Número 365
Os Clássicos da
Minha Vida
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Pelas minhas
mãos, já passaram inúmeros equipamentos de áudio nesses cinqüenta anos dedicados
ao som e à música. Já tive amplificadores da Scott, Fischer, Quad, Leak, todos
obviamente valvulados. Caixas da Tannoy, JBL, Wharfedale entre outras.
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Em meados da década de sessenta,
um amigo meu importou um sistema completo, que consistia num pré amplificador Marantz modelo 7, amplificador Marantz 8B, tocadiscos AR XA e caixas
acústicas AR 3. Foi nessa época que a AR lançou seu primeiro toca discos
com prato e braço independentes da base, trabalhando em suspensão,
invenção de Edgard Vilchur. Na feira de Las Vegas, uma pessoa
demonstrava, batendo levemente com um martelo de borracha, na parte
superior, que o disco não pulava. Um sucesso de vendas e
tecnologia para a época.
Quando ouvi esse sistema, foi paixão à primeira ouvida. Além de possuir uma
sonoridade fantástica, tinha duas entradas de phono, ajuste de graves e
agudos, através de um banco de resistores, controle de balanço, rumble
filter, equalizador para gravações, filtro de altas freqüências e
tape monitor.
O power 8B tinha 35 watts RMS por canal, e utilizava válvulas EL34 de
saída, ajuste de bias para cada válvula, e uma sonoridade fantástica. As
caixas acústicas AR 3, com aquele grave de suspensão acústica, que era
peculiar àquele projeto, tinham uma velocidade e extensão de graves
inacreditáveis, para aquela época, dentro de um gabinete de dimensões
bastante reduzidas. Nos anos setenta, me recordo que uma grande
maioria dos audiófilos possuía caixas AR.
Esse, sem dúvida, foi o sistema mais marcante que tive a oportunidade de
escutar, quando ainda nem se pensava em digital. Tempo dos meus saudosos 16
anos de idade.
Naquela época, havia também um amigo que possuía um power McIntosh 240, com
quarenta watts por canal, utilizando válvulas 6L6, um pré da mesma
marca, modelo C22, um toca discos Thorens e duas caixas Wharfedale, num
projeto de canto de parede, com woofers de 15 polegadas,
médios e tweeters virados para cima, num palco maravilhoso para
aqueles anos. A sala tinha grandes dimensões, o que favorecia uma audição
agradável, num ambiente com um tratamento acústico simples, porém
eficiente. A sonoridade era extremamente macia e confortável, onde
perdíamos horas escutando as nossas músicas de jazz preferidas e os clássicos,
onde a expressão cansaço auditivo não existia.
Atualmente, temos equipamentos fantásticos, sem dúvida, embora a
involução provocada, quando do surgimento dos cd players, do início
da década de 80, deixou marcas negativas em muitos sistemas de áudio.
Naquela época, as coisas eram mais compráveis, ou seja, não machucavam
tanto nossos bolsos. Nos dias de hoje, existe uma gama de produtos de
alta tecnologia e sonoridade. Mas eu gostaria de voltar no tempo e escutar
novamente aqueles equipamentos, para poder fazer uma avaliação mais
precisa. Porém, se eles ficaram na minha memória, até os dias de hoje, sem
dúvida, algo de muito especial eles tinham!
Ótimas audições a
todos! Aquele abraço!
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