Número 408
Cuidados com o Som do
Vinil
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Nestes últimos
dias, após ter escutado alguns cds como: o da pianista Yoko Mabuchi Trio, pela
gravadora Yarlung Records; o da cantora Agathe Iracema, gravado pela Bauer Studios, da
Alemanha; o da banda de Tobias Becker, também da Bauer; todos eles gravados em
equipamentos Studer A820 analógicos, não posso deixar de ressaltar alguns
fatores fundamentais que, se deixados de lado, comprometerão o nosso resultado
sonoro.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Incluo também as considerações do
Audiophile News 402, sobre as gravações em cd, retiradas
de vinis de alta qualidade, produzidas com equipamentos de áudio de primeira linha
e cuja
qualidade sonora se assemelha em muito com o som do vinil original.
Com tudo isso, cheguei à
conclusão que, apesar do vinil ser imbatível em qualidade sonora, precisamos
prestar muita atenção no ajuste do toca discos, na qualidade do mesmo, e também
nos diversos fatores que fazem parte de um perfeito equilíbrio sonoro, para que
não tenhamos uma surpresa negativa, quando o compararmos a essa nova geração de cds vindos de gravações analógicas.
O problema é que, além da
qualidade do som do vinil, atualmente a coisa caiu num modismo, onde muitos
acham que qualquer toca discos serve, incluindo esses lançamentos tipo vitrola dois
em um, com toca discos e cd conjugado, aparelhos que servem apenas para assassinar as boas
gravações.
Existem diversas marcas
de toca discos de boa
qualidade, no mercado, assim como de cápsulas, que
podem ser moving coil (MC) ou moving magnet (MM), e também de prés de phono, com
preços que encaixam no bolso de qualquer audiófilo.
Creio que o mais
importante, além de um bom equipamento, é o ajuste. Nem todos se preocupam com
esse fator, que é de suma importância para o resultado sonoro final e que, às vezes,
por ser negligenciado, se torna negativo
apesar de se ter um bom equipamento.
Caso tenham dúvidas,
procurem um especialista no assunto, que poderá ajudá-los a resolver esses problemas
de ajuste que, sem dúvida, são meio complicados mas fundamentais para um bom
resultado.
Um bom braço, uma boa
cápsula (Audiophile
News 332 e
Audiophile News 275 entre muitos outros artigos) e um bom toca discos (Audiophile
News 70,
Audiophile
News 73,
Audiophile News 281 e
Audiophile News 283 entre muitos outros artigos) podem botar tudo por água abaixo, se estiverem mal
ajustados ou fora das especificações.
O peso do braço deve estar
perfeitamente ajustado, segundo especificação do fabricante. O item protractor
angle é também fundamental. Existem várias réguas no mercado, onde se
ajusta, em dois pontos, o alinhamento da cápsula com o disco, o que evita aquele
velho problema da última faixa do disco parecer estar sempre distorcida.
O VTA (vertical traking angle) também é de vital importância. É o ângulo
de rastreamento vertical da agulha com o disco. Este ângulo de rastreamento
vertical nem sempre foi padronizado, porém, desde que o disco estéreo foi
lançado, foi definido em 15°. A partir dos anos setenta, foi alterado
para 20°. Por isso, a velha Ortofon SL-15 se tornou SL-20.
Vários braços possibilitam ajuste, para que se tenha um perfeito posicionamento
do VTA, mas mesmo um bom toca discos que não tenha este recurso, geralmente vem
com o braço previamente ajustado dentro dessa média, pois não existe precisão
absoluta, porque o próprio disco de vinil tem espessuras diferentes que alteram
um pouco essa média.
O anti skating
também é de fundamental importância. A tendência natural do disco, pela própria
rotação, é jogar o braço para dentro. E o anti skating puxa levemente o
braço para fora, para deixá-lo em perfeito equilíbrio. Os braços também geralmente vêm
com esse ajuste que, a grosso modo, seria equivalente ao peso em que a agulha
trabalha. O ideal seria o toca discos possuir um prato de vidro, pois pode-se perceber, com clareza,
esse arrasto quando não está bem regulado.
O perfeito nivelamento do
toca discos também é muito importante. Colocá-lo em cima de uma base de granito ajuda a evitar ressonâncias indesejáveis.
Não se esqueçam de
garantir um bom
aterramento. E o resto, comemorem, é só prazer de ouvir música no mais alto nível de
reprodução analógica!
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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