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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

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  Veja os comentários de Fernando Sampaio (RJ) a respeito de fiação sólida e aterramento do neutro.
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Número 21

VIBRAÇÕES: ELAS INFLUEM? Parte 3

Vibrações

  Jorge Knirsch

 Continuação 

No Audiophile News 13, iniciamos a análise de alguns sistemas antivibracionais, descrevendo como eles influem no resultado sonoro, todos trazendo maior resolução e transparência e, eventualmente, melhorando também o equilíbrio tonal. Assim, estes dispositivos antivibracionais poderão ser usados para a otimização do resultado sonoro dos nossos sistemas de áudio e vídeo. Começamos mencionando os spikes, mostrando qual o resultado que trazem e de que forma influem no equilíbrio tonal. Como vimos, eles realçam levemente a parte das altas freqüências.

Em seguida, no Audiophile News 17, falamos das bandejas antirressonantes, que atuam em ambas as direções, ou seja, na absorção de movimentos horizontais e também na de movimentos verticais. Elas podem trazer um excelente resultado, aumentando a resolução e a transparência do sistema, sem alterar em demasia o equilíbrio tonal. Mas este resultado, para ser alcançado, vai depender do princípio que a bandeja em questão usa para absorver as ressonâncias. Vamos agora falar dos sistemas antivibracionais horizontais, mudando um pouco a ordem originalmente apresentada.

                Sistemas Antivibracionais Horizontais 

              Existem, no mercado, alguns tipos de sistemas de absorção de vibrações horizontais. No Brasil, podemos encontrar várias marcas e modelos, nacionais e importados. Inclusive, até é possível acharmos modelos acoplados a bandejas de estantes ou a prateleiras especiais para áudio. Podemos também encontrar racks, com várias prateleiras, apresentando esta formação. Normalmente, estes dispositivos se constituem de uma pequena base metálica circular, contendo esferas de aço, com livre movimentação horizontal, e um pequeno prato metálico, também circular, por cima. Sobre três ou quatro destes conjuntos, são colocados os equipamentos.

           Como vimos no primeiro artigo desta série, quando realizamos a compensação, apenas e exclusivamente, das vibrações horizontais, promovemos um desequilíbrio tonal para a região das altas freqüências, ou seja, para os agudos. Este desequilíbrio tonal poderá chegar a ser muito forte, com o uso destes dispositivos, mesmo quando os utilizamos apenas sob um dos aparelhos do nosso sistema de áudio. Isto porque estaremos  favorecendo os agudos, que se tornam brilhantes, metálicos, e poderão até ficar estridentes e ardidos. Em contrapartida, com essa compensação, somente das vibrações horizontais, também estaremos atenuando, de forma uniforme e pronunciada, os graves em toda a faixa de suas freqüências. O sistema, aparentemente, vai parecer ter perdido a dinâmica, por um desequilíbrio tonal que poderá ter se tornado até severo. Caso você esteja usando um destes racks, com várias bandejas, contendo estes dispositivos, e alguns aparelhos sobre estas bandejas, o seu resultado sonoro poderá ter ficado ainda mais marcante, com proeminência ainda maior dos agudos.

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           Na verdade, você entrou por um "galho do pinheiro" (Veja o artigo o O Áudio e o Pinheiro - 1º Parte ) e agora provavelmente está, de forma intuitiva, procurando alternativas para voltar a restabelecer o equilíbrio tonal perdido. Poderá, então, vir a escolher aparelhos e equipamentos que possuam um equilíbrio tonal contrário ao problema criado pelo sistema antivibracional horizontal, buscando favorecer os graves. E existem muitos equipamentos que se prestam bem a isto. Há, inclusive, cabos com esta tendência contrária, que também poderão ser escolhidos. Na verdade, ao longo do tempo, após muitas tentativas e experiências, você vai acabar percebendo que fica muito difícil acertar um sistema destes. Infelizmente, não conheço nenhum sistema assim, usando estes dispositivos de absorção de vibrações horizontais, que tenha os graves em ordem, naturais, presentes, articulados, com boa extensão e qualidade, e também agudos equilibrados, doces, suaves e cristalinos.  

           Outro aspecto, muito importante, é que todas as avaliações, julgamentos e opiniões que você fizer serão questionáveis. Como resultado das suas experiências, a partir desse seu sistema de áudio, que usa estes conjuntos, todas as suas conclusões estarão fortemente influenciadas pelo desequilíbrio inerente ao sistema. A avaliação que você fizer, quando da troca de algum equipamento e/ou quando da troca de cabos, por exemplo, vai levá-lo a conclusões equivocadas. Devido à essa característica alterada do sistema, na sua avaliação auditiva, você estará sendo levado a um auto-engano. Você entrou no galho do "galho do pinheiro". Assim, um aparelho que você avaliar como neutro, um outro audiófilo, num outro sistema que não usa estes dispositivos, poderá considerá-lo inadequado, com tendência a um desequilíbrio tonal para os graves, ou então, ao contrário, o que você julgar desequilibrado, um outro audiófilo poderá julgar correto.

           Caso você esteja usando estes dispositivos e agora resolva tirá-los, uma nova questão aparece. Como o seu sistema já estava razoavelmente ajustado, é claro que, num primeiro momento, ocorrerá um novo desequilíbrio tonal que, passo a passo, deverá ser novamente ajustado. Acontece que, desta vez, será muito mais fácil voltar ao "tronco do pinheiro". Você terá a chance de otimizar o seu sistema de forma muito mais natural e agradável, podendo alcançar um equilíbrio tonal muito mais real e dinâmico entre graves, médios e agudos.

           Podemos, então, concluir que cada componente do nosso sistema de áudio deverá ser o mais plano possível, não podendo apresentar fortes desequilíbrios tonais. Caso contrário, o ajuste fino ficará muito difícil, senão impossível. Este aspecto é muito importante, para que possamos acertar o conjunto todo de forma bem harmoniosa.
           Fico impressionado com o número de pessoas que usam estes dispositivos, até mesmo vários profissionais do ramo do áudio, mostrando, com isso, o baixo discernimento que têm entre o som da música ao vivo e o som reproduzido!

           Convido-os a visitarem o nosso Laboratório de Acústica e Áudio (Vejam no site: Convite para Audições) para fazermos experiências, neste sentido, com estes dispositivos antirressonantes. É muito fácil colocarmos estes conjuntos, por exemplo, debaixo de um cd-player, ou de um pré, e verificarmos o resultado final, pois fica bem patente o desequilíbrio que se obtém.

                      Boas Audições a todos!!

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