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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

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Número 32
 

Equipamentos e Cabos                           

 Flávio Adami

As Rainhas do Vinil

            

             Aproveitando o retorno triunfal dos toca-discos, gostaria de comentar algo a respeito das cápsulas, elementos de extrema importância no contexto sonoro, pois são responsáveis pela qualidade de áudio que, junto aos braços e toca-discos, tiram dos micro-sulcos do vinil toda fidelidade sonora que um bom equipamento exige.
             Desde a minha infância, convivia com aquelas "vitrolinhas", cujas cápsulas de cerâmica eram de uma concepção simples, onde a captação era realizada por uma pequena lâmina piezoelétrica (cerâmica) e possuíam uma faixa de freqüências bastante limitada, em torno de 100 Hz a 10 kHz.

              A primeira cápsula de boa qualidade que tive, ainda quando moleque, foi uma Pickering V15 AT-2, com agulha cônica, que respondia até 18 kHz. Já naquela época esta cápsula possuía uma boa qualidade sonora a despeito do seu baixo custo. A maioria das cápsulas daquele tempo eram do tipo MM (Moving Magnet), onde o imã é móvel e a bobina fixa, ao contrário das cápsulas dinâmicas (Moving Coil), onde o magnético é fixo e a bobina móvel, proporcionando uma melhor qualidade sonora, com uma resposta de freqüências superior e uma melhor resposta dos transientes. Nas cápsulas dinâmicas, a bobina movimenta-se dentro de um campo magnético, provocando a circulação de uma corrente elétrica e originando o sinal de áudio, que vem da vibração da agulha nos micro-sulcos do disco.
              Antigamente, também existiam cápsulas tipo relutância variável (Induced Magnet), onde a bobina e o imã são fixos num suporte. Nelas, as vibrações são transmitidas a uma pequena lâmina que, ao vibrar também, corta as linhas do campo magnético, variando a indução sobre a bobina, criando a circulação de uma corrente e, como conseqüência, originando o sinal de áudio. Mas essas cápsulas eram de baixa qualidade sonora, com uma resposta de freqüências limitada.

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              Os mais idosos, com certeza, se lembram das cápsulas GE, onde, na parte de cima, havia um botão que, ao ser pressionado, fazia a troca das agulhas para LPs ou discos 78 rotações. Naquele tempo, havia também disponíveis no mercado agulhas de safira ou diamante, mas o que realmente vingou foram as de diamante, haja vista que as agulhas de safira não duravam mais do que 300 horas.
   Koetsu
              Com relação a uma escolha audiófila, as cápsulas tipo Moving Coil são as mais indicadas, pela qualidade sonora que proporcionam, podendo alguns modelos chegar aos 100 kHz nos extremos agudos. O nível de saída delas é excepcionalmente baixo, em torno de 0,25 mV, exigindo prés que aceitem esse tipo de cápsula e, de preferência, que tenham ótima qualidade e baixo ruído. Entretanto, o problema maior é que as agulhas não são destacáveis e a troca só pode ser efetuada na fábrica. E, pelo fato de serem importadas, há o acréscimo desse custo adicional, fora o tempo de espera. Há também as Moving Coil de alta saída que, apesar do mesmo problema de reposição, não necessitam do estágio de amplificação MC, pois têm uma saída média em torno de 2,5 mV.
             Há boas opções de cápsulas, hoje em dia, com os mais diversos preços, a partir de US$ 100,00, podendo chegar a US$ 10.000,00, compatíveis, é lógico, com o nível do equipamento.
             Ao longo dessa minha vida analógica, já experimentei quase todos os tipos, com exceção dos modelos caríssimos e cheguei à conclusão que, cápsulas em torno dos US$ 200,00, tipo MM, dão conta do recado muito bem. Como exemplo, uma Grado ou uma  Shure. O fator que realmente faz a diferença, na minha opinião, é, sem dúvida, um bom toca-discos, um bom braço, com tudo muito bem ajustado. O resultado, com certeza, agradará aos audiófilos mais exigentes.

             Boas audições!


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