Número 42
Equipamentos e Cabos
Flávio Adami
Os Antigos Dez Mais
Uns dias atrás, eu estava lendo a última edição (maio/junho 2011) da
the absolute sound e um artigo em especial me chamou atenção, pelo fato de
ter tudo a ver com os audiófilos saudosistas como é o meu caso.
O título em Inglês THE TEN MOST SIGNIFICANT AMPLIFIERS OF ALL TIME,
artigo esse assinado por Neil Gader, Peter Breuninger, Robert
E.Greene, Robert Harley, Dick Olsher, Paul Seydor, e
Jonathan Valin, descreve uma relação de aparelhos que realmente marcaram
época. O que me fez dar uma pincelada neste artigo foi o fato de que a grande
maioria desses equipamentos passou pelas minhas mãos e alguns deles
conviveram comigo por longa data.
O primeiro que aparece na lista, é o power Dynaco ST-70, com seus 35W por canal, utilizando válvulas EL 34 na saída.
Era baseado num pentodo estéreo,
dentro de um projeto de David Hafler, que primava pela qualidade sonora
e com um custo benefício espetacular. Eu me recordo que tinha uma sonoridade
redonda, suave, muito musical, deixando boas lembranças de audições
passadas.
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Em segundo lugar aparece o Phase Linear 400/700. Naquela época, tivemos o advento das
caixas acústicas de baixa sensibilidade e também de baixa impedância, como
exemplo as AR com suspensão acústica, Magnepan e outras, que vieram
para sacudir o mercado com projetos de alta potência e também de alta corrente. Eu
me recordo que a primeira AR que escutei, com toda plenitude sonora,
foi através do Phase Linear 400, com seus 200W por canal. O modelo
700 com 350W por canal, que adquiri, me trás lembranças até ruins, pois
queimei os dois tweeters das minhas AR-3a, o que me deu um bom
prejuízo. Este amplificador fez história pela potência, alta corrente e fidelidade.
Em terceiro vem o Audio Research D150. Nos idos anos setenta, tive a
oportunidade de escutá-lo na casa de um amigo. Foi
considerado o power valvulado de alta potência mais famoso daquela década,
pela qualidade sonora, presença musical e neutralidade tímbrica. É um produto de
rara beleza, mais parecendo um instrumento de laboratório. Com seus 150W por canal, me recordo que tocava as caixas mais ineficientes, com muita
tranqüilidade.
Em quarto lugar aparece o McIntosh MC275. Eu tive, por longa data, um McIntosh
240, junto a um pré C-22. Escutei também um 275 original e realmente
o que me chamava a atenção era a potência, junto a uma baixa distorção. Na
minha opinião, não foi o power que mais me encantou, em termos de
qualidade sonora, no entanto me recordo que tinha uma região média excelente e
também muito boa dinâmica. Tive também a oportunidade de escutar a nova versão
comemorativa, com entradas balanceadas, porém o modelo original, tinha uma
sonoridade, a meu ver, mais cativante.
Em quinto aparece o Mark Levinson ML-2. Introduzido em 1977, possuia 25W em pura classe A. Tinha uma qualidade de áudio e uma transparência
espetaculares, mostrando as virtudes de um projeto classe A bem executado. A
potência era pequena, entretanto cada watt se transformava numa fidelidade
excepcional. Este amplificador escutei apenas em salas de amigos, contudo me
deixou lembranças muito boas de um transistorizado doce, extremamente musical.
Na sexta posição aparece o meu xodó o Marantz Power 8B/9. O modelo 8B,
que foi meu companheiro durante muitos anos, tinha uma sonoridade espetacular,
mesmo tocando as AR-3a de baixa eficiência, com seus 35W por
canal, ou 18W em modo triodo. O modelo 9 com dois monoblocos de 70W,
também eram espetaculares em sonoridade e tinham 40W em
modo triodo. Não eram tão impressionantes nos graves e na região dos agudos,
entretanto a região média era de se escutar música por uma eternidade sem cansar
os ouvidos, pela docilidade e fluidez pela qual a música enchia o ambiente de
uma
sonoridade muito natural.
Em sétimo aparece o power Krell KSA-50/KSA-100. Este power,
o KSA-50, tive a oportunidade de escutar em minha casa apenas uma vez,
entretanto deixou boas lembranças, determinando a principal característica dos produtos
Krell, que é uma velocidade e dinâmica excepcionais, junto a uma qualidade
sonora muito natural. O modelo KSA-100 escutei na casa do Jorge
Knirsch, durante longa data, e me recordo que a dinâmica e os graves, foram
inesquecíveis. O KSA-50, influenciou toda uma geração de projetos
solid state da época e fica até impossível imaginar o áudio High End
da década de oitenta, sem os Krell da série KSA.
Em oitavo, aparece o Threshold 400A/800A. O modelo 800A, foi o
primeiro produto da empresa, que teve o projeto desenvolvido por Nelson Pass
e o design industrial elaborado por René Besne, em 1975. Power de
alta potência em classe A, me recordo que tinha uma sonoridade cheia, num
amplificador de característica sonora doce e musical. O segredo, patenteado por
Nelson Pass, foi o sistema de variação de bias nos transistores de
saída, baseado nas características do sinal de áudio, mantendo os estágios de
saída sempre operando em classe A, porém reduzindo o bias e tendo como
conseqüência uma melhor dissipação de calor.
Em nono, temos o NAD 3020 integrado, um pequeno amplificador, porém de
grande influencia nos pequenos projetos compactos, pela sonoridade correta e
muita naturalidade, inclusive tendo um milhão e cem mil unidades vendidas.
Apesar de não ser a última palavra em resolução de detalhes, tem uma sonoridade
suave, doce e, sem dúvida, encheu os ouvidos dos audiófilos menos abonados que
procuravam um produto simples e honesto.
Em décimo e último lugar, aparece o Audio Research 600/610T. Uma alta
potência (550W), totalmente valvulado. Poderoso amplificador, com 34 válvulas
de saída, tendo como resultado uma fonte de calor excelente para os dias de
inverno. Apesar desse consumo de energia, com muito aquecimento, tinha uma
sonoridade considerada mágica pelos críticos. Fica para a história, por ser um
projeto valvulado audacioso mas para poucos bolsos daquela época.
Boas audições !!!
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