Número 94
A Evolução do Áudio no Computador (1ª Parte)
Equipamentos e Cabos
Matias Eduardo
Reccius
matias.reccius@gmail.com
Todos os
equipamentos de áudio de alta fidelidade vem se desenvolvendo
continuamente. No entanto, uma área que teve um avanço considerável, nos últimos anos,
foi a interface entre o computador e um DAC (Digital Audio Converter) externo. O grande desafio
tem sido
o combate ao jitter, o erro no tempo do sinal digital, pois aparentemente o ouvido humano é muito sensível
a este problema durante a conversão digital/analógica (D/A) na reprodução sonora.
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Nos estúdios, as interfaces de áudio profissionais possuíam,
desde o início, entradas e saídas
digitais SPDIF (coaxiais:RCA, BNC e óticas: Toslink) e AES/EBU (XLR)
para a conversão analógica/digital (A/D) e digital/analógica (D/A).
Inclusive, é muito comum nos estúdios o uso de relógios externos (masterclocks) de alta
qualidade para sincronizar todos os equipamentos. Já no mercado de
consumo voltado para a alta fidelidade, até então era muito comum o uso
de placas de som e interfaces de home studio internas ou
externas (mais simples e muito mais baratas do que as profissionais).
Depois que os arquivos sem perdas (lossless) se popularizaram e a venda
de música audiófila pela internet começou a crescer, estes
acontecimentos despertaram o interesse das empresas de áudio para
desenvolver produtos audiófilos que melhorassem a ponte entre o
computador e os DACs.
SPDIF e Clock
A primeira coisa que precisamos ter em mente é que o computador, seja
ele PC ou Mac, geralmente possui uma fonte de alimentação chaveada
simples e ruidosa, se comparada às fontes e reguladores de tensão dos equipamentos audiófilos. E mesmo os computadores que possuem saídas SPDIF,
estas também são de baixa qualidade no trato do jitter. O mesmo se viu
nos primeiros DACs lançados no mercado, que usavam chips conversores de USB
(Universal Serial Bus) para SPDIF, sem grandes cuidados com o
jitter e com a
alimentação. O resultado que se obtinha, mesmo usando arquivos sem perdas (lossless)
e reprodução que não alterasse o sinal original (bit perfect),
acabava sendo muito
inferior ao alcançado por um bom transporte audiófilo.
O padrão SPDIF define que o lado
transmissor (interface de áudio ou conversor) é o mestre que gera o
clock usado no lado receptor (o DAC) para a decodificação para sinal
analógico. No começo, os DACs trabalhavam com o clock recebido pelo SPDIF
que havia sido gerado pelo computador, chamado de modo síncrono.
E por mais que
os DACs tivessem se sofisticado com PLLs (Phase Locked Loop:
sistema de controle da fase) e upsampling (aumento da
amostragem do sinal) para diminuir, ao
máximo, o jitter de entrada, ainda assim eles permaneciam sensíveis ao clock
de
entrada, para a reprodução de música e, como conseqüência, o palco
sonoro permanecia chapado
e sem vida.
Mas, nos últimos anos, os conversores USB para SPDIF evoluíram para
trabalhar na conversão USB de modo assíncrono, ou seja, eles passaram a
ignorar o clock do computador e converteram os mesmos bits de entrada
para SPDIF utilizando o seu clock próprio, implementado com osciladores
de alta qualidade e com grande cuidado na regulagem da alimentação
destes sinais originais. Com isso, o resultado sonoro obteve um salto
qualitativo, com aumento significativo na resolução,
formação de palco sonoro e naturalidade da apresentação musical.
Caso
haja dúvidas a respeito de alguns termos técnicos recomendamos consultar
o site:
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