Número 58
Equipamentos e Cabos
Flávio Adami
flavioadema@uol.com.br
A Música em Equilíbrio!
Tanto eu quanto o Jorge costumamos passar horas a fio
debruçados em nossos equipamentos, buscando sempre um ajuste
ideal. Alguns podem até pensar que isso é um exagero, uma paranóia audiófila, mas não é. Devemos considerar que a
qualidade dos equipamentos é, sem dúvida, muito importante. Entretanto, como eu já havia descrito, considero que nos dias de
hoje, em função do bom nível dos equipamentos, mesmo aqueles de
preços mais baixos possuem uma qualidade sonora bastante
expressiva. Portanto, devemos dar uma maior atenção à acústica e também
à
parte elétrica, que são fundamentais para um bom resultado.
Além disso, uma das coisas mais relevantes é, com certeza, aquilo
que chamamos de equilíbrio tonal.
Se
não tivermos um bom equilíbrio tonal, todo o resto ficará
comprometido, mesmo em se tratando dos mais sofisticados equipamentos.
O equilíbrio tonal é pura e simplesmente conquistado na busca de
encontrarmos o ajuste ideal, ou seja, nas sucessivas tentativas
de ensaio e erro, até que consigamos alcançar o ponto em que todo o espectro sonoro
fique em
perfeita harmonia, desde o grave mais visceral até às
freqüências mais altas. Nesta busca, estaremos procurando
investigar qual o melhor posicionamento das caixas, tentando sempre eliminar os picos e
buracos, que normalmente ocorrem mesmo nas salas consideradas
acusticamente perfeitas. Realmente é uma briga!
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Se colocarmos as caixas para frente, diminuímos a intensidade
dos graves, porém melhoramos o palco sonoro. Se as caixas
ficarem para trás, muito próximas da parede, corremos o risco de
tornar os graves coloridos e exagerados e também de haver perda de
palco sonoro. O ajuste de toe in, (Veja Audiophile
News 31) quando indicado pelo
fabricante, também pode interferir bastante na qualidade do palco e, principalmente,
nos agudos, tornando-os mais direcionados
ou não, dependendo do tipo de tweeter. Na sua
concepção, o tweeter pode ser de corneta, mais
susceptível a esse tipo de
posicionamento, ou normal, de domo, não tão exigente quanto à
abertura ou ao fechamento que caracteriza o toe in.
A
abertura das caixas, ou seja, a distância entre elas, também é
de vital importância. É necessário checar essa distância em
relação ao ponto de audição, tomando também cuidado para que as
caixas não fiquem muito próximas das paredes laterais, o
que poderia interferir negativamente no resultado sonoro.
Outro
aspecto que devemos levar em consideração é a altura exata do ponto
de audição, que também pode influir bastante no resultado final.
Essa altura deve ser de tal forma que os ouvidos fiquem sempre num ponto entre o médio e o
tweeter. Isso já foi provado na câmara anecóica, onde as curvas
ficam sempre melhores quando o microfone está exatamente no eixo,
no local que eu chamaria de ponto ideal de audição. Devemos
considerar também que, às vezes, movimentar as caixas em apenas
1cm poderá significar uma grande diferença no equilíbrio tonal.
Vocês já devem ter notado que há inúmeras variáveis a considerar.
Como eu havia descrito no artigo anterior, procurem utilizar um cd
que contenha toda a gama de freqüências, para definir onde estão os
pontos que eventualmente poderão causar problemas, através do
sistema "ouvidômetro".
Depois, escolham sempre gravações de
referência equilibradas, sem graves exagerados nem agudos estridentes.
A partir daí, repitam exaustivamente essas gravações, até
encontrarem o ponto
ideal, onde possam sentir que existe um conforto auditivo
sem fadiga.
Após essa empreitada dolorosa, simplesmente escutem música, que
faz um bem tremendo aos ouvidos!
Boas audições!!
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