Número 32
Equipamentos e Cabos
Flávio
Adami
As Rainhas do Vinil
Aproveitando o retorno triunfal dos toca-discos, gostaria de comentar algo a
respeito das cápsulas, elementos de extrema importância no contexto sonoro, pois
são responsáveis pela qualidade de áudio que, junto aos braços e toca-discos,
tiram dos micro-sulcos do vinil toda fidelidade sonora que um
bom equipamento exige.
Desde a
minha infância, convivia com aquelas "vitrolinhas", cujas cápsulas de cerâmica eram de uma concepção simples, onde a captação era realizada
por uma pequena lâmina piezoelétrica (cerâmica) e possuíam uma faixa de
freqüências bastante limitada, em torno de 100 Hz a 10 kHz.
A
primeira cápsula de boa qualidade que tive, ainda quando moleque, foi uma
Pickering V15 AT-2, com agulha cônica, que respondia até 18 kHz. Já naquela época
esta cápsula possuía uma boa qualidade sonora a despeito do seu
baixo custo. A maioria das cápsulas daquele tempo eram do tipo MM (Moving
Magnet), onde o imã é móvel e a bobina fixa, ao contrário das cápsulas
dinâmicas (Moving Coil), onde o magnético é fixo e a bobina móvel,
proporcionando uma melhor qualidade sonora, com uma resposta de freqüências
superior e uma melhor resposta dos transientes. Nas cápsulas dinâmicas, a bobina movimenta-se dentro de
um campo magnético, provocando a circulação de uma corrente elétrica e originando o sinal de áudio, que vem da vibração da agulha
nos micro-sulcos do disco.
Antigamente, também existiam cápsulas tipo relutância variável (Induced
Magnet), onde a bobina e o imã são fixos num suporte. Nelas, as vibrações são
transmitidas a uma pequena lâmina que, ao vibrar também, corta as linhas do campo
magnético, variando a indução sobre a bobina, criando a circulação de uma
corrente e, como conseqüência, originando o sinal de áudio. Mas essas cápsulas
eram de baixa qualidade
sonora, com uma resposta de freqüências limitada.
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Os mais idosos, com certeza, se lembram das cápsulas GE, onde, na parte de
cima, havia um botão que, ao ser pressionado, fazia a troca das agulhas para LPs
ou discos 78 rotações. Naquele tempo, havia também disponíveis no mercado agulhas
de safira ou diamante, mas o que realmente vingou foram as de diamante, haja vista
que as agulhas de safira não duravam mais do que 300 horas.
Koetsu
Com relação a uma escolha audiófila, as cápsulas tipo Moving Coil são as
mais indicadas, pela qualidade sonora que proporcionam, podendo alguns modelos
chegar aos 100 kHz nos extremos agudos. O nível de saída delas é excepcionalmente baixo,
em torno de 0,25 mV, exigindo prés que aceitem esse tipo de cápsula e, de
preferência, que tenham ótima qualidade e baixo ruído. Entretanto, o problema
maior é que as agulhas não são destacáveis e a troca só pode ser efetuada na
fábrica. E, pelo fato de serem importadas, há o acréscimo desse custo adicional,
fora o tempo de espera. Há também as Moving Coil de alta saída que, apesar
do mesmo problema de reposição, não necessitam do estágio de amplificação MC,
pois têm uma saída média em torno de 2,5 mV.
Há
boas opções de cápsulas, hoje em dia, com os mais diversos preços, a partir de US$ 100,00, podendo
chegar a US$ 10.000,00, compatíveis, é lógico, com o nível do
equipamento.
Ao longo dessa minha vida analógica, já experimentei quase todos os tipos, com
exceção dos modelos caríssimos e cheguei à conclusão que, cápsulas em torno dos
US$ 200,00, tipo MM, dão conta do recado muito bem. Como exemplo, uma Grado
ou uma Shure. O fator que realmente faz a diferença, na minha
opinião, é, sem
dúvida, um bom toca-discos, um bom braço, com tudo muito bem ajustado. O
resultado, com certeza, agradará aos audiófilos mais exigentes.
Boas audições!
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