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Número 119
A Era de Ouro dos LP's
Direct-to-Disc
1ª. Parte
Mídia Gravada
Decio
Lopes
deciolcouto@yahoo.com.br
Ficaria
muito difícil tratar tão interessante assunto do áudio analógico,
especificamente dos LP's de corte direto, misturando as diversas gravadoras que,
ao longo dos anos 1970 e 80, dedicaram-se a uma verdadeira batalha pela
hegemonia na preferência dos audiófilos, em sua incessante busca por alcançar um som gravado
perfeito.
© 2004-2014 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Não sei qual delas foi a pioneira mas, em algum momento, naquela época, nos deparamos
com diversas gravadoras, no mercado americano, oferecendo discos na modalidade corte
direto. Através desta nova sistemática de gravação, que passaram a adotar, essas
gravadoras tinham como objetivo reduzir as
deficiências que os equipamentos, inseridos no caminho do som, desde o resultado
sonoro final até à matriz do
disco, estariam demonstrando e afetando a comparabilidade dos LP's comuns com o
realismo do som ao vivo.
Os melômanos
brasileiros da época, ávidos por discos de melhor qualidade, e que pagavam caro
por seus LP's normais importados, depararam-se então com os preços ainda maiores
dos direct-to-disc. Nos EUA e na Europa, os discos de corte direto custavam
de duas a três vezes o preço de seus similares comuns. Assim, gravadoras como a
Sheffield Lab, Crystal Clear, M&K e Nautilus
ofereciam essas novas "jóias" que, se conseguissem chegar ao Brasil,
vinham com preço proibitivo.
A respeito
dessas gravadoras, recordo-me da Toshiba. Diferentemente das
demais, que se dedicavam à essa modalidade, a Toshiba, quando produziu seus LP's no Japão,
não efetuou nenhuma versão em fita magnética de suas produções ao mesmo tempo
que fazia a gravação direta
da matriz para o acetato. Com este procedimento, impediu uma futura
industrialização de discos comuns ou de cd´s. Portanto, são privilegiados
aqueles que possuem exemplares da discografia direct-to-disc da
Toshiba, pois não há versão digital e nem mesmo analógica dessas gravações e as
matrizes do acetato já esgotaram sua capacidade de produção.
A Toshiba,
que gravou LP's normais e também cd´s, quando essa mídia tornou-se
disponível, produziu um catálogo muito restrito de discos de corte direto, uma
dúzia no máximo, todos eles de alta qualidade sonora. Apesar de trabalhar com
artistas não tão conhecidos no cenário musical global, acabou por transformar-se
numa das referências em discos analógicos, em qualquer High-End Show
ao redor do mundo, assim como mídia analógica preferencial na demonstração de
equipamentos de áudio de alta qualidade. Por incrível que pareça, há poucos dias,
consegui, no EBay, um direct-to-disc Toshiba lacrado, por um
preço bem razoável, e pude completar minha coleção. É preciso garimpar pela rede
mundial, mas,
eventualmente, com sorte, se pode encontrar alguma dessas preciosidades no mercado. No próximo artigo, além de referir-me a alguns discos específicos da
Toshiba, explicarei como a FIM-First Impresion Music, do Sr. Winston Ma,
conseguiu, afinal, uma versão em cd, inclusive reproduzida na foto ao lado,
daquele que certamente está entre os melhores LP's direct-to-disc da
Toshiba: Jun Fukamachi at Stainway.
Boas audições a todos!
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