Número 298
Dois Tesouros Históricos
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Há
algum tempo, estava lendo um livro intitulado Kind of Blue, referente
a uma gravação histórica realizada em 1959. Por coincidência, uma outra
gravação,
Time Out, realizada no mesmo ano, pelo quarteto de Dave Brubeck, também ficou para a história.
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Segundo muitos críticos, essas duas gravações foram consideradas os dois momentos
do jazz mais importantes de todos os tempos e, sem dúvida, concordo com eles, por fazerem
parte de um estilo diferenciado, executado por músicos extraordinários, bem do meu gosto.
A gravação
Time Out foi realizada entre 1º de julho e 18 de agosto de 1959. Caracteriza-se pelo pioneirismo no uso de compassos inusitados no jazz, como o
tempo de valsa 5/4, usado no grande sucesso Take Five, e o tempo 9/8,
encontrado na
famosa Blue Rondo a La Turk. Este disco está na lista dos 200
álbuns definitivos, contidos no Hall of Fame das gravações mais famosas de todos
os tempos.
Embora o álbum tivesse a intenção de ser experimental e, na época de seu
lançamento, tenha recebido
avaliações negativas pela crítica, tornou-se um dos
mais conhecidos álbuns de jazz, chegando ao segundo lugar em vendagem de acordo
com a revista americana Billboard. Os músicos Dave Brubeck, no piano, Paul Desmond,
no sax alto,
Eugene Wright, no baixo e Joe Morello, na bateria, sem dúvida, mudaram a história do
jazz. Inclusive, Brubeck chegou a ser capa da revista americana Time em
1954.
Kind of
Blue foi lançado em 17 de agosto de 1959, pela Columbia Records nas versões mono e
estéreo. A gravação foi realizada no 30th Street Studio, em Nova Iorque. Foi um encontro
mágico que, além de Miles Davis, contou com a presença do pianista Bill Evans, do
baterista Jimmy Cob, vivo até hoje, do baixista Paul Chambers e dos saxofonistas
John Coltrane e Julian "Cannonbal" Adderley.
Pela
crítica especializada, Kind of Blue tem sido aclamado como o mais bem sucedido
trabalho de Miles Davis e é a obra de jazz mais vendida da história. Em 7 de
outubro de 2008, o disco recebeu certificação de Platina Quádrupla, pela RIAA (Associação das Indústrias Fonográficas Americanas), com vendagem de mais
de quatro milhões de cópias somente em seu país de origem. O LP é reconhecido
também pelas autoridades musicais como a obra prima de Davis e o maior álbum
já criado do gênero.
Além de
tudo, estas são duas gravações primorosas, considerando que foram gravadas há 57 anos.
No caso de Kind of Blue, existem gravações em vinil, realizadas a partir de
fontes digitais e analógicas. Caso o leitor opte pelo vinil, procure as
gravações puramente analógicas que, sem dúvida, são superiores.
Outra
dica, que vale a pena, é o livro Kind of Blue, contando a história da obra prima
de Miles Davis, escrito por Ashley Kahn. É um relato da gravação de um dos maiores
álbuns de jazz da história. Pode ser encontrado na Saraiva e na Cultura.
Boas audições
a todos!
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