Número 216
Parâmetros da Avaliação Musical
4ª. Parte
Acústica
Flávio
Adami
flavioadema@uol.com.br
Corpo Harmônico
Vamos agora entrar em um assunto de grande importância e que também
depende bastante da qualidade do equipamento, que é o corpo harmônico.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
Todos os direitos reservados
https://www.byknirsch.com.br
O corpo harmônico se refere basicamente ao tamanho dos instrumentos.
Como exemplo, podemos citar o piano de cauda como um instrumento de grande corpo
harmônico, em contraste a uma flauta, que obviamente tem um corpo harmônico pequeno,
pelo seu tamanho diminuto. Mas apesar das diferenças de tamanho, ambos possuem
uma reprodução sonora com um corpo próprio, dependendo obviamente do tamanho
físico do instrumento.
Na reprodução de um equipamento de áudio, este conceito refere-se ao tamanho da
imagem que pode ser percebida pelo som dos instrumentos ou vozes. É o corpo
pelo qual o sistema apresenta as imagens sonoras associadas com suas riquezas
tonais. Todo instrumento tem um corpo físico, que lhe confere um tamanho
acústico próprio. Por exemplo, um contrabaixo inicia uma nota, quando uma corda
é puxada e solta pelo dedo do músico. A corda vibra, emitindo um som, mas isto também
faz com que a enorme caixa de ressonância do contrabaixo entre em vibração, reproduzindo um
som grave, adicionado de harmônicos, característica de todo instrumento. A isto
também podemos chamar de tamanho sonoro.
Quanto mais sofisticado for o equipamento,
poderemos perceber, por exemplo, as diferenças entre os vários tipos de piano
com maior clareza, ou a diferença de corpo entre um sax
barítono e um sax tenor, ou as diferenças sonoras entre uma viola, um
violino, um cello e um contrabaixo.
Quando da captação de um instrumento, através de microfones, quanto mais próximos
eles estiverem do instrumento, maior será o corpo harmônico do mesmo. Este
quesito também depende muito da intenção do produtor musical, em dar maior ou
menor ênfase ao corpo dos instrumentos. Assim, o corpo harmônico se altera de
acordo com a proximidade dos microfones ou dos ouvidos que captam os
instrumentos.
No caso dos equipamentos de áudio, o ideal é que tenhamos algo que reproduza
os sons com
perfeição, desde os graves mais baixos até os agudos mais altos. Entretanto, isso
demanda a utilização de caixas acústicas de porte maior, mesmo sabendo que nem todos
os ambientes permitem isso. Hoje em dia, temos caixas tipo bookshelf, que
reproduzem graves extensos e de boa qualidade. Entretanto, não podemos nos esquecer
que num sistema que começa nos 60Hz, comparado a um que parte dos 30Hz, temos
uma oitava de diferença. Isto é extremamente importante, principalmente para
aqueles que curtem concertos de piano de cauda, órgão e também grandes orquestras
sinfônicas, momentos que nos dão a sensação daquela audição confortável, com qualidade e
muito corpo harmônico.
Como exemplo de gravações que mostram bem as características de corpo harmônico,
poderíamos citar:
-Two of Mind. Paul Desmond e Gerry Mulligan, faixas 1 e 4, Gravadora
RCA, CD 20.038, que mostra bem o contraste entre um sax alto e um sax barítono.
-The Brass Orquestra. JJ Johnson, faixas 1,3,7 e 10, Verve CD 3145373212,
que mostra a diferença entre trombone, sax e trumpete. Veja o CD de Referência:
J. J. Johnson e Jim Anderson!
.
Boas audições a todos!
Bandejas Anti-Ressonantes
https://www.byknirsch.com.br/produtos-antiresson-bandstand.shtml
|