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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

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powerline Audiófilo lf-115
 
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  Veja os comentários de Fernando Sampaio (RJ) a respeito de fiação sólida e aterramento do neutro.
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Número 420

Um Grande Desafio: Compatibilizar Caixa Com Power
1ª Parte
 

Equipamentos e Cabos

Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br

         

          Outro dia, em uma visita do Carlos Ho ao nosso laboratório, estávamos trocando idéias sobre a questão da compatibilidade entre caixa acústicas, e também bookshelfs, com integrados, amplificadores de potência e AV receivers. Infelizmente não é qualquer amplificador que toca qualquer caixa.

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           Todos os direitos reservados
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          Realmente é um desafio para todos conseguir achar a melhor caixa e, em seguida, encontrar o power que tocará adequadamente por ser compatível a ela. Várias tentativas já foram feitas, para se estabelecer um critério que nos ajude nesta tarefa, mas pouquíssimas sugestões se mostraram de alguma valia. Existe a sensibilidade da caixa acústica, expressa em dB, que pode nos dar uma indicação se a caixa necessita de uma potência de entrada muito alta ou não.
          A sensibilidade de uma caixa acústica é a medição da pressão sonora (SPL), em dB, realizada a 1m da caixa, quando aplicado, na sua entrada, 1W de potência. Assim, as nossas experiências mostram que, em uma audição normal, numa sala menor do que 100m3, se aplicarmos algo entre 5W e 50W, na entrada da caixa, isto já nos proporcionará uma boa audição, dependendo da sensibilidade da caixa.
          Caixas com baixa sensibilidade, digamos em torno de 80dB SPL, irão precisar de uma potência sonora maior na entrada, que poderá chegar até em torno de 50W para nos proporcionar uma audição agradável, em um volume correto que, dependendo da sala, ficará em torno de 75 a 80W SPL no lugar de audição.
          Já caixas com alta sensibilidade, digamos em trono de 93dB SPL, vão precisar, na entrada, somente algo em torno de até 5W de potência para produzir os mesmos 75 a 80W SPL no lugar de audição
          Ao contrário do que muitos pensam, caixas acústicas não costumam “estourar” devido ao excesso de potência. É mais fácil ocorrer o oposto: a caixa ser danificada porque está recebendo pouca potência do amplificador. Quando isso acontece, a pressão sonora se torna insatisfatória, e a tendência do ouvinte é aumentar o volume. Nestes casos, podem acontecer duas coisas: ou o amplificador entra em sobrecarga e “clipa” (um sensor interno, se existir, simplesmente desliga o equipamento), criando uma tensão contínua que faz o tweeter raspar, ou a caixa distorce nos momentos críticos, quando há picos de potência. Para evitar estes riscos, o mais seguro é escolher powers com a potência recomendada pelo fabricante para as caixas acústicas. Porém só isto ainda não é garantia suficiente de que não haverá algum dano nas caixas ou nos powers. E nunca é demais lembrar: alta potência não significa som de melhor qualidade, apenas volume mais alto.
          Há muitos anos, a AUDIO alemã criou um indíce
chamado AK, que traduzi como sendo um índice de compatibilidade no nosso artigo: O Áudio e o Pinheiro - 3ª Parte. O AK existe para caixas acústicas torre e  bookshelf, integrados, amplificadores de potência e AV receivers.
          O AK do amplificador deve ficar sempre acima do AK das caixas ou das bookshelf. Este sistema de identificação do aparelho é muito bom, pois nos dá uma possibilidade de comparação, para uma tomada de decisão mais segura, nos indicando o que é compatível e o que não é. A desvantagem deste índice é que, apesar de terem sido testadas uma infinidade de caixas e também de powers, nem todos os modelos e marcas existentes no mercado mundial foram avaliadas. E, em segundo lugar, no passado, estas listas nos eram acessíveis no site www.audio.de e hoje só podemos obtê-las através da assinatura digital ou da própria revista. Mas a ferramenta é muito boa.
          Queremos aqui trazer algumas análises, pois algumas marcas possuem tendências que podem causar problemas de compatibilidade e gostaríamos de mostrar isto para vocês. Hoje, estamos apresentando as caixas torre e bookshelf, e falando dos AK médios, máximos e mínimos por classe. No próximo artigo, iremos apresentar os AK de integrados, powers e AV receivers e, no último artigo, faremos análises mais detalhadas quanto à compatibilidade destes equipamentos.
          Como já mencionamos, o AK das caixas acústicas deve ser mais baixo do que o do power. Por exemplo, a melhor caixa acústica torre, que a AUDIO indica, é a Gauder Akustik Berlina RC9, com QS=110 pontos e um AK de 69 pontos. Como este AK é relativamente alto, não será qualquer power que poderá tocar esta caixa. Assim, neste exemplo, o integrado da Ypsilon Electronica Phaeton, com AK de 64 pontos, terá dificuldades para conduzir a Berlina RC9, e o integrado Technics SU-R1 + SE-R1, com QS=138 pontos e com AK de 49 pontos, seria uma péssima escolha.
          Como podem perceber, a partir destas análises, vocês irão ter a possibilidade de tomar decisões mais assertivas e obter um melhor resultado sonoro. Como não podemos, neste pequeno espaço, lhes apresentar toda a lista da AUDIO, o que seria impraticável, gostaríamos de lhes mostrar, de forma geral, algumas tendências das marcas. Porém, isto não exclui a necessidade de uma audição da combinação desejada.
          Uma tendência interessante, que podemos observar, é que a variação do AK médio, em todas as classes de torres e bookshelf, fica entre 58,6 e 69 pontos. Assim, os AK dos integrados, amplificadores de potência e AV receivers deveriam estar bem acima deste valor médio, para que a premissa de compatibilidade fosse satisfeita, o que veremos nos próximos artigos. Uma das melhores caixas, com um dos menores AK (35), é a JBL Everest DD 66000 (QS=108), praticamente compatível com qualquer amplificador, com exceção do integrado Pathos Inpol Remix (QS=125), que tem um AK de apenas 21 pontos. Abaixo mostramos os AK das torres e bookshelf testadas pela revista (edição 08/18):

AK das Classes de Caixas Acústicas da AUDIO
Classes Torres Bookshelf
QT QTa AKméd. AKMáx. AKmín. QT QTa AKméd. AKMáx. AKmín.
Referência 66 12 58,6 89 34 5 3 69 76 63
High End 178 13 60,6 104 19 20 4 61,6 80 40
de Ponta 175 6 60,9 81 27 130 18 66,2 85 51
Superior 51 1 59,6 70 47 80 12 65,5 83 54
Média 4 0 64,8 67 61 5 0 65,4 67 63
Standard 3 0 61,3 67 54 - - - - -

Legenda: QT= quantidade de caixas testadas; QTa= quantidade de caixas ativas testadas (caixas que já contém o amplificador embutido no seu interior); AKméd.= AK médio da classe; AKMáx.= AK máximo da classe; AKmin.= AK mínimo da classe. Para fazer as médias foram subtraídas as caixas ativas que não possuem AK.

          Aqui já é possível, a grosso modo, tirarmos algumas conclusões. A média dos AK das torres gira em torno de 60 pontos, com exceção da classe média, onde é mais alta. Já nas bookshelf, o AK médio já é bem mais alto, em torno de 65 pontos, exigindo uma escolha mais criteriosa do amplificador a ser usado.
          A caixa Siberstatic Callioppe (QS=96) com um AK de 104, na classe High End, tem um AK tão alto que não existe um amplificador para tocá-la sem problemas e em volume mais alto.

Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!

TOP Wonder Excellence RCA


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