Número 335
De Volta ao Passado
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Gosto, às vezes, de recordar um pouco os momentos que vivi, na época do áudio
romântico, momentos inesquecíveis de uma era absolutamente analógica.
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É incrível o número de
equipamentos que existiam nos anos sessenta e setenta, que, com certeza,
os jovens audiófilos nunca ouviram falar. Período em que reinavam os
gravadores de rolo, os amplificadores valvulados, os toca discos
fantásticos para a época, tuners de alta qualidade, gravadores
cassete cada vez mais sofisticados.
Faziam sucesso os amplificadores integrados, com tuners separados,
como os da Trio, por exemplo, marca que, no Japão, era conhecida como Kenwood.
Naquela época, havia essa mania de trocar os nomes das marcas dos países de origem que
abasteciam o mercado americano. Phillips era Norelco, Akai era a
Roberts, a Lafayette era uma imensa rede de lojas, que vendia seus
produtos também originários de fabricantes japoneses. Naquele tempo,
parece que os
americanos tinham vergonha de vender produtos japoneses.
Quem diria que hoje são os chineses que dominam o mercado de
equipamentos de áudio, apesar de que muitas marcas inglesas ainda
escondem essa informação na etiqueta de seus aparelhos.
Naquela época, havia
também um mercado muito forte para a venda de sistemas
integrados, como os Sansui, por exemplo, compostos por toca discos, receivers, amplificadores integrados e caixas, vendidos numa espécie de
pacote completo.
Citando
algumas marcas, consideradas top, naqueles anos, tínhamos a Ferrograph
inglesa, com seus gravadores de rolo que possuíam uma sonoridade
excepcional. Outra marca excelente era a Leak, com amplificadores de Harold Leak, um
dos gênios precursores dos projetos de áudio High End. Esses
amplificadores foram
considerados um produto que marcou época em termos de qualidade sonora.
Quem
também fabricava toca discos excelentes, naquela época, marca que até
hoje é símbolo de produtos top, era a Elac. Eu tive um Elac Miraphon
22H, fabricado em 1968, que era uma jóia de qualidade e construção. Outra
marca inesquecível, foi a empresa noroeguesa Tandberg, em termos de gravadores de rolo,
que tinham uma excelente qualidade sonora e uma construção tal que mais
pareciam tanques de guerra. Eu cheguei a escutar um modelo da série 15 e
jamais esqueci a precisão sonora e mecânica que eles possuíam.
Outra marca de toca discos, que fez muito sucesso, foi a Dual
inglesa, principalmente com o modelo 1019. Era de uma precisão construtiva
e uma qualidade sonora que fazia parte do sonho de consumo
de muitos audiófilos dos anos sessenta e setenta.
Outra marca significativa, no mercado de áudio, foi a Scott, com seus amplificadores e
tuners. O modelo 260 de 120 W, com 40 W RMS por canal,
tocava muito bem, assim como o modelo 342 B receiver que tinha
uma excelente qualidade de FM.
Outro produto inglês que marcou época, pela qualidade sonora, foram as
caixas da Celestion, principalmente os modelos Ditton 10, 25 e 15, que
foram ícones no final dos anos sessenta.
Gostaria de encerrar com um produto que foi um dos precursores daquilo
que chamamos de evolução do conceito de toca disco moderno que, para os
anos sessenta, era um ícone em termos de construção e precisão. O Transcriptor
inglês, com sua base apoiada por três pontos e disco também
apoiado por pontos, com o mínimo de contato com o prato, braço e motor
de altíssima precisão, era o sonho da maioria dos audiófilos puristas da
época com um design que mais parecia uma nave espacial.
Num próximo artigo, falarei das marcas consideradas High End
absolutas, da época, como McIntosh, Marantz, Fischer, Revox, Thorens e
tantas outras que fizeram e fazem, até os dias de hoje, o sonho da maioria
dos audiófilos exigentes.
Ótimas audições a todos!
Aquele abraço! E até a próxima!
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