Número 386
A Revolução do Grafeno
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
O
grafeno, cujo texto foi publicado no
Audiophile News 377,
está mostrando cada vez mais suas infinitas aplicações, em tudo aquilo que
envolve alta tecnologia, pois é tão ou mais revolucionário que o
plástico e o silício.
É o material
mais fino que se conhece, extremamente forte, leve e flexível. Tem uma
capacidade excepcional de conduzir eletricidade e calor e de absorver e emitir
luz.
Cientistas acadêmicos e de empresas estão agora correndo para
patentear uma ampla variedade de possíveis utilizações. No entanto, há
muitos
desafios. Hoje, o grafeno é ainda muito caro para o mercado de massa. No
entanto, os circuitos de grafeno prometem ser, futuramente, mais baratos do que
outros materiais condutores, como o cobre e a prata, pois pode ser feito a
partir do grafite — um material abundante, que se vê nos lápis comuns — e também
pode ser criado pela combinação de certos gases e metais, ou sintetizado a partir
de materiais sólidos de carbono.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Segundo
Quentin Tannock, presidente da Cambridge Intellectual Property, empresa de
pesquisas do Reino Unido, a tecnologia do grafeno é complicada. Mesmo assim, há
muito entusiasmo científico. Em 2012, cientistas publicaram 45% mais trabalhos
sobre o grafeno do que em 2011, segundo a Thomson Reuters Web of Science, um
índice de revistas científicas. A corrida é global: até maio, foram as entidades
chinesas que pediram, cumulativamente, o maior número de patentes para
aplicações, seguidas pelas americanas e sul-coreanas, segundo a Cambridge
Intellectual. A Samsung apresentou a maioria dos pedidos, seguida pela IBM.
Algumas patentes conseguiram encontrar o caminho para produtos que já estão no mercado.
A Vorbeck Materials Corp., dos EUA, por exemplo, fabrica uma
tinta de grafeno que, segundo a empresa, está sendo usada para imprimir
circuitos em embalagens antifurto em algumas lojas americanas.
A Samsung
desenvolveu uma nova tecnologia para produzir baterias, usando grafeno, o
que permite que as de
lítio-íon durem mais e se carreguem com maior rapidez. Ou seja, esta
fabricante sul coreana conseguiu sintetizar, com sucesso, "bolas de grafeno", que são usadas como anodo e catodo,
em baterias de
lítio-íon, permitindo que essas baterias sejam recarregadas em apenas
doze minutos (enquanto que as atuais requerem, em média, mais de uma hora), e
que sua capacidade de carga seja aumentada em 45%. Este
avanço pode representar um novo marco para o setor, caso venha a ser
produzido em massa.
A
nova bateria de grafeno também poderá ser usada em veículos elétricos, pois
poderá manter a estabilidade a temperaturas de até 60 graus.
A Samsung acelerou suas pesquisas sobre
a tecnologia de baterias, depois do fiasco do ano passado, com relação às baterias do smartphone Galaxy
Note 7. O recall e o cancelamento da
produção do modelo, sujeito a pegar fogo, custaram mais de US$ 5
bilhões à empresa.
Segundo especialistas, o grafeno
tem eficiência energética superior e pode ser usado para desenvolver baterias
menores e mais finas, com maior capacidade. Como resultado, os celulares com baterias a base de grafeno poderão ser mais finos e mais leves, com capacidade superior de
tempo de carga.
O grafeno que, em sua forma básica, é uma simples folha de átomos de
carbono, ordenados em treliça, também pode ser usado para telas flexíveis,
dispositivos eletrônicos, produtos de vestiário, entre tantos outros. Por
exemplo, esse material vai possibilitar a criação de uma nova indústria de
roupas inteligentes. Cientistas da
Universidade de Aveiro, em Portugal, juntamente com uma equipe internacional,
descobriram uma nova técnica para incorporar eletrodos de grafeno transparentes
e flexíveis em materiais têxteis. A técnica inovadora permite à indústria
têxtil, a partir de agora, produzir roupas inteligentes que poderão incorporar
em seu tecido: celular, leitor mp3, GPS, sensores de monitoração médica,
dispositivos de segurança camuflados, entre outros dispositivos que
poderão funcionar com a energia, do calor e do movimento corporal, do usuário. A
moda nunca mais será a mesma!
O grafeno é uma descoberta que não tem limite para uso e aplicação.
Alguns especialistas já dizem que, daqui a uns vinte anos, carros com
motor a combustão interna serão definitivamente enterrados e os nossos
pulmões, com certeza, agradecerão!
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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