Vejo, na internet, em muitos sites, inclusive americanos, e em vários
outros, pelo mundo afora, que muita gente
usa a difusão atrás das caixas acústicas em salas de reprodução de áudio.
Em várias salas de amigos meus também, sejam salas simples de audição, ou salas
de home theater, ou mesmo em salas de audição crítica, a difusão tem sido
usada atrás das caixas
acústicas. Em muitos casos, a difusão ocupa toda a parede do fundo da sala, mas, em
outros, ocupa somente o espaço que fica exatamente atrás das caixas acústicas, ou
então ocupa, na parede, somente o espaço entre as caixas.
Ao se realizar um tratamento acústico, procura-se criar, em torno do ouvinte,
uma região livre de reflexões sonoras (RFZ = reflexion free zone). Esta
região, livre de reflexões, é que possibilita ao ouvinte ouvir principalmente o som
vindo diretamente das caixas acústicas frontais. Isto reduz em muito o efeito
Haas, que não permite a correta formação do palco sonoro. As reflexões compactam
os vários planos que poderiam existir e também borram o recorte das
imagens do palco sonoro.
Para se criar esta região livre de
reflexões, é preciso absorver, se possível, toda a banda de audição das
primeiras reflexões na sala, em relação ao ouvinte. Existem, em uma sala, seis
regiões onde se criam as primeiras reflexões: uma em cada uma das seis
superfícies da sala, sendo que uma delas encontra-se na parede que fica atrás das caixas
acústicas. Considerando as caixas acústicas colocadas de forma simétrica, ao
longo da largura da sala, a primeira reflexão estará exatamente no meio da
parede do fundo, entre as caixas acústicas, na altura do ouvido do ouvinte sentado na
sua poltrona de referência. Como a banda audível é praticamente omnidirecional,
em todas as direções (somente nos agudos começa a ficar direcional), uma
área em torno deste ponto, cujo tamanho depende do tempo de reverberação da
sala em questão, deverá ser absorvida de forma, se possível, uniforme,
absorvendo os graves, médios e agudos. Normalmente é recomendada, nesta
região, a absorção dos agudos através de absorvedores porosos, e a absorção
dos médios e graves através de absorvedores de membrana, para cuja
finalidade os nossos
Absorvedores Acústicos Hybridline se prestam muito bem. Este procedimento oferece os
melhores resultados sonoros.
Porém, em muitas salas, apresentadas por revistas e sites,
encontramos o uso de difusores, colocados em localizações diferentes, na
parede que fica atrás das caixas. No entanto, estes elementos acústicos,
posicionados nestes locais, atuam de forma a reduzir a formação
do palco sonoro, dos vários planos sonoros e também borrando o recorte das imagens.
Portanto o uso de difusão atrás das caixas acústicas é um engano técnico
muito grande.
Muitas vezes, até encontramos
difusão/absorção exatamente atrás das duas caixas acústicas frontais, locais que não
representam os pontos de uma primeira reflexão e, assim, o seu resultado se
torna mais inócuo
ainda. Quem tiver a oportunidade de fazer experiências com
absorção e também com difusão, na primeira reflexão na parede atrás das caixas acústicas,
vai ter muita facilidade para decidir qual opção escolher. A absorção, sem
sombra de dúvidas, oferece o melhor
resultado sonoro, com grandes vantagens sonoras em relação à difusão.
Encorajo-os a fazer estas experiências, para constatarem por si mesmos as diferenças. A absorção,
na primeira reflexão, na região correta da parede que fica atrás das caixas acústicas, levará o seu sistema
a ficar mais
próximo do topo do pinheiro e, com isto, mais próximo do som ao vivo!!
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Boas audições
a todos! E muito cuidado, para que ninguém
entre por um galho do pinheiro!!...