Número 78
O AJUSTE FINO PARA O POSICIONAMENTO DAS CAIXAS
1ª. Parte
ACÚSTICA
Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br
Introdução
O correto posicionamento das caixas acústicas frontais, em uma sala,
na maioria das vezes não é realmente uma tarefa das mais fáceis. Quando
começamos a analisar qual o
melhor posicionamento para as caixas acústicas, na sala, o primeiro aspecto que
precisamos observar é se o ambiente é ou não simétrico. Para decidirmos em que parede
deveremos posicionar as caixas
acústicas, (normalmente ao longo da largura), teremos que visualizar um plano vertical
imaginário, passando por um ponto eqüidistante das colunas das caixas e passando
também pelo ouvinte, de tal forma a dividir a sala ao meio, criando
duas metades em volume livre. Se estas duas metades forem absolutamente iguais, obteremos o melhor resultado sonoro
possível em relação à sala.
Para as salas simétricas é
relativamente simples fazermos a análise do posicionamento das caixas. Mas o
ideal, tanto
para estas como para as salas assimétricas, é levantarmos o gráfico de distribuição modal
da sala. Ou seja, a partir das medidas da sala (comprimento, largura e altura),
elaboramos o gráfico das ondas estacionárias axiais, tangenciais e oblíquas, por
terço de oitava, o qual nos ajudará a calcular as possíveis posições para as
caixas acústicas. Em seguida, estas posições deverão
ser avaliadas auditivamente através dos nossos conhecimentos de percepção musical.
Por exemplo, após posicionarmos as caixas em alguma das possíveis posições
calculadas, iremos então analisar o equilíbrio tonal, depois verificaremos se os
graves apresentam uma presença seca e articulada, coerente com os médios e
agudos, verificaremos também o corpo
harmônico, o timbre geral e todos os outros parâmetros de percepção musical. Através
desta análise, para cada posição, é que encontraremos a melhor colocação definitiva
para as colunas.
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Para o Ajuste Fino, Inverta os
Canais!
Em salas simétricas, então, existe um procedimento
técnico relativamente simples e seqüenciado, que nos permite obter bons
resultados, evidentemente, dependendo das medidas da sala e de sua classificação.
(Existem quatro categorias de salas, mas este já é um outro assunto). Quando, porém, a sala apresenta assimetrias, a tarefa
do posicionamento torna-se extremamente difícil. E quanto melhor forem as caixas
acústicas, mais difícil ainda ficará este intento, pois o ajuste exigirá maior
precisão. É lógico que, se não houver simetria em relação ao plano imaginário
vertical que passa entre as caixas e o ouvinte, o posicionamento das colunas
também não poderá ser simétrico, pois a sala não o é.
Em salas assimétricas, a tarefa torna-se realmente
muito trabalhosa, além de que o gráfico de distribuição modal exige conhecimento
técnico acurado para ser elaborado e nem todos têm esta facilidade. Nestes casos, nossa percepção musical torna-se de suma importância,
pois somente com ela poderemos discernir se o posicionamento escolhido está
mesmo correto ou não.
No entanto, quero apresentar a vocês uma forma
mais simples de verificação, que também utilizo, que é muito reveladora e que
pode ser utilizada tanto em salas simétricas quanto em salas assimétricas: é a
inversão dos canais, o direito pelo esquerdo e vice-versa. Normalmente, esta
inversão é feita antes do
pré-amplificador. Se as caixas estiverem na posição ideal, o canal direito
deverá tocar igual ao canal esquerdo e vice-versa. Se isto não acontecer, (e
normalmente não acontece), o posicionamento de uma das caixas (ou o de ambas)
poderá ser otimizado. Este teste é simples e, infelizmente, costuma nos proporcionar uma grande frustração! As
duas caixas geralmente não tocam iguais e aqui começa o grande problema: como fazer o
ajuste do posicionamento?! Conhecimentos de acústica poderão nos ajudar muito nesta
fase.
O que quero apresentar para vocês, no próximo Audiophile News,
é um cd que uso para fazer estes testes. Este cd apresenta grandes diferenças, na
gravação das músicas, entre os canais direito e esquerdo. A identificação das
diferenças sonoras entre um lado e outro, quando trocamos os canais, irá nos ajudar a
obtermos pistas do que fazer, levando-nos a uma aproximação sucessiva do
posicionamento ideal, à medida em que formos checando os vários parâmetros de
percepção musical. Notem bem, estas diferenças que aparecerão,
entre o canal direito e o esquerdo, não vêm das caixas acústicas e sim das
reflexões, absorções e difusões assimétricas da sala!
Aquele
abraço!! Ótimas audições a todos!! E até a próxima!!
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