Número 100
A Evolução do Áudio no Computador (3.ª Parte)
Equipamentos e Cabos
Matias Eduardo
Reccius
matias.reccius@gmail.com
Começando
A recomendação é que o audiófilo,
iniciante com computador, comece simples. É possível começar com um notebook
ou desktop PC comuns, que você já possua, bastando instalar um programa como o
EAC,
para gravar seus CDs no disco rígido, e um player gratuito, como o foobar, para
tocar as músicas. Claro que sempre estamos falando de arquivos sem perdas (lossless),
como flac, wav, ape, wv, alac, e nunca arquivos com perdas (lossy), como o
mp3 ou aac. Pode-se usar a saída ótica do notebook ou a entrada
USB do DAC, se ele
tiver. Também é interessante aprender a comprar e baixar, da internet, álbuns em
alta resolução, de sites como o HDTracks (fundado pela Chesky) ou
Linn. Estando o
básico funcionando e passadas algumas semanas se familiarizando com a nova
fonte, aí sim, o audiófilo pode pesquisar e investir em um conversor USB-SPDIF
melhor, players mais refinados, cabos de melhor qualidade, configurações
avançadas no sistema operacional, um computador dedicado e customizado, etc.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Também é muito importante o audiófilo não
desanimar cedo e/ou fazer julgamentos precoces do tipo “computador é pior do que
CD”, ou “Windows é melhor do que Mac”, ou “FLAC é pior do que
WAV”, ou “SSD é
melhor do que HD”, etc. A reprodução no computador é tão complexa, com tantas
variáveis, que conclusões generalistas como estas, na verdade, podem ser
precipitadas pois muitos
fatores estão envolvidos.
No final, o que vale é o prazer de sentar na
poltrona e, com o click do mouse, curtir toda a sua coleção de músicas, em uma
reprodução de alta fidelidade, explorando um novo mundo nesse hobby.
Ferramentas no Computador
Hoje é muito comum os DACs usarem upsampling
internamente, para 24 bit e 192kHz, para diminuírem o jitter. Essa conversão
de freqüência de amostragem (SRC da sigla em inglês) é feita por chips com um certo
nível de precisão, porém também pode ser feita por software, com
processamento de 64 bits de precisão, consumindo uma pequena fração do
processamento do CPU. Recomendo a todos que façam o teste de habilitar
upsample
para 24 bits e 96kHz ou até 192kHz, se o DAC aceitar.
Outra ferramenta interessante, no
computador, é a decodificação de HDCD (High Definition Compact Disc). O HDCD
foi uma tentativa, de nicho do
mercado, para codificar os bit menos significativos do PCM (Pulse Code
Modulation), para serem
decodificados em mais bits de resolução em um CD. Ou seja, um CD de 16 bits e
44kHz usava os últimos bits de cada amostragem para decodificar em até 20 bits
e, com isso, ganhar maior resolução. Claro que, com o áudio no computador, o padrão
de alta resolução é 24 bits e essa técnica não é mais necessária, mas muitos CDs
foram prensados com essa técnica e a informação extra esta lá esperando para ser
decodificada. Se o DAC não suportar essa tecnologia, agora é possível, por
plugins, o software converter estes bits adicionais em um arquivo de alta
resolução que o comporte. Assim, por exemplo, o player foobar, com este
plugin,
recebe um arquivo 16/44 e pode criar um outro arquivo 24/44 com os bits
desconvertidos.
Caso
haja dúvidas, a respeito de alguns termos técnicos, recomendamos consultar
o site:
http://en.wikipedia.org/wiki/Main_Page
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