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Número 104

Os Instrumentos de uma Orquestra

Música ao Vivo

  Flávio Adami
flavioadema@uol.com.br

             Como apreciador compulsivo de música clássica e freqüentador assíduo da Sala São Paulo, gostaria de comentar algumas coisas a respeito da formação básica de uma orquestra sinfônica, haja vista que o posicionamento e o número dos instrumentos podem variar de acordo com a obra a ser executada e também dentro das exigências do próprio maestro.
           Numa orquestra,
todos os instrumentos têm um alto grau de importância, principalmente os violinos, que se dividem em dois grupos: os primeiros e os segundos. Quando assistimos a uma orquestra ao vivo, podemos notar que os violinos estão bem à esquerda do maestro. Os primeiros violinos localizam-se no primeiro plano do palco e os segundos ficam logo atrás.

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           À frente do maestro, temos as violas, instrumentos semelhantes ao violino, mas um pouco maiores e, portanto, com  timbres mais graves e, consequentemente, com maior corpo harmônico. Os violoncelos localizam-se à direita do maestro, possuem uma caixa de ressonância bem maior que os violinos e violas e, portanto, apresentam uma sonoridade bem mais grave. Por fim, temos os contrabaixos, com caixas de ressonância enormes, que proporcionam graves de grande extensão, situados do lado direito do palco.


           Violinos, violas, violoncelos e contrabaixos formam o naipe de cordas de uma orquestra. Os três primeiros possuem quatro cordas e os contrabaixos podem ter quatro ou cinco, dependendo de uma maior exigência das baixas freqüências.

  Os instrumentos de sopro ficam localizados atrás das violas e se dividem em madeiras e metais. Os instrumentos incluídos na categoria das madeiras são assim chamados porque antigamente eram feitos deste material (Hoje em dia, porém, muitos são feitos de metal, como as flautas). As madeiras localizam-se logo atrás das violas, no centro da orquestra. Pertencem a este grupo as flautas (tanto a flauta padrão quanto o flautim, de timbre mais agudo), os oboés, os fagotes e os clarinetes. Atrás das madeiras, localiza-se o grupo dos metais, que inclui as trompas, os trompetes, os trombones e as tubas. Assim como as cordas, as madeiras e os metais contemplam uma grande extensão sonora, que vai dos sons mais agudos do flautim, às notas mais graves da tuba. Lembrem-se que cada instrumento têm seu timbre característico. No áudio, àquilo que se caracteriza por confusão tímbrica denominamos distorção harmônica.
             A seção final da orquestra é formada pelos instrumentos de percussão, que incluem os tímpanos, os xilofones, os vibrafones, as marimbas, as caixas, os tom-tons, os pratos, as castanholas, entre outros.
              Por fim, vale lembrar que, em algumas obras sinfônicas, os instrumentos de teclado são incorporados à orquestra tais como o piano, o cravo ou o órgão, conforme a obra.

Músicos da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre durante concerto              A formação instrumental da orquestra sinfônica não se deu de uma hora para outra. Foi, antes, um longo processo ocorrido durante os últimos quatro séculos. Ao longo desse período, os instrumentos musicais foram sendo aperfeiçoados. Instrumentos antigos foram substituídos por modernos e muitos foram esquecidos e deixaram de fazer parte da orquestra, enquanto outros foram incorporados ao conjunto.
              A Orquestra sinfônica atual segue o modelo do final do século 19. É formada por 32 violinos, 12 violas, 12 violoncelos, 8 contrabaixos, 4 flautas, 4 oboés, 4 clarinetes, 4 fagotes, 8 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, uma tuba e um número variado de percussão. Obviamente, cada obra sinfônica possui sua própria formação instrumental, fator que varia de acordo com a época e o compositor.
 

 

     Boas  audições !!!
                

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