficiência, em torno
dos 86dB, com 4 Ohms, necessitam de um amplificador parrudo, com uma fonte super
dimensionada, para suprir a fome que essas caixas têm de potência. No entanto, com caixas
tipo corneta, por exemplo, numa sala de pequenas dimensões, basta um amplificador single ended, com 8W de
potência, que já é mais do que suficiente para encher de música um ambiente
pequeno como esse.
É muito importante essa
compatibilidade pois, às vezes, corre-se o risco de gastar um dinheiro
desnecessário no equipamento. Tudo tem que ser compatível: dimensões da sala,
tratamento acústico, elétrica bem dimensionada, eficiência das caixas, potência
do amplificador e tudo mais que envolve um equipamento high end de alto
nível.
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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