Número 290
Um CD em Formato de Vinil
Mídia Gravada
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Sem dúvida,
nós voltamos à era do vinil. O cd, que prometia maravilhas, a meu ver, sucumbiu,
diante da qualidade de áudio que o vinil proporciona principalmente para os audiófilos.
Apenas restava ser resolvida aquela incômoda presença de ruído, característica dos cds.
E agora, esta mídia que, por algum tempo fez com que nos encantássemos por ela, está fadada a desaparecer, a
longo prazo, sendo substituída por servidores de música digital.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Uma
coisa tenho notado há muito tempo. Possuo inúmeros vinis, com gravações de
mais de cinqüenta anos, que não têm um ruído sequer e nunca foram lavados.
Alguns, que comprei novos e lacrados, já vieram com pipocas e ruídos de fábrica.
Nestes, fica a dúvida se o problema está na qualidade do vinil, ou se são problemas de
prensagem. É lógico que uma boa limpeza nos discos, antes de tocá-los, ou
uma boa lavagem, através de uma máquina apropriada, faz uma enorme diferença.
Eu tenho, aqui em minhas mãos, um vinil que simplesmente extrapolou todas as minhas
expectativas audiófilas. Foi gravado pela Bauer Studios, na Alemanha, numa série
intitulada Studio Konzert, por um conjunto chamado Triozean que é composto por piano,
baixo e bateria. A gravação foi feita em tempo real, ao vivo, direto para um gravador Studer A820 análogo stereo.
Esta foi uma gravação limitada, puramente analógica AAA,
numerada à mão, em vinil de 180 gramas. Na contracapa, vem descrita a posição
exata dos instrumentos, para uma melhor percepção do palco sonoro, e nos chamam
a atenção a informação do número e dos tipos de microfone utilizados para cada instrumento. Sete
microfones para a bateria, três para o piano, um para o contrabaixo acústico e
outro junto ao amplificador do contrabaixo elétrico. O console de gravação é uma
mesa AMS Neve VXS de 60 canais.
Apesar de todas essas características fantásticas de gravação, na
realidade, o que mais me chamou a atenção foi a ausência de ruídos. A sensação que tive,
quando escutei, foi semelhante ao fato de estar escutando um cd puramente
analógico. Ao longo de toda gravação, nenhuma espécie de chiado ou ruído de fundo
se deixou transparecer, mesmo depois de tê-lo rodado diversas vezes.
O segredo está, sem dúvida, na qualidade maravilhosa do vinil, junto a uma
prensagem de altíssimo nível, o que tornou essa gravação indiscutivelmente
diferenciada.
Se, num futuro próximo, todas as gravações em vinil forem desse nível, definitivamente
poderemos enterrar nossos cds num cemitério!
Boas audições
a todos!
Bandejas Antirressonantes Bandstand
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