Número 117
Mídia Gravada
Flávio Adami
flavioadema@uol.com.br
Redescobrindo Beatles
Eu me recordo que, desde os tempos de moleque, até aos 14 anos,
a minha paixão musical sempre havia sido o
jazz. Logo em seguida, em meados dos anos sessenta, passou a ser a bossa nova,
à qual dediquei um bom tempo, estudando violão, inspirado na
genialidade de João Gilberto.
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Uma outra grande paixão, fora esses dois estilos musicais,
foi, sem dúvida, os geniais e eternos Beatles. Eles, em
relação ao rock, em apenas oito anos, mudaram o mundo quanto à
moderna música popular!
No início da década de sessenta, eu ainda comprava os primeiros
sucessos, como Love me do, no formato compacto
simples e, logo em seguida, adquiri os primeiros LPs. Gostava de
escutar e
adorava aquelas músicas. Naquela época, embora eu já fosse um audiófilo em formação,
ouvindo a sonoridade bastante sofrível que saia daqueles velhos
toca discos, equipados com cápsulas de baixa qualidade,
para mim, naquele momento,
o importante era simplesmente curtir as músicas. Em 1970, após a
gravação do LP Let it be, esse maravilhoso conjunto
terminou e, de certa forma, eu abandonei um pouco a audição
desses LPs.
Após o surgimento do cd, no início dos anos 80, praticamente toda
a discografia dos Beatles foi lançada nesse novo formato,
porém com uma qualidade de áudio muito ruim. O próprio cantor
Milton Nascimento uma vez declarou, após escutar os cds, que
aquilo não era os Beatles de tão mal remasterizados e
comprimidos eram os cds.
Por volta de 2005, utilizando, em meu equipamento, um toca discos
Rega Planar 3, equipado com uma cápsula Sumiko Blue
Point Special, tive a oportunidade de conseguir vários LPs
novos
dos Beatles, como: Rubber Soul,
Help, Let
it
be, Revolver, Sargent Peppers e outros,
regravados pela etiqueta Parlophone EMI. Quando
comecei a escutá-los, levei um dos grandes sustos
audiófilos da minha vida! Percebi
detalhes na gravação que, nos anos sessenta, nem sabia que existiam. Nuances da parte vocal, com uma separação detalhada
das vozes e também da percurssão, e ainda a separação perfeita dos canais,
com uma profundidade de palco surpreendente e uma qualidade
de gravação excelente para o início dos anos sessenta.
Atualmente, escuto esses LPs como se estivesse ouvindo algo novo.
Enterrei, em definitivo, aquela sonoridade sofrível que vinha
dos velhos toca discos dos anos sessenta e daquelas
regravações em cd, que deixavam muito a desejar, com aquele som
chapado, sem extremos e com falta de definição.
Maravilhoso é redescobrir os Beatles, com toda a emoção, graças ao
retorno triunfante dos vinis e à genialidade de um conjunto
eternizado!
Boas audições!!
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Audiófilo, Special e Protect