Número 379
Uma Sonoridade
Perigosa
Psicoacústica
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Da mesma forma que a música pode
nos fazer bem, inclusive curar doenças, através de freqüências que nos fazem
relaxar (Veja
Audiophile News 196),
existem também ondas sonoras que podem ferir, incapacitar, ou mesmo matar
qualquer ser vivo.
Algumas
armas sônicas estão atualmente em pesquisa e desenvolvimento pelos militares e
forças policiais.
© 2008-2018 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Outras têm
existência apenas no reino da ficção científica. Algumas dessas
armas são descritas como balas sônicas, granadas sônicas ou canhões
sônicos. Algumas geram um raio de som dirigido, ou ultra-som, e ainda há
aquelas que produzem um campo sonoro local. Ondas sonoras, extremamente
energizadas, podem perturbar ou destruir os tímpanos de uma pessoa,
causando desorientação e dores intensas, o que é suficiente para
incapacitar alguém. Ondas menos potentes causam náuseas e desconforto em
seres humanos. A utilização dessas freqüências, para incapacitar pessoas,
tem sido aplicada tanto no contra terrorismo, quanto no controle das
multidões. Ao longo do ano de 2017, ao menos 21 representantes dos
Estados Unidos, em Cuba, relataram terem sido vitimas de ataques sonoros
intensos na
capital Havana.
Estudos têm mostrado que a exposição às ondas ultra-sônicas, de alta
intensidade, com freqüência entre 700 KHz e 3.6 MHz, é capaz de causar
danos intestinais e pulmonares em ratos. Padrões de freqüência cardíaca
afetados por estimulação vibro acústica têm resultado em conseqüências
negativas sérias, como palpitação arterial e braquicardia. Há também
a utilização de canhões sonoros na agricultura, para espantar aves
danosas e, em aeroportos, com o intuito de afastar pássaros
que eventualmente poderiam danificar as turbinas dos aviões.
Costumamos dizer
que som é uma vibração que se situa entre 20 Hz e 20 KHz,
provocada por um determinado estímulo, em um meio material, seja ele
sólido, líquido ou gasoso. isto porque é nessa faixa de freqüência que se situam os
sons audíveis ao ouvido humano. Abaixo dela está o infra-som e acima o
ultra-som. Enquanto a freqüência do som pode ser representada por uma
onda senoidal, a amplitude da onda significa a energia que o som
transporta, que é medida em decibéis (dB). Temos, como alguns exemplos simples,
as cornetas de áudio, as buzinas, e as vuvuzelas, que são capazes de
amplificar o som até os insuportáveis 125 db.
Ao pensar em uma arma sonora, logo
somos levados a imaginar uma sofisticação que
somente a tecnologia moderna seria capaz de oferecer. Contudo a
utilização do som, como arma, não é uma idéia nova. Os primeiros relatos
sobre experimentos com armas sonoras datam da segunda guerra mundial,
mais precisamente de 1944, quando a Alemanha já estava em vias de ser
derrotada.
Alberto Speer, o chefe da arquitetura de Hitler, teria empenhado as
equipes sob seu comando no desenvolvimento de uma arma sônica, chamada
canhão sonoro. O objetivo de Speer era criar um equipamento
mortífero, baseado em uma caixa de ressonância capaz de gerar mil
explosões por segundo, cujo resultado sonoro seria potencializado por
refletores, em forma de parábolas, que direcionariam as ondas mecânicas
do som para alvos localizados até a 90 metros de distância. Se esse alvo fosse uma pessoa,
seus órgãos seriam comprimidos de maneira letal, o que levaria a
uma morte dolorosa em 30 segundos. Felizmente não há registros de que Speer tenha obtido sucesso com os experimentos que realizou.
Alertamos que
intensidades sonoras acima de 85 dB já começam a ser prejudiciais para a
nossa audição.
O negócio é continuarmos
escutando música de forma relaxante, deixando de lado essas idéias
malucas de usar freqüências sonoras muito altas, que poderiam prejudicar
nossos ouvidos e também nossa saúde.
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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