Número 343
Sua Majestade O
Piano
Instrumentos Musicais
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Apesar de ter estudado violão, principalmente por causa da bossa nova, pela qual
sou apaixonado, cresci ouvindo um piano Bechstein, que minha mãe executava com
maestria, tocando as obras de Bach, Chopin, Mozart, Debussy e tantos outros.
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Minha paixão pelo piano sempre foi grande, por ser um instrumento
completo e com uma sonoridade maravilhosa.
Quando
se menciona o renascimento italiano, os nomes que, em geral, vêm à nossa
mente são: Médici, Da Vinci e Galileu. Poucas são as pessoas que já
ouviram falar de Bartolomeu Cristofori, um artesão talentoso, que viveu
e trabalhou nesse período. Você poderá nunca ter escutado este nome, mas certamente
conhece sua maior invenção, o harpsicórdio, com altos e baixos (extensão
do instrumento), o antecessor do piano atual.
Um
inventário dos instrumentos musicais dos Médici, feito em 1700, revelou que o
primeiro piano foi criado por Cristofori, mais ou menos nessa data,
embora originalmente tivesse sido chamado de arpicembalo
pela semelhança com o cravo. A data de sua invenção é considerada como algo
entre 1698 e 1699, mas Cristofori poderia ter estado trabalhando no seu
instrumento desde 1694, apesar de só tê-lo apresentado ao público muito
mais tarde, em 1709.
Esta invenção
acabou se tornando conhecida como pianoforte, união dos termos
italianos para suave e forte. Desenhos e descrições, do design original
do piano, foram publicados em 1711. E, a partir daí, os fabricantes de instrumentos, por
toda a Europa, começaram a tentar recriar o instrumento inovador de Cristofori, especialmente Gottfried Silberman, da Alemanha. Silberman
se tornou tão conhecido por seu trabalho com o piano, que tem sido muitas vezes
chamado, incorretamente, de seu inventor. Apesar de ter tido um papel
fundamental na história do piano, e de ter sido o precursor do pedal de
sustentação, Gottfried dependia dos desenhos de Cristofori para criar sua própria
versão do instrumento.
Um piano comum tem geralmente 88 notas, porém existem os mais extensos,
como é o caso do Bösendorfer 290, que possui 97 notas musicais e que,
por esta sua extensão, passou a ser chamado
de instrumento completo.
O piano de cauda foi assim denominado, por ter as cordas colocadas
horizontalmente, e é apresentado nas versões: 1/4 de cauda, meia cauda e cauda completa.
Existe também o piano vertical, que tem as cordas colocadas
verticalmente, e que costuma ser chamado de piano de parede, porém os martelos não se beneficiam da força da
gravidade.
Para quem se interessar, existe um cd, da gravadora alemã TACET, que
possui uma obra de Boris Blacher, intitulada Três Peças para Piano, onde
uma
mesma composição é executada por 5 pianos diferentes, ou seja: por um Bechstein,
por um Bösendorfer 290 Imperial, por um Fazioli F 308, um Steinway D-274 e
um Yamaha CF-lll.
Infelizmente, não consta dessa gravação nenhum piano da Baldwin, que também
é considerado mais um dos grandes instrumentos, e também adorado por muitos
pianistas famosos como Earl Wild (Audiophile News 340).
Exatamente por causa da
sua complexidade e extensão harmônica, o piano é um
instrumento difícil de ser reproduzido, pelos sistemas de áudio, mesmo
os mais sofisticados. No entanto, é importante ressaltar que a qualidade de reprodução também depende muito da
gravação, ou seja, da perfeita captação dos microfones, ambiência e técnica
de estúdio.
Ótimas audições a todos!
Aquele abraço!
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