Número 13
Vibrações
Jorge Knirsch
VIBRAÇÕES INFLUEM?
Introdução
Apesar do tópico de vibrações estar em sétimo
lugar, ou seja, em penúltimo lugar na lista dos parâmetros mais importantes para
se obter uma boa reprodução sonora, este assunto se reveste de uma complexidade
técnica muito grande. Revejam a lista dos parâmetros, por ordem de importância, que publicamos no
Audiophile News Número 1:
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Música ao Vivo;
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Acústica;
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Elétrica;
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Mídia Gravada;
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Equipamentos e Cabos;
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Aterramento;
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Vibrações;
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Acessórios.
Não vou aqui me aprofundar muito na parte teórica, mas alguns
conceitos básicos temos que lhes passar, para que o assunto fique compreensível.
Em um sistema de áudio e vídeo, tudo vibra!! Os aparelhos que possuem partes
móveis, como cd-players, caixas acústicas, dvd-players, projetores
e outros, e também o chão sobre o qual estão os aparelhos, colocados sobre
prateleiras ou não, vibram em qualquer lugar, independentemente, por exemplo, se
existe uma estrada por perto ou não, ou se há alguma outra origem vibratória. A
vibração do chão ocorre em qualquer lugar e é inerente e normal. E agora vem a parte importante: esta
vibração influi sobre os aparelhos e, portanto, sobre o som e a imagem reproduzidos,
através de dois fenômenos físicos, chamados de intermodulação e de microfonia.
Um pouco de
Física
A intermodulação ocorre nos aparelhos que possuem movimentação própria,
principalmente em caixas acústicas. Nestas, influi no movimento horizontal do
woofer, limitando a extensão dos graves. Somente para dar uma explicação aos
mais interessados, a vibração do chão aumenta o atrito dinâmico do movimento
horizontal da bobina do alto falante no seu gap, reduzindo assim a sua
excursão. Isto trás uma redução da extensão dos graves. Outro aspecto do efeito
da intermodulação é na leitura digital no transporte de cd-players, onde podem
ocorrer grandes alterações sonoras!
O efeito da microfonia ocorre mais nos aparelhos que não possuem movimentação
própria e, nestes casos, a vibração do chão influi sobre os componentes
eletrônicos, principalmente sobre os capacitores internos. Não tenho a
comprovação científica deste fenômeno, mas a sua verificação prática é muito
fácil de ser constatada, de forma que a melhora sonora ocorre quando se altera a
vibração da superfície sobre o qual o aparelho em questão está colocado.
Por exemplo, colocando borrachas especiais nos pés de um amplificador, alteramos a vibração
da base e, em conseqüência, ocorre uma alteração sonora, normalmente levando o
equilíbrio tonal para as baixas freqüências.
© 2004-2012 Jorge Bruno Fritz Knirsch
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Prestando consultorias em áudio, para o ajuste fino de sistemas de referência,
quando não existem problemas maiores nos sistemas sob análise, uso os vários
recursos anti-vibracionais existentes, associados entre eles, para otimizar o resultado sonoro final e,
principalmente, para obter o equilíbrio tonal desejado. É sobre estes recursos que
gostaria de lhes falar. Os sistemas anti-vibracionais, de forma geral, dão à
reprodução sonora maior transparência, ambiência e um melhor recorte da imagem
no palco sonoro. Em outras palavras, o resultado sonoro de um sistema de som
melhora à medida em que ele for mais independente das diferentes vibrações
existentes.
A maior influência sobre um sistema é a vibração do chão, que é randômica, em
todas as direções semi-esféricas. Mas aqui vamos nos aprofundar um pouco nos dois
movimentos principais, o movimento horizontal, feito de um lado para outro, e o movimento vertical, para cima e para baixo. Existem inúmeros sistemas anti-vibracionais,
que atuam de formas as mais variadas possíveis, porém a
maioria não tem um equilíbrio tonal plano. Os principais são:
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Spikes, cones anti-vibracionais e suas
bases;
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Bandejas anti-vibracionais, em várias
formas e princípios físicos de funcionamento;
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Borrachas especiais;
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Molas especiais;
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Sistemas anti-vibracionais horizontais;
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Prateleiras, em vários materiais, sobre as
quais vão os equipamentos;
Uma constatação que pudemos fazer, ao longo dos anos, através de inúmeras
experiências, em uma infinidade de sistemas, é que a compensação
anti-vibracional do movimento horizontal promove os agudos. Quanto mais forte
for a compensação horizontal, em detrimento da compensação vertical, maior será a
presença dos agudos no sistema. Por outro lado, a compensação anti-vibracional do
movimento vertical promove os graves, e quanto mais forte for a compensação
vertical maior será a presença de graves no sistema. Assim, precisamos de um
sistema anti-vibracional que consiga compensar, simultaneamente, as vibrações
horizontais e as verticais, para obtermos a transparência
desejada sem perdermos o equilíbrio tonal. Caso ocorra um desequilíbrio tonal,
podemos tentas associar algumas outras formas anti-vibracionais, para voltarmos a ter o equilíbrio
tonal com maior transparência final, pois a maioria dos sistemas
anti-vibracionais não são planos. Assim, resumindo:
Compensação vibracional horizontal -> -> -> promove os agudos
Compensação vibracional vertical -> -> -> promove os
graves
Colocados todos estes aspectos, vamos fazer algumas análises a respeito de cada
item acima arrolado para, em seguida, fazermos algumas associações entre eles.
Os Spikes
Os Spikes são cones, normalmente metálicos, colocados
em baixo dos aparelhos e das caixas acústicas. Possuem uma
altura (H) e um diâmetro da base (B). A maioria dos cones que existe no mercado
possui uma relação de H/B = 1, ou seja, a altura é igual a base. Há alguns anos
atrás, realizei muitos testes com cones de diversos tamanhos e formas. Pude
verificar que à medida que a altura fica maior do que o diâmetro da base (H/B>1)
a reprodução sonora melhora e aumenta a transparência. Assim, desenvolvemos
Spikes, fabricados de alumínio sonobilizado (tratamento térmico realizado no
alumínio para aumentar sua dureza), onde a medida H foi otimizada em relação à
base, sendo (H) > (B). O efeito dos Spikes, colocados em baixo dos aparelhos e das
caixas acústicas, promove levemente os agudos (maior compensação vibracional horizontal) e torna os graves mais secos. Portanto, em
não sendo neutros, levam o equilíbrio tonal, de forma sutil para as altas freqüências,
apresentando um elevado grau de transparência. São um excelente acessório para
sistemas que estejam tocando com um resultado sonoro mais fechado, ou também em
sistemas com um grave muito borrado, pouco definido.
Vamos continuar este assunto nos próximos
Audiophile News.
Até lá. Boas audições e um grande abraço.
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