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  Uma Entrevista com Jorge Knirsch

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  Veja os comentários de Fernando Sampaio (RJ) a respeito de fiação sólida e aterramento do neutro.
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Número 18
 

Mídia Gravada                           

 Flávio Adami

Voltando ao Passado

            Em meados da década de sessenta, eu e um amigo, jazzista fanático, costumávamos fazer longas sessões de música, regada a Duke Ellington, Count Basie, Oscar Peterson, Bill Evans, Dave Brubeck, gravações nacionais de Bossa Nova entre outras tantas.
            O equipamento utilizado foi o primeiro instalado por mim, quando tinha apenas 16 anos de idade. Consistia de um par de caixas AR 3, um pré 7 e um power 8 B, ambos da Marantz, e também um toca discos AR, com cápsula Pickering. Aquilo, a 44 anos atrás, tocava uma barbaridade! Ainda fica na minha memória a qualidade dos graves das AR, caixas que eu chamaria de legítimas "suspensão acústica" com um damping fantástico.
            Esse amigo já faleceu, há mais de dezoito anos, deixando um acervo de vinis, os quais sonhava tê-los há mais de 40 anos e, com muita emoção, vieram parar em minhas mãos, há questão de um mês atrás, praticamente novos, inclusive com alguns autografados.
            Mas o que me chamou a atenção, nessa estória, voltando ao tema do último artigo escrito por mim, é que alguns vinis estavam em estado de novo, como exemplo: Edson Machado é samba novo, Baden Powel muito à vontade, Sergio Mendes e Bossa Rio, Count Basie Kansas City 7, entre outros, cujas gravações tenho a versão em cd, inclusive com alguns remasterizados. Após fazer uma comparação auditiva, cheguei à conclusão que realmente ouve um assassinato na transcrição, para a mídia digital, onde todos os responsáveis deveriam receber uma punição, por tentar enganar os ouvidos dos pobres audiófilos que respeitam a música na sua total plenitude. Em todas essas gravações, ficou patente um achatamento nos extremos, principalmente nos graves, criando a sensação de um som chapado sem cor, inodoro e sem sabor. Para vocês terem uma idéia, eu possuo uma gravação do vibrafonista Lionel Hampton, de 1959, gravado em mono, pela etiqueta Audio Fidelity, onde as informações técnicas dizem o seguinte: “ O corte de acetatos foi feito nos estúdios B&C de Nova Yorque, com a máxima velocidade da agulha, compatível com o mínimo de distorção, obtendo assim o máximo em relação sinal/ ruído conseguido até hoje. Ainda que a faixa total das freqüências de 16 Hz a 25 kHz por segundo, encontradas neste disco, esteja além da capacidade auditiva humana, uma inspeção em um microscópio evidenciará as incisões das altíssimas freqüências dinâmicas."
            Entretanto, é opinião do fabricante que, se tais freqüências forem omitidas do disco, "perde-se uma cálida tonalidade que é mais sentida do que ouvida. Por esta razão, e para obter a última palavra em nossos estudos em som de alta fidelidade, fomos à estas extremas medidas eletrônicas”.
            Esta gravação, da Audio Fidelity, tem mais de cinqüenta anos e às vezes me pergunto: será que estamos realmente caminhando para a frente?

Boas audições!             


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