Número 48
Equipamentos e Cabos
Flávio Adami
flavioadema@uol.com.br
Amaciamento! O que é isto?
Vamos abordar um assunto tão discutido: o processo de "burn in"
ou amaciamento, que os equipamentos, de um modo geral, tem que passar para que
possam chegar a uma condição ideal de desempenho. Alguns fabricantes indicam até
200 horas e alguns equipamentos podem chegar a 500 horas, ou mais, dependendo do
projeto.
Entretanto, o intuito deste artigo é procurar explicar o que acontece nesse
prolongado processo de queima e qual a razão para que isso possa influenciar
sobremaneira o resultado sonoro final de um equipamento.
Na minha opinião, o que mais depende de um processo de queima, são, sem dúvida, as
caixas acústicas. Os alto falantes, depois que são fabricados, apresentam
enrijecimento das centragens (aranhas) e das bordas de borracha, não tendo ainda
condições para exercer toda a flexibilidade necessária para atingirem a
ressonância calculada pelo projeto, a fim de poderem alcançar seu pleno funcionamento. Além
disso, caso as caixas acústicas fiquem estocadas por um longo período, podem levar
um tempo ainda maior para atingirem seu ponto ideal de funcionamento. Com a utilização, esses componentes vão se movimentando e, como conseqüência,
vão abaixando a freqüência de ressonância e, gradativamente, obtendo graves mais
extensos e precisos. O mesmo acontece com os médios, no caso de caixas de três
vias, onde se pode perceber, depois de muitas horas, que as vozes e os instrumentos
que atuam nessa região, de um modo geral, se tornam mais naturais e prazerosos de
ouvir. Os crossovers também passam por esse necessário processo de queima,
pois os capacitores também são influenciados quando excitados pela
corrente elétrica.
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A quase totalidade dos tweeters são montados numa graxa de cor
avermelhada, chamada de ferro fluido, material que apresenta grande capacidade
de magnetização, quando colocado na presença de um campo magnético. O ferro
fluido é composto por partículas magnéticas, geralmente hematita ou
magnetita, em escala nanoscópica, suspensas em fluído. Nos alto falantes, é
utilizado para dissipar o calor entre a bobina e o campo magnético, além de
amortecer passivamente o movimento do cone ou dome. Fica depositado no
entreferro (gap), ao redor da bobina, melhorando consideravelmente o damping
e os transientes. Com a falta de uso, no início do processo de queima, esse
material se apresenta mais endurecido, limitando
a extensão e a resposta dos transientes e causando uma ineficiência nos agudos.
No caso dos cabos, também existe a influência do processo de queima, pelo fato de
que os isolantes estabilizam a sua constante dielétrica durante o período de
amaciamento. O tempo deste processo varia de cabo para cabo, considerando-se que a constante do vácuo é 1,
a do teflon é
2,1, a do polietileno é 2,2 e a do PVC está entre 3,6 e 4. Todo dielétrico sofre
influência de cargas, devido aos campos elétricos criados pela passagem da
corrente. Existem estudos que mostram que os diferentes dielétricos influem de
formas diversas na fase, entre a tensão e a corrente elétrica do sinal.
No caso dos amplificadores e outros componentes, esse fato também se evidencia,
pela presença da isolação dos cabos internos e dos capacitores e por uma acomodação
de todo o circuito eletrônico.
Boas audições !!!
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