Número 214
Parâmetros da Avaliação Musical
3ª. Parte
Acústica
Flávio
Adami
flavioadema@uol.com.br
Dinâmica
No artigo anterior, falei a respeito de textura, parâmetro de vital
importância no contexto de um equipamento verdadeiramente high end.
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Neste artigo, entrarei num item também fundamental, que apesar de não
ter muito a ver com refinamento sonoro, tem uma enorme importância, haja vista
que a música ao vivo possui uma energia que, mesmo de olhos fechados, nos traz
aquela gratificante sensação
de presença física dos instrumentos e vozes. Estamos nos referindo à dinâmica.
De maneira sucinta, dinâmica é a capacidade que um sistema de áudio tem para reproduzir
as variações da intensidade sonora.
Nesse contexto, estão incluídas duas variações sonoras, a macro
dinâmica e a micro dinâmica. Macro dinâmica é a diferença entre a sonoridade mais
baixa, que um sistema pode reproduzir, e a sonoridade mais alta. Essa faixa
dinâmica, na reprodução, costuma ser de, no máximo, 2 dB nas músicas de rock e pode
alcançar 20 dB numa orquestra sinfônica, sendo que, na música ao vivo, pode
passar dos 100 dB. A macro dinâmica é um componente essencial na apreciação musical e um dos que
mais sofrem em sistemas de reprodução de áudio e também nas gravações. A
dinâmica conseguida numa reprodução ao vivo, dificilmente pode ser atingida,
mesmo nos equipamentos mais poderosos, de alta potência, que necessitam de
caixas enormes e salas de grandes dimensões, para tentarem chegar próximo daquilo
que escutamos ao vivo, mas nunca da mesma forma.
A micro dinâmica, ao contrário, é a dinâmica em pequena escala, aquela que permite que
pequenas variações na intensidade sonora, independente do volume, sejam
percebidas. Ela não dá sentido de impacto, mas revela a existência de pequenas nuances
musicais. Tem a ver com a velocidade de resposta do sistema (também com a
velocidade de subida, slew-rate) e com a capacidade de reprodução de transientes
e de sua recuperação. Conseguir ouvir, dentro de um tutti orquestral,
por exemplo, as pequenas variações do trêmulo das cordas, as sutis variações da pressão
sonora de um trompetista, ou as inflexões da voz de um cantor, são indícios que
nos mostram que o sistema apresenta uma boa
micro dinâmica.
Do conjunto composto pela macro e micro dinâmicas, extraímos a vivacidade e
a expressão da execução musical, reproduzindo e manifestando todas as nuances da
obra do compositor. É o que nos dá aquela tão almejada sensação de presença física dos
músicos.
Para nós, que buscamos um som de qualidade, é fundamental que
exista uma perfeita coerência entre a potência da amplificação e a eficiência
das caixas acústicas. Caixas de baixa eficiência geralmente não combinam com
amplificadores valvulados de média potência. Os valvulados de baixa potência,
com saída tipo single
ended, casam bem com caixas com eficiência acima dos 100 dB. Sistemas de caixas
tipo eletrostáticas ou isodinâmicas, como as Magnepan, por exemplo, necessitam de amplificação de grande potência e também
de enormes fontes de
alta corrente.
Como vocês podem ter notado, tudo tem que ser montado com muito critério, para
que venhamos a obter um conjunto que apresente boa dinâmica, tanto micro como macro,
de forma a nos permitir usufruir um pouco daquela sensação que só a musica ao vivo pode
nos proporcionar.
Boas audições a todos!
Bandejas Anti-Ressonantes
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