Número 105
Pequena Homenagem a um Grande Músico
Mídia Gravada
Décio
Lopes
deciolcouto@yahoo.com.br
Faço aqui
uma pequena homenagem a um grande promotor e intérprete da música brasileira nos
Estados Unidos. Há mais de trinta anos, sou admirador desse maravilhoso
violonista americano, pelo estilo jazzístico de tocar o violão de seis cordas,
com ênfase na sonoridade brasileira, especialmente a Bossa Nova. Sua discografia
é muito ampla, sendo, a meu ver, mais representativos seus trabalhos pela
Riverside Records.
Suas
gravações pela
Concord são também muito apreciadas, nas quais se associa diversas vezes com o não menos famoso e exímio
violonista brasileiro, Laurindo Almeida. Grande número das interpretações
de Charlie Byrd foi remasterizada e gravada em cd's, sendo possível
encontrar um bom número dessas mídias em sites como Amazon e Barnes &
Noble. Charlie Byrd, originalmente, foi violonista clássico, havendo
estudado nos anos 50 com Sophocles Papas e Andrés Segovia, tendo
este último, no meu entender, influenciado o estilo de tocar de Charlie Byrd
e o interesse do artista pelo som mais latinizado.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
Todos os direitos reservados
http://www.byknirsch.com.br
Em uma turnê pela América Latina, em 1961,
patrocinada pelo Departamento de Estado dos EUA, Charlie Byrd
interessou-se grandemente quando passou, no Brasil, pela nascente sonoridade da
Bossa Nova. Levou uma mala cheia de discos para Washington DC, onde vivia, e daí
em diante o resto é uma história de grandes interpretações e composições até
sua morte em 1999.
A parceria com Stan Getz, logo após sua volta aos U.S.A., rendeu o disco
Jazz Samba, de 1962, que é por muitos considerado o trabalho precursor da
Bossa Nova na América do Norte. Já nos anos 1970, formou, com Herb Ellis e
Barney Kessel, o excelente grupo Great Guitars e, logo após,
desenvolveu profícua parceria com o citado violonista brasileiro Laurindo
Almeida.
Sou apreciador contumaz do som analógico e minha preferência pessoal é
pelas gravações de Charlie Byrd pelo selo Riverside. Portanto, vou
referir-me a dois discos da fase um pouco anterior à maior influência
da música brasileira no trabalho do artista. Acabo de ter a sorte de conseguir,
pelo site eBay, o LP Blues Sonata, de 1961, felizmente ainda lacrado e em
excepcionais condições de reprodução, o qual considero possuir, junto com o
título Guitar Artistry of Charlie Byrd, as melhores gravações que conheço
do violonista pelo selo Riverside. A grata surpresa no Blues Sonata
é a inédita e, talvez, única vez que o violonista gravou em disco com guitarra
elétrica. Isso ocorre nas peças do lado 2, já que, no lado 1, temos a Blues
Sonata em três movimentos, tocada com o violão acústico de seis cordas pelo
próprio autor. Além do primor de gravação, para mim, o ponto alto do disco está
na afinação do piano de Barry Harris com o som da guitarra De Angelo
de Charlie Byrd, algo a ser apreciado muitas vezes. O Blues Sonata,
infelizmente, não está disponível em CD, mas pode ser ainda encontrado, em LP
usado, no mencionado site do eBay. O também excelente disco Guitar Artistry,
em LP e em CD, pode ser conseguido com relativa facilidade nos sites americanos.
A propósito, para os amigos também aficionados do vinil, este último disco que tem a mesma formação do Blues Sonata,
com exceção do pianista, foi objeto
de excelente remasterização do famoso Doug Sax, ex-Sheffield Records, pela
gravadora Acoustic Sounds e está disponível, em LP de 180 gramas, no site
da mencionada gravadora e na www.amazon.com.
Não percam e ótimas audições a todos!
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