Número 77
Equipamentos e Cabos
Flávio Adami
flavioadema@uol.com.br
O Nosso Cérebro Audiófilo
Gostaria de entrar num assunto que está mais para o lado
sensorial e psicológico do que qualquer outra coisa. Gostaria
também que os leitores do Audiophile News
mandassem, por e-mail, suas opiniões a respeito desse assunto, de
certa forma também polêmico, que mexe sem dúvida com nossa
sensibilidade auditiva, mas que considero importante.
© 2006-2016 Jorge Bruno Fritz
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Pelo fato de testar equipamentos por mais de 15 anos, notei que
a minha percepção auditiva, na avaliação de um sistema, se altera
conforme meu estado de espírito. Ou seja, se estou tranqüilo e
descansado, a sonoridade se mostra de uma maneira, se estou
tenso e cansado, a sonoridade se mostra outra. Por diversas vezes,
nos meus testes, aconteceu que, após a instalação de caixas
pesadas, por exemplo, e mais toda parafernália de ligações,
achei
tudo aquilo ruim com uma sonoridade péssima. No dia seguinte,
relaxado e descansado, comecei a perceber as qualidades do
equipamento com muito maior clareza. Outra coisa que altera
minha audição é escutar música em estado de sonolência. O meu
cérebro limita principalmente as altas freqüências, quando estou
com sono, às vezes condenando injustamente um equipamento pelo
fato de estar cansado. No dia seguinte, tranqüilo e desperto,
ouço toda gama de freqüências com muito mais clareza. Percebi
também que o nosso cérebro precisa de um tempo para se adaptar
a certas situações de audição.
Certa vez, viajei com uma amigo por muitas horas, escutando o
som de seu automóvel, de muito boa qualidade por sinal, porém com
os agudos excessivamente proeminentes, me causando um grande
cansaço auditivo. Quando cheguei em casa e liguei meu som, a
primeira sensação que tive é que meu equipamento não tinha
agudos e nem graves. Meu cérebro demorou algum tempo para se
adaptar àquela realidade. Experimentem escutar um cd ou LP, que
tenha agudos exagerados, com excesso de brilho. Eu, como um
apaixonado por música brasileira, costumo escutar gravações
nacionais onde os agudos são claramente brilhantes, às vezes por horas a fio, mesmo porque isso é necessário, quando fico
prestando atenção nos arranjos, por causa dos meus estudos de
violão. Quando retorno a um cd de referência, tenho a sensação
de que meu equipamento ficou velado e lá vai novamente meu cérebro
buscar a equalização ideal para compensar aqueles momentos de descompensação auditiva. O importante, num equipamento de áudio
de alta qualidade e bem ajustado, é procurar sempre gravações audiófilas de referência, junto a constantes audições ao vivo,
para que tenhamos um norte com relação aquilo que realmente é
correto, com um perfeito equilíbrio tonal. Quando temos essa
referência, podemos, de vez em quando, como no meu caso, dar umas
escapadelas pelas músicas que adoramos, mas que nem sempre são bem
gravadas, ou melhor, equalizadas de forma correta. Entretanto,
se temos um ponto ideal de referência, fiquem tranqüilos, pois o
nosso cérebro rapidinho encontra a equalização correta e
redescobre novamente a satisfação de ouvir música.
Ótimas audições a todos!
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