Número 14
Equipamentos e Cabos
Flávio
Adami
O Sonho Acabou
Nasci em
1949, ou seja, faço parte dos audiófilos saudosistas. O ano em que nasci foi
exatamente o mesmo em que nasceu a McIntosh. Poderia também dizer que, nesse
ano, nasceu o que atualmente chamamos de áudio High End, haja visto que
principalmente a McIntosh e a Marantz, que surgiram por volta do início dos anos 50,
lideravam os equipamentos de alta qualidade sonora daquele tempo. Podíamos
contar nos dedos aquilo que era bom. Marantz, McIntosh, Fischer
e Scott eram, pelo que tenho na memória, os melhores que tive a
oportunidade de escutar quando moleque. Desde pequeno eu já era um apaixonado
por música e já continha o vírus da audiofilia nas veias.
O que diferenciava esses
equipamentos de outros populares, naqueles anos, era a qualidade dos componentes
utilizados. Por exemplo, os transformadores, capacitores e resistores eram
escolhidos a dedo, onde apenas por volta de 20% passavam na seleção e conseguiam
ser aprovados. Nessa época, em
que a qualidade era duvidosa, a tolerância dos componentes era extremamente
irregular, o que fazia com que os equipamentos fossem absolutamente artesanais.
Época em que nem circuitos impressos eram utilizados.
Caixas acústicas, apenas
quatro me vem à memória. JBL, Altec, Wharfedale e, posteriormente, numa nova
concepção, as AR, bem menores, utilizando o conceito de suspensão acústica.
Hoje em dia, vivemos uma
realidade totalmente diferente. Componentes de altíssima qualidade são
fabricados pelo mundo e, principalmente, pelos chineses, com níveis de tolerância
extremamente rígidos. Temos, como exemplo, capacitores de polipropileno, poliestireno,
resistores de metal film, tântalo, transformadores toroidais de cobre sólido
isolado e uma infinidade de novas tecnologias.
Vivemos, atualmente,
num mundo de fontes digitais, imagens digitais, amplificadores digitais, gravações digitais, ou seja, um festival de digitalite que assola o
universo do
áudio.
Nos idos anos
60 e 70, recordo-me que a diferença, entre a sonoridade de um McIntosh ou
Marantz
em relação a um amplificador popular da época, era gigantesca. Atualmente, já não
temos essa diferença, porque componentes de alta qualidade existem aos baldes no
mercado, para quem quiser projetar um amplificador valvulado ou transistorizado. A
diferença entre um amplificador valvulado e um transistorizado, nos anos 60 e 70,
era escandalosa. A coisa realmente mudou quando começaram a surgir os transistores
tipo MosFet. Eles fizeram com que os amplificadores transistorizados atuais soem
tão bem como os valvulados, com a vantagem de serem mais potentes, com uma
extensão de graves ainda melhor e uma maior capacidade de corrente para dominar
baixas impedâncias. Entretanto, na minha opinião, os projetos valvulados atuais
têm algo a mais, na região média, que adoça melhor os meus ouvidos.
Os toca
discos voltaram, um pouco por saudosismo e, principalmente, por terem uma
sonoridade superior pelo fato de não ser necessário se converter nada. Pelo mesmo
princípio de Thomas Edson, o que sai da agulha é musica e fim de papo! Que
saudade tenho daquela época romântica.
Boas audições.
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