Número 22
Música ao Vivo
Flávio
Adami
O Importante é que a
Emoção Sobreviva
Eu sou um daqueles audiófilos que além de ser apaixonado por sistemas de áudio,
tenho também uma formação musical, desde os tempos em que aprendi os primeiros
acordes de piano com minha mãe, tendo os ouvidos regados por um maravilhoso
Bechstein, que me ajudou em muito a desenvolver minha acuidade musical, tendo
como referência obras de Bach, Mozart e Chopin.
Entretanto eu era um aluno arredio, pois quando estava sozinho no piano sem os
ensinamentos de minha mãe, partia logo para os acordes de jazz, onde mantinha
minhas referências musicais sempre baseadas nos grande pianistas da época.
Considero-me um privilegiado, pois tive a oportunidade de escutar ao vivo no
início dos anos setenta no Teatro Municipal de São Paulo, nada mais nada menos que a banda de
Duke Ellington, Count Basie, Sarah Vaughan, Bill Evans,
Oscar Peterson, Errol
Garner, Dave Brubeck, Astor Piazzola entre outros, tudo lá na minha frente, sem
nenhum microfone para atrapalhar. Tive também a oportunidade de ir a todos os
shows do Fino da Bossa no Teatro Paramount em São Paulo, onde ouvi pela primeira vez a
cantora Elis Regina, junto com Jair Rodrigues.
A música brasileira sempre me influenciou demais, e o instrumento que adotei
como meu preferido, foi sem dúvida o violão, influenciado pela bossa nova, onde
além de estudar em conservatório, tive bons professores, culminando com o mestre
Paulinho Nogueira.
Essa minha relação da música com o áudio, foi sempre muito apaixonante e eu
costumo dizer que um grande artista é aquele que consegue transmitir sua emoção
para a platéia, como uma espécie de sinergia entre a sensibilidade do artista e
a nossa audição. Uso como exemplo o piano, tendo como influência o jazz que
tanto aprecio, onde existem milhares de pianistas tecnicamente perfeitos, porém
poucos conseguem realmente me emocionar durante uma audição, incluindo os
pianistas clássicos.
Um exemplo é a comparação entre dois grandes gênios, Oscar Peterson e Bill
Evans. Peterson é o exemplo da perfeição técnica de execução, junto a uma
musicalidade e sonoridade excepcionais. Bill Evans mistura uma técnica de
harmonia incomparável, junto a uma complexa simplicidade, que as vezes fico
pensando aonde ele buscava aqueles acordes geniais. Tudo que Bill Evans executava
me emocionava muito mais do que toda técnica que Peterson possuía.
O mesmo acontece, com os equipamentos de áudio. A minha formação
musical, me faz ser um apaixonado por sistemas de som, entretanto a música para
mim, sempre falou mais alto. Um bom sistema, ao meu ver, é como um pianista que eu
admiro, precisa me emocionar, independente da maneira como foi projetado,
seja valvulado, transistorizado, hibrido, caixas acústicas de vários conceitos, cd players, toca
discos, seja lá o que for. Já escutei equipamentos caríssimos que não me
transmitiram nada e sistemas de baixo custo que encantaram meus ouvidos,
simplesmente porque seguiram regras básicas de acústica, elétrica,
posicionamento, cabeamento correto independente de preço. Para meus ouvidos um
bom equipamento é aquele que me faz esquecer que estou ouvindo um sistema de
áudio, deixando apenas a música fluir com clareza, naturalidade e principalmente
muita emoção, procurando ser o mais fiel possível a sonoridade e intenção a qual
o artista se propôs.
Boas audições!
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