Número 259
O Analógico e a Revolução Digital
Equipamentos e Cabos
Flavio Adami
flavioadema@uol.com.br
Estamos vivendo num mundo cada vez mais digitalizado. Praticamente
tudo que nos cerca é digital. As gravações de música em estúdio e as velhas imagens
analógicas estão sendo substituídas pelas modernas transmissões digitais. E
vários outros exemplos, como o
streaming, que é uma forma de distribuição de conteúdo digital na rede,
realizada de
maneira instantânea, os sistemas de amplificação, os servidores de música e muito
mais.
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Nestes últimos dias, estamos testando, em nosso laboratório de audição crítica, os
equipamentos da Devialet. Sem dúvida, temos nos deparando com mais uma forma revolucionária de
reproduzir música, através de equipamentos extremamente compactos, porém com uma
qualidade de áudio excelente, digna dos mais respeitados equipamentos audiófilos
de alto padrão existentes no mundo.
Testamos a entrada phono
do amplificador integrado Devialet 250.
O que me chamou atenção foi o encontro de um moderno equipamento audiófilo, que também utiliza soluções digitais, com a velha tecnologia dos toca
discos, na minha opinião musicalmente insubstituíveis até os dias de hoje.
Interesasante
que, através de uma ferramenta de configuração on-line, podemos definir precisamente as
características do estágio de phono, para combinar com a cápsula que estamos
utilizando como, por exemplo, moving coil ou moving magnet, tensão
de saída em milivolts, impedância de carga e capacitância de carga. Ou seja, o
equipamento
não tem uma placa eletrônica de pré de phono interna, mas sim o hardware que
permite, através do software, programar as entradas phono, com opções várias de
curva RIAA, como também selecionar mono ou estéreo.
Mas, o que mais
chamou minha atenção, nas minhas primeiras impressões de audição com toca discos,
foi a excepcional qualidade de áudio que foi conseguida, utilizando cápsulas de
custo baixo, como a Ortofon 2M RED e a Audio Technica AT 95E.
O resultado
que escutei foi surpreendente, principalmente nos quesitos corpo harmônico,
equilíbrio tonal, textura e, em especial, na extensão dos graves. Firmes,
articulados e também macios, lembrando a sonoridade dos velhos
valvulados que escutava naqueles idos tempos que trazem saudades, porém com um silêncio de
fundo que permite que escutemos detalhes nas gravações, que saltam aos ouvidos,
coisa que não havia nos velhos tempos.
Escutei
vários vinis de jazz, de minha preferência, como Dave Brubeck, LA 4, Milt Jackson
e outros, que mostraram muita autoridade nos graves, impacto dinâmico,
transparência e um palco sonoro amplo e tri dimensional.
Entretanto, os
que chamaram ainda mais minha atenção foram os clássicos, principalmente as
gravações da Deutsche Grammophon de prensagem alemã, que mostraram um
corpo harmônico, dos violinos e cellos, com uma sonoridade refinada e uma
sensação de presença física impressionantes.
Esse, na minha
opinião, foi o encontro mais feliz entre uma tecnologia digital híbrida ultra
moderna e a velha criação de Thomas Edson, o nosso insuperável toca discos. É
pura música fluindo com naturalidade e é isso que importa.
No próximo
artigo, escreverei sobre os vários modelos da Devialet, sistemas de
amplificação, o incrível up grade e o resultado que é possível alcançar através
do sistema SAM e tudo mais que essa tecnologia pode oferecer, inesgotável de
novas soluções tecnológicas.
Ótimas audições e aquele abraço!
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