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Número 421

 

A Dança das Potências

 

Equipamentos e Cabos

Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br

        

          Recordo-me que, nos anos setenta, havia diferentes especificações de potência. No entanto, nos dias de hoje, caíram em total desuso, pois não deixavam de ser enganosas e passavam uma falsa sensação de que alguns amplificadores eram poderosos, quando na realidade não eram.
 

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          Vamos tentar entender o que acontecia no Brasil, onde os consumidores, na sua grande maioria, eram leigos no assunto e, portanto, induzidos a crer nessa ilusão de potência PMPO, por exemplo.
          Existem inúmeras maneiras de se medir a potência de um equipamento de som, de acordo com o padrão ou norma utilizada em cada país.
          No Brasil, nos anos setenta, costumávamos ver com mais freqüência algumas siglas, nas especificações dos produtos, como RMS, IHF e PMPO.
          RMS (Root Mean Square), ou potência contínua efetiva, também chamada de valor eficaz de potência, tem sido mundialmente aceita como medida de potência padrão para equipamentos de som. É a potência senoidal real do aparelho.
          IHF, ou potência dinâmica musical, foi um padrão muito utilizado na década de setenta, atualmente em desuso. A potência IHF (Institute of High Fidelity) costumava ser 35% a 50% maior do que a potência RMS, mas demonstrava um valor falso, haja vista que a variação de ganho na entrada podia aumentar o volume e, conseqüentemente, a distorção.
          PMPO (Peak Music Power Output), ou potência de pico musical, não era nem considerada um padrão, pois não existia norma técnica a ser seguida, e não merece credibilidade alguma, justamente por não ser uma forma confiável de medição de potência.
          A medida PMPO parece ter sido criada para satisfazer o departamento de marketing do fabricante, que podia escrever o que bem quisesse no manual do produto. Temos observado, mesmo nos dias de hoje, em algumas marcas, principalmente de sistemas populares, desses que costumam ser vendidos em magazines, por exemplo, que as vezes os fabricantes colocam uma potencia PMPO absurda, impossível de sair de um equipamento tão compacto. Isto ocorre pelo fato de que, no Brasil, ainda não existe uma legislação definindo um padrão para medição de potência nesses equipamentos mais populares, os mini-system.
          Um bom amplificador de potência, com 150 ou 200W RMS  por canal, pesa em média uns 25kg e consome cerca de 500 ou 600W de energia, quando utilizado a plena potência.
          A potência é um fator importante, entretanto mais importante é o tamanho da fonte, ou seja, a dimensão do transformador, pois numa sala de pequenas dimensões, bastam 5W de potência para satisfazer qualquer ouvido.
          Outro fator a ser considerado é a eficiência das caixas acústicas. As de baixa eficiência, em torno dos 86dB, com 4 Ohms, necessitam de um amplificador parrudo, com uma fonte super dimensionada, para suprir a fome que essas caixas têm de potência. No entanto, com caixas tipo corneta, por exemplo, numa sala de pequenas dimensões, basta um amplificador single ended, com 8W de potência, que já é mais do que suficiente para encher de música um ambiente pequeno como esse.
          É muito importante essa compatibilidade pois, às vezes, corre-se o risco de gastar um dinheiro desnecessário no equipamento. Tudo tem que ser compatível: dimensões da sala, tratamento acústico, elétrica bem dimensionada, eficiência das caixas, potência do amplificador e tudo mais que envolve um equipamento high end de alto nível.

          Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!                              


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