| 
 
  
Número 41 
  
O QUE É IMPORTANTE  PARA OS CABOS DE CAIXAS 
ACÚSTICAS? 
  
Equipamentos e Cabos 
  Jorge Knirsch 
jorgeknirsch@byknirsch.com.br  
  
 Introdução  
Não sei se é de conhecimento geral, mas os cabos 
de caixas acústicas são os mais importantes dentre todos os cabos de um sistema 
de áudio, ou seja, são os que maior influência 
podem exercer sobre o conjunto. 
Assim, vamos aqui iniciar uma nova série e estudar os cabos de caixas acústicas um pouco mais de perto. Para 
analisá-los mais detalhadamente, iremos verificar alguns 
parâmetros importantes: 
  
          
        
        © 2006-2016 Jorge Bruno Fritz Knirsch 
        Todos os direitos reservados 
        http://www.byknirsch.com.br 
          
        O Material Empregado 
             Qual 
a importância do material condutor? A escolha do material condutor, para um cabo 
de áudio, é de suma importância, principalmente para a obtenção de um resultado 
final de qualidade. E, no caso dos cabos de caixas acústicas, a escolha de um 
bom material condutor se reveste de uma relevância ainda maior, devido à grande 
influência que eles têm sobre o sistema. 
             Um material 
com bom índice de condutividade tem a capacidade de transportar 
a corrente elétrica 
com um mínimo de perdas possível. Quanto maior for o valor da condutividade, melhor a qualidade 
do material empregado. Na verdade, o valor da condutibilidade expressa quantos 
metros são necessários para se obter um Ohm de perdas para cada mm² de secção transversal do material. Assim, 
a unidade de condutibilidade é: m/Ohm x mm². Por exemplo, em condições normais, o material que melhor condutibilidade 
apresenta é a prata, cujo fio de 1mm² precisa de 62 
metros para ter uma 
queda de resistência de 1,0 Ohm. Em seguida vem o cobre, com um valor de 56m/Ohm x mm², 
ou seja, o cobre tem uma condutibilidade quase 10% menor que a da prata. Após o cobre 
vem o ouro, com uma condutibilidade de 47,6m/Ohm x mm², ou seja, 15% 
menor que a do cobre. 
              É 
importante salientar que, tanto a prata como o ouro possuem uma característica 
sônica bem marcante, peculiar e diferenciada. Enquanto que a prata tende a metalizar o resultado sonoro, 
valorizando as altas freqüências, o 
ouro possui a característica de valorizar os médios baixos. Dos três metais mais 
empregados no áudio, o cobre 
apresenta-se como o material mais neutro, do ponto de vista 
sonoro, e é, sem dúvida, o mais aplicado na eletrônica analógica e digital. 
Existem muitos cabos que usam uma liga feita com dois ou três destes metais, mas são 
muito mais caros, considerando o seu preço por metro, e nem sempre têm uma qualidade 
sonora superior que possa corresponder a esse preço. 
               
Embora o cobre seja o metal mais empregado no áudio, ele precisa de tratamento. Acontece que o cobre normal não tem a pureza necessária, devido aos 
óxidos de cobre e outras impurezas nele existentes, que fazem com que o som 
se torne granulado, ou seja, com baixa resolução. O cobre normal, quando 
de boa qualidade, possui em média uma pureza entre 235 a 250 PPM (ou seja, ele 
contem 235 
a 250 moléculas de 
impurezas para cada milhão de moléculas de cobre). Assim, procura-se purificar o 
cobre no seu processo de fabricação, retirando-se as impurezas e os óxidos. A este cobre, 
costumamos chamar OFC (Oxygen Free Copper) ou OFHC (Oxygen Free 
High Conductivity). Neste caso, o valor cai para algo entre 40 a 50 PPM, cuja 
pureza é melhor do que 99,95% de cobre em peso. Alguns fabricantes também 
nomeiam esse cobre de pureza mais alta como sendo 5N, 6N ou até 8N = 
99,99999999% (8 digitos após a vírgula). Acontece que não existe comprovação de 
que a redução de impurezas de cobre acima de 99,95% sejam audíveis em uma reprodução sonora. 
               
Outro ponto interessante é com relação ao comprimento dos cristais de cobre. O cobre 
normal possui de 4.000 a 5.000 cristais por metro. Dizem que, entre estes 
cristais, criam-se indutâncias, capacitâncias e até uma certa função de diodo, que 
podem deteriorar a qualidade do som. Assim, procura-se diminuir o número de 
cristais por metro, aumentando o tamanho destes cristais. Sabemos que o processo 
de fabricação do cobre OFC/OFHC já 
reduz o número de cristais para algo em torno de 1000 cristais/metro. Mas existe um 
processo que aumenta ainda mais o tamanho dos cristais, chamado de cobre - LGC (Long Grain 
Copper), que reduz o volume de cristais para algo entre 200 a 300 cristais por 
metro. No entanto, o processo mais avançado que 
temos hoje, dizem, é o processo do Professor Ohno, chamado de UPC-OCC (Ultra 
Pur Copper - Ohno Continuos Casting). Neste processo, o cobre é mais 
fundido do que extrudado a frio, como se usa normalmente, obtendo-se assim um 
único cristal que pode chegar ao comprimento de 200m. Este cristal fica na direção 
da condução elétrica do cabo e muitos dizem que a diferença conquistada é audível, enquanto 
que outros acham muita graça nestas afirmações. Não tenho conhecimento de 
testes conclusivos sobre estas diferenças auditivas relacionadas ao tamanho dos cristais. 
Vamos dar continuidade a este assunto nos próximos Audiophile News.  
                  Desejo 
a todos boas audições e também muito bom senso!! 
http://www.byknirsch.com.br/produtos-cabos-connect-caixas.shtml
 
                     
          
                                                                                                 
       |