Número 329
Os Mestres do Piano
no
Jazz
1a. Parte
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
O piano é considerado o instrumento musical mais completo que existe. A sua
abrangência é, na média, de sete oitavas. Ou seja, outros instrumentos, ou até
mesmo a voz humana, não conseguem reproduzir todos os sons que o piano
disponibiliza.
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Existem
pianos, como alguns modelos do Bösendorfer, por exemplo, que possuem
oito oitavas, ou seja,
na freqüência mais baixa,
podem chegar até aos 27 Hz.
Como um jazzista fanático,
que sou, vou comentar a respeito dos pianistas
mais considerados, ao longo dos anos, que marcaram época pela
genialidade e criatividade na improvisação.
Bill Evans: Foi um dos mais importantes músicos de jazz
da historia, e tem sido considerado uma referência para muitos pianistas
até a atualidade. Suas
interpretações inventivas e o uso da harmonia impressionista influenciaram toda uma
geração de pianistas, incluindo Herbie
Hancock, Keith Jarret, e a nossa brasileira Eliane Elias.
Oscar Peterson: Pianista de jazz, canadense, também foi considerado, por
muitos críticos, como um dos maiores pianistas de jazz de todos os
tempos. O mais irônico é que começou a estudar trompete, com seu
pai, aos cinco anos de idade. Porém, após a contração de uma tuberculose,
dedicou-se exclusivamente ao piano. O trio formado por ele, no piano, Ray
Brown, no baixo, e Ed Thigpen, na bateria, foi responsável por inúmeras
gravações históricas de jazz.
Dave Brubeck: Não era muito interessado em aprender por métodos,
simplesmente queria compor suas próprias melodias. Estudou com o
compositor Francês Darius Milhaud, e criou seu primeiro quarteto em 1951.
Logo em seguida, veio com um octeto, com a participação de Cal Tjader e
Paul Desmond. Já no famoso quarteto, a gravação de Take Five,
transformou o quarteto num campeão de vendas. Brubeck, Paul Desmond, Joe
Morello e Eugene Wright, formaram um grupo de extrema precisão, quase
telepática, nas suas interpretações. Dave Brubeck faleceu idoso, às vésperas de
completar 92 anos.
Thelonius Monk: Considerado um dos mais
importantes músicos de jazz,
foi um pianista único. Tinha um estilo diferenciado de improvisar
e tocar. Ficou famoso por seus improvisos de poucas e boas notas. Cada
nota entrava perfeitamente no contexto da música, numa mistura melódica
e rítmica. Tocava o piano curvado, com má postura e também mau
dedilhado, com os dedos rígidos, que batiam nas teclas com dureza, como se fossem um martelo. Não era bem visto pela crítica, porém
havia unanimidade entre os jazzistas quanto à sua grande capacidade. Compôs nada mais nada menos que Round Midnight, o standard do jazz mais gravado de todos os tempos.
Errol Garner: Realmente
foi um gênio.
Tive oportunidade de assistir seu show no
Teatro Municipal de São Paulo. Autodidata, continuou a
tocar de ouvido ao longo de toda sua carreira, ou seja, nunca
aprendeu a ler música. Dono de uma técnica natural, tinha domínio
absoluto do
piano. O nosso grande Nelson Freire, nas horas de folga,
costumava escutar e admirar Errol Garner, pela alegria com que executava
o piano. Sua mais conhecida composição, a balada Misty, tornou-se um
clássico do jazz com inúmeras gravações pelo mundo.
No proxímo Audiophile News, darei continuidade a este artigo, mostrando
uma geração mais recente de pianistas, também geniais.
Ótimas audições a todos! Aquele abraço! E até a próxima!
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