Número 160
POSICIONAMENTO DE CAIXAS - 9ª. Parte
Cancelamento de Freqüências
Acústica
Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br
Introdução
Audiophile News já publicados a
respeito deste assunto:
78
e 87,
118 e
122, e esta nova série:
130,
133,
135,
139,
143,
146,
150 e
154. Neste artigo, vamos
continuar o estudo mais importante para nós, audiófilos, que é o problema das ondas estacionárias
de uma sala. No último artigo, fizemos uma análise de um diagrama de distribuição
modal por terço de oitava, para que todos pudessem utilizá-lo. Através dele,
poderemos identificar os prováveis modos estacionários que irão incomodar nossas
audições, se não conseguirmos neutralizá-los em nossas salas. Agora, iremos mostrar
dois princípios acústicos muito
simples e importante.
© 2010-2020 Jorge Bruno Fritz Knirsch
Todos os direitos reservados
https://www.byknirsch.com.br
Dois Princípios da Acústica.
A
reprodução sonora das
caixas acústicas, em uma sala, vai depender
de vários fatores, dos quais os principais, em ordem de importância, são:
-
O volume da sala e a relação entre as suas
dimensões;
-
As superfícies do ambiente, que poderão ser
reflexivas, absortivas, ou difusas;
-
A posição das caixas na sala,
considerando-se a DPF (distância da
face frontal das caixas até a
parede do fundo) e a DPL (distância da
face frontal das caixas até as respectivas
paredes laterais), ambas já apresentadas no
Audiophile News 139. E, além
disso, levando-se em conta
também a simetria do posicionamento das caixas no
ambiente;
-
A própria curva de resposta das caixas
acústicas e, finalmente,
-
O sistema de reprodução como um todo.
Notem que o volume da sala é um dos mais
importantes fatores que afetam a reprodução sonora. Cada um desses fatores
mencionados
interage no som, de forma que a curva de resposta final do sistema se torna uma conjugação
bastante complexa, decorrente da atuação de todos esses fatores
concomitantemente. E é isso o que ouvimos na nossa sala.
Como
podemos perceber, o posicionamento das caixas acústicas se reveste de uma importância
muito grande na reprodução e está em terceiro lugar na nossa lista acima. A
distância da face frontal das caixas para a parede do fundo (DPF) e também a
distância
da face frontal das caixas para
as
respectivas paredes laterais (DPL) influem sobremaneira sobre a resposta dos
graves (20Hz a 160Hz). Isto ocorre independentemente
das superfícies serem reflexivas, absortivas ou
difusas,
devido ao comprimento de
onda do grave ser grande e variar de 17,20m a 2,15m.
Ocorre agora um fenômeno
interessante que algumas freqüências, emitidas pelas
caixas acústicas, poderão ser canceladas, dependendo das medidas DPF e DPL, ou seja,
dependendo das distâncias que essas freqüências têm para percorrer até chegarem
às paredes. Toda vez que um quarto do comprimento
de onda, de uma freqüência emitida, corresponder à distância DPF ou à distância DPL, esta
freqüência será cancelada ou, se não, pelo menos será fortemente atenuada.
Isto porque quando a onda bate na parede ela é refletida, e vem de volta com a
mesma intensidade com que foi emitida, porém agora caminhando em sentido oposto,
o que dá o cancelamento sonoro desta freqüência. Como o grave é omnidirecional,
isto é, como ele se propaga de forma esférica, em todas as direções, este cancelamento
pode ocorrer tanto para a distância DPF como também para a distância DPL. Na
verdade, este fenômeno ocorre
também com a distância para o teto e para o chão, e também para a parede atrás do
ouvinte. Mas como estas medidas são todas grandes, com exceção da distância do woofer
para o chão, a freqüência cancelada normalmente é muito pequena,
já bem próxima de ficar fora do nosso campo de audição, dependendo das dimensões
da sala. Quanto à distância do woofer para o chão, o projetista das caixas já
a levou em conta, no projeto das caixas, de forma a otimizar a curva de resposta das
caixas.
Vamos dar um exemplo
de cancelamento de freqüências: se uma caixa acústica estiver colocada numa
posição em que a DPL seja igual a 1,0m a freqüência
de 86Hz será cancelada. Explicando, há uma lei, da física do som, que diz que o
comprimento de uma onda, multiplicado pela sua freqüência é uma constante, igual
à velocidade do som. Podemos dizer esta mesma verdade de outra maneira: a
velocidade do som (= 344m/s a 20 graus C) dividida pelo comprimento de onda é
igual à freqüência desta onda. Ou seja, 344/(1X4) = 86Hz.
No
próximo
Audiophile News vamos tomar
destas propriedades da física do som e usá-las para atenuarmos as ondas estacionárias
que mais nos incomodam em nossas salas de audição.
Um grande abraço a todos e boas experiências para vocês, sem ressonâncias na
sala!
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