Número 402
Uma Pitada de
Analógico
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
A Revista alemã
stereoplay lançou uma série de cd's, quatro ao todo, até o momento, que muito nos
surpreendeu, não só pela excelente escolha das músicas, como também pela
qualidade de gravação. O lançamento desta série começou a partir de maio de 2013
e terminou, agora, em abril de 2018. Os cd´s vieram junto com as revistas e,
para obtê-los é preciso comprar as publicações correspondentes, diretamente na
Editora Weka, que publica a stereoplay e a AUDIO, na Alemanha.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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direitos reservados
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O interessante desta coletânea é que todos esses cd´s partiram de discos de
vinil, muito bem escolhidos, com excelente qualidade sonora e ótima
conservação, onde não se ouve nenhum ruído de fundo.
Vejam, a seguir, porque a
gravação desta série foi tão primorosa, conquistando qualidade sonora surpreendente,
face aos cuidados na escolha dos equipamentos usados.
O cd Vol.1, lançado em maio de
2013, teve como fonte o toca discos EAT Forte, com braço Graham, e
cápsula de referência Titan-I, da Lyra, ao custo de EUR 5.200. Pré de Phono Audio Research 2SE, ao custo de 14.700 EUR. Pré amp. Pass e conversão A/D
Ayre QA-9, ao custo de 4.000 EUR. Foi utilizado um software gratuito da Audacity.
A limpeza dos discos foi feita a partir de um Loricraft, modelo PRC 4, ao custo de
2.650 EUR.
O cd Vol.2, lançado em março de
2014, utilizou um toca discos Thorens TD 155, com braço Thorens TP
92/12, ao custo de 7.500 EUR, com cápsula Etna, da Lyra, pré de
phono Audio Research 2SE, conversor A/D QA-9 Ayre. Conversão
digital Avid Pro Tools 11.
O cd Vol.3, lançado em junho de
2016, utilizou um toca discos Thorens TD 907, com braço TP 92/12, e
cápsula Etna da Lyra. Pré de phono Musical Fidelity, MX Vinyl,
gravação digital 24/96 Micstasy e software de limpeza digital Sequoia.
A limpeza dos discos ficou por conta da Clearaudio Double Matrix.
E o cd Vol.4, lançado em abril de
2018, utilizou um toca discos Clearaudio Statement, com braço tangencial
TT1, cápsula MC Goldfinger Statement, pré de phono Absolute
Phono, da Clearaudio, ao custo de 11.000 EUR. A masterização foi realizada
por Andreas Spreer da Tacet, com interface de áudio RME Fireface com o
software Sequoia 24/192 KHz.
Agora vem a grande surpresa. Na sala de audição crítica do Jorge, foi utilizado
um cd-player Yamaha CD-S3000, ao custo de US$ 6.000, pré Mark Levinson ML326S e
power ML532H. Toca discos Rega RP-3, com fonte separada, cápsula Ortofon Quintet
Black e Pré de Phono Thorens MM 008. A sessão analógica, reconhecemos, não
está naquele mesmo nível da gravação destes cd´s, mas deu para
perceber claramente que, quando temos uma fonte analógica perfeita, com
equipamentos de alto nível, transformada para digital, ou seja, quando temos uma
gravação ADD, a sonoridade no cd-player
fica no mesmo nível do disco de vinil, se não melhor, considerando toda essa
loucura realizada pela revista stereoplay alemã, que foi uma brincadeira muito cara,
mas com
um resultado excepcional, o que prova que o calcanhar de aquiles do digital são
as gravações DDD, que transmitem pouca emoção. Como prova disso, temos as
gravações ADD, feitas pela Bauer Studio, na Alemanha, com gravadores de fita
Studer A820 analógicos, onde o resultado final é absolutamente muito mais
musical do que o dos cd's convencionais.
Fizemos também algumas
comparações com os vinis originais correspondentes. Por exemplo, no cd Vinyl Classics Vol.4, da stereoplay, a faixa 6 é a famosa Take Five, do Conjunto
The Dave Brubeck Quartet. Ao ouvirmos o vinil original, constatamos que o cd está
tocando melhor, visto que o sistema digital do Jorge é superior ao seu sistema
analógico. Outra faixa, que comparamos, foi a faixa 8, Blue in Green, de Miles
Davis, do cd Vinyl Classics Vol.3, onde também estávamos com o original em vinil
em mãos e, neste
caso, o cd também tocou discretamente melhor, também considerando a qualidade
dos vinis e as máquinas que foram usadas para a limpeza dos mesmos.
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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