Número 384
Eles Estão Voltando
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Os discos de vinil voltaram de
forma triunfante e, toda vez que ouço uma gravação, me vem à lembrança aquela
época, para mim inesquecível, dos gravadores de rolo.
Eu tinha o costume de comprar vinis e, aqueles que eu logo gostava, na primeira
vez que os ouvia, copiava em uma fita de rolo. Depois, ficava curtindo aquela
gravação, sem pipocas nem chiado, praticamente igual à original. E só conseguia
obter uma assim cópia tão boa por um simples motivo: eram cópias analógicas!
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Pelas minhas mãos, passaram diversos gravadores de rolo e, talvez, o mais
bizarro, dos anos setenta, foi um Akai, X2000SD, capaz de gravar e
reproduzir cassetes, cartuchos de 8 pistas, daqueles usados em automóveis,
e também, é claro, as fitas de rolo. Eram chamados de open reel
(carretel aberto) e alguns, como os Revox, Teac, e outros, admitiam rolos
de 10", e os mais simples aceitavam apenas rolos de 7". Eram
também chamados de
Tape Decks, pois necessitavam de um estágio de amplificação externo,
apesar que havia alguns modelos com amplificação própria, dotados de
caixas acústicas internas, e até alguns modelos com caixas acústicas
destacáveis.
Existiam gravadores de
alta fidelidade, naquela época, que usavam de duas a três cabeças. No
modelo de duas cabeças, havia a cabeça de apagamento e a de gravação,
que era conjugada
com a de reprodução. Nestes modelos, não era possível a monitoração, em
tempo real, do sinal gravado. No gravador de rolo de três cabeças, elas
eram separadas: uma de gravação, outra de reprodução e a última de apagamento, e permitiam a
monitoração da fita simultaneamente à gravação. Outro recurso
importante, que continha, era o
sistema de redução de ruído Dolby, que eliminava aquele chiado
característico das fitas de rolo.
Quando
gravava, no meu Teac 2500, era uma satisfação, pois, simultaneamente, através da tecla record
bias, ouvia o sinal gravado, o que me permitia ajustar o som de forma precisa, para
que ficasse idêntico ao original. Havia a opção de
gravar em 7" 1/2 ips, que era a velocidade mais usada, e havia
também, para uso
profissional, em estúdios, a velocidade de 15" ips e até a de 30" ips.
Olhando para trás, ficaram realmente boas lembranças. No entanto, afinal, nem tudo
é passado ou está perdido. Junto com o renascimento do vinil, já existe
uma opção para os audiófilos com bolsos sem crise. O gravador
Ballfinger M 063 é um indício da volta dos gloriosos gravadores de rolo.
A partir de agora, um nicho ainda mais exclusivo, para os apaixonados por
áudio, se forma na Europa. O lançamento do Tape Deck Ballfinger M
063, na feira Norddeutsche HiFi Tage, em Hamburgo, em fevereiro deste
ano, reflete
essa tendência. Além desse gravador maravilhoso, essa empresa alemã, de
design industrial, produz
equipamentos high end, como toca discos e toda uma linha
sofisticada de áudio.
O preço do M 063 não é muito
convidativo, pois fica em torno dos 27 mil euros. Entretanto, identifica
o retorno triunfante de um equipamento necessário, para se ter uma gravação
puramente analógica, principalmente pelo número crescente de empresas
vendendo fitas de rolo. Isso é maravilhoso e muito promissor, para um grupo de audiófilos obcecados pela
suprema qualidade da fita magnética master.
Espero que, no futuro,
tenhamos mais opções de gravadores, com preços mais acessíveis, para que os audiófilos menos abastados possam também usufruir dessa paixão que é o
analógico.
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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