Número 63
O QUE É IMPORTANTE PARA OS CABOS DE CAIXA
ACÚSTICA?
3ª. Parte
Equipamentos e Cabos
Jorge Knirsch
jorgeknirsch@byknirsch.com.br
Introdução
No
Audiophile News 41, apresentamos a
importância do material condutor empregado em um cabo de caixa acústica. Quem
desejar receber este informativo eletrônico anterior, é só nos solicitar que
prontamente o enviaremos. Naquela ocasião, havíamos mostrado as características
físicas e sonoras dos três metais mais usados para a fabricação de um cabo de
caixa: cobre, prata e ouro. Como regra
geral, os cabos de cobre apresentam as melhores
características sonoras e possuem a melhor relação custo/benefício. No
Audiophile News 49,
apresentamos a impedância de um cabo e sua relação
com a indutância e a capacitância. Mostramos também um gráfico com exemplos da
impedância de vários cabos em função da freqüência.
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A Indutância e a Capacitância
dos Cabos de Caixa
Quando a corrente alternada passa pelos dois condutores
que compõem um cabo de caixa, cria campos magnéticos nos quais se armazena energia.
Como isto se dá? A corrente alternada vai e vem tantas vezes por segundo quanto
a variação das freqüências das ondas senoidais do som que está sendo reproduzido
a cada momento. Ou seja, o vai e vem, por segundo, da corrente está diretamente
relacionado à variação da freqüência das ondas senoidais do som que está sendo
emitido a cada segundo. É esta grande variação de freqüência da corrente
alternada que gera campos magnéticos em torno dos fios condutores. À capacidade
de criação destes campos magnéticos chamamos indutância.
A indutância é um fator que está relacionado com a
dinâmica do cabo. Podemos dizer que é a resistência que o cabo oferece para a
passagem das variações da corrente elétrica. A sua unidade
física é o Henry e, para cabos de caixa acústica, é indicada em nH/m (nano Henry por metro). Como
o Henry é uma unidade muito grande, usa-se o seu submúltiplo
nano, que representa a bilionésima parte do Henry (10 elevado a -9). Os valores
mais usuais, para as indutâncias de cabos de caixa acústica, variam entre
100nH/m e 600nH/m. Quanto mais baixa a indutância de um cabo, melhor ele tocará.
Podemos verificar isto no gráfico da impedância do
Audiophile News 49,
onde o crescimento da impedância, a partir de 10KHz, será menor quanto mais
baixa a indutância do cabo, ou seja, a curva
da impedância será menos ascendente. Relembrando: A impedância de um cabo é a dificuldade que a
corrente elétrica encontra para passar por ele. Portanto, quanto maior a
impedância, maior a dificuldade de passagem da corrente. Como já vimos
anteriormente, essa impedância
é definida por uma relação entre a indutância/metro e a capacitância/metro
do cabo.
A indutância de um cabo depende da geometria entre
seus condutores, positivo e negativo, que podem ser enrolados entre si, trançados
de diversas formas ou justapostos. Depende também da seção transversal desses condutores(bitola
dos fios). Quanto maior for a seção transversal
menor será a indutância e melhor, em regra geral, a qualidade sonora.
A capacitância é outro parâmetro muito importante
nos cabos de caixa acústica. Os cabos, com as suas isolações, também podem
acumular cargas elétricas, fator que chamamos de capacitância. Capacitância é a
resistência que o cabo oferece para a passagem das variações da tensão do sinal,
atrasando a tensão do sinal que chega às caixas acústicas. É um fenômeno ocorre
também nos capacitores, mas aí o efeito é desejado. Nos cabos, porém, desejamos
que 100% da energia elétrica do sinal chegue até às caixas acústicas e, assim, a
capacitância dos cabos é algo indesejável. Quanto menor for a capacitância, em
regra geral, melhor será a qualidade sonora do cabo. A unidade da capacitância é
o Farad. Como esta unidade também é muito grande, usa-se o pico Farad, que reduz
o valor ao trilionésimo do Farad (10 elevado a -12). Os valores usuais para as
capacitâncias, por metro, ficam na faixa de 50pF/m e podem chegar até algo em
torno de 400pF/m. A geometria do cabo, a qualidade da isolação e o afastamento
do cabo positivo em relação ao negativo influem muito no valor de capacitância
que o cabo alcança e aqui alguns cuidados deverão ser tomados. A capacitância,
quando muito alta, pode desestabilizar os amplificadores de potência, criando
oscilações internas. Assim, em cabos muito compridos, nos quais as capacitâncias
por metro se somam, devemos cuidar para esse valor não ficar muito alto, a fim
de evitarmos a queima dos amplificadores.
Reduzindo-se a indutância e a capacitância, os
cabos irão apresentar uma dinâmica maior com uma resolução aumentada.
Evidentemente, o cabo precisa ter um bom equilíbrio tonal e também ser musical e
orgânico.
Como exemplo, mencionamos nossos cabos de caixa,
que possuem valores bem baixos em ambos os parâmetros, isso já nos cabos de
entrada. Conseguimos atingir capacitâncias nulas nos modelos TOP Wonder
Excellence e TOP Wonder Splendid, pelo fato dos condutores,
positivo e negativo, se efetivarem através de dois cabos separados e
independentes. Havendo um afastamento mínimo de 5cm entre os cabos positivo e
negativo, para cada caixa acústica, a capacitância por metro cai a valores
inexistentes. Já no Excellence, a indutância é muito baixa, pois a bitola
é de 16mm2 por cabo positivo/negativo, separadamente. No Splendid, é de
64mm2! Não é de se admirar que a qualidade sonora destes cabos seja excepcional!
Aquele
abraço!! Ótimas audições a todos!! E até a próxima!
Cabos de Interconexão - TOP
Wonder RCA/Digital/XLR/Speaker Cables
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