Número 40
Equipamentos e Cabos
Flávio Adami
Uma
Pitada de Calor
Eu me recordo, que nos idos anos sessenta, a grande maioria dos
amplificadores eram valvulados, mesmo porque o que havia de transistorizados na
época, era uma verdadeira porcaria, haja vista que era o início da aplicação
desse conceito para fins de equipamentos de alta qualidade sonora. Um exemplo
clássico que gostaria de citar, pois o possuí durante muitos anos em meu sistema,
foi um pré 7 junto a um power 8B, ambos valvulados da Marantz. Eram de uma
sonoridade espetacular, que fica até difícil explicar como tocavam, levando-se
em consideração que foram projetados na década de cinqüenta e ainda nos dias de
hoje dão um show de qualidade sonora.
© 2004-2014 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Após um
tempo, a Marantz lançou o pré modelo 7T transistorizado, um verdadeiro
fiasco comparado ao modelo 7 valvulado. Porém, a coisa foi aos poucos evoluindo e
a amplificação transistorizada mudou muito, principalmente quando surgiram os
primeiros amplificadores com estágio de saída FET (Field Effect Transistor),
que tinham uma sonoridade mais quente e mais próxima do som valvulado. Após o
surgimento dos amplificadores mosfet e os circuitos tipo classe A, junto
a resistores, capacitores e fontes de alto padrão, eu diria que nos dias de hoje
não existem diferenças entre os dois conceitos. A diferença é que um valvulado
de baixo custo, com circuito básico, desenvolvido há décadas, porém utilizando
componentes de última geração, tem uma sonoridade espetacular principalmente na
zona média, que é uma característica natural das válvulas, com musicalidade e
calor. Um transistorizado, para atingir esse patamar sonoro, tem que ter um
circuito caro e sofisticado. Entretanto, leva vantagem na extensão dos graves,
potência e alto fator de amortecimento, tendo a capacidade de controlar os alto
falantes com maior precisão, utilizando circuitos de alta corrente capazes de
domar as impedâncias mais baixas. Na minha opinião, não existe conceito pior ou
melhor nos dias de hoje. Há, sim, amplificadores certos para caixas certas.
Um conceito muito utilizado atualmente e que vem de longa data, pelo menos
que eu me lembre, de uns vinte anos pra cá, com experiências catastróficas, e que
tive a oportunidade de escutar e esquecer, foram os amplificadores híbridos, ou
seja, uma mistura de válvulas e transistores. Mas como tudo evolui, muitos
projetistas tem apostado nesse conceito com resultados surpreendentes, como é o
exemplo dos integrados híbridos da Pathos e Unison Research, que
tive a oportunidade de testar e que agradaram muito meus ouvidos.
Há uma
complexidade nestes projetos, pois existem fontes
independentes para os circuitos transistorizados e outras para a parte
valvulada. Isto torna estes aparelhos mais susceptíveis a problemas,
principalmente advindos da rede elétrica.
Os cd players híbridos utilizam transistores no estágio de entrada e
válvulas na saída, ao contrário dos amplificadores onde recomenda-se a entrada
valvulada e o estágio de potência transistorizado. Existem também projetos de
amplificadores com estágios de entrada transistorizados e os de saída
valvulados, inclusive com até vários pares de válvulas, que eu particularmente
não recomendo, devido a inúmeros problemas, como exemplo, desgaste irregular
entre as válvulas, ajuste de bias da saída, variação da tensão da rede, que
tornam estes aparelhos extremamente instáveis.
Com relação aos projetos mais simples de amplificadores, a meu ver, a união da precisão sonora
dos melhores transistores aplicados na saída destes aparelhos, com uma pitadinha de calor que as válvulas
na entrada acrescentam, tornam as horas de audição
infindáveis dentro de um custo benefício excelente e muito conforto auditivo.
Boas audições !!!
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