Número 12
Equipamentos e Cabos
Flávio
Adami
A
Divisão Necessária
Certa vez, um amigo meu, apaixonado por música, porém leigo em equipamentos de
áudio, me questionou o fato de haver a necessidade de vários alto falantes, ou
pelo menos dois, no mínimo, numa caixa acústica, para que toda a gama sonora seja
reproduzida. Essa necessidade existe, pelo fato de existir um problema físico, que
caracteriza o conceito de funcionamento de um alto falante.
Se tivermos um woofer de 12
polegadas, projetado para reproduzir especificamente baixas freqüências, como
por exemplo dentro de uma câmara anecoica, ele chegará no máximo numa resposta
por volta de 1kHz, considerada plana. Após essa freqüência, a curva cairá
abruptamente. Devido ao fato de possuir um cone pesado, que trabalha bem em
baixas freqüências, pela própria massa e diâmetro que possui, desloca grandes
quantidades de ar. Isto é o que caracteriza os alto falantes projetados para os
graves. Freqüências acima daquelas especificadas pelo fabricante, dentro da curva
de resposta, começam a ficar cheias de variações, porque toda essa massa torna o
falante lento e pesado, com uma enorme dificuldade para pulsar acima de 1kHz, ou
seja, 1000 ciclos por segundo,
dificultando a resposta nas freqüências médias. Por esse motivo, existe a
necessidade da utilização de um divisor de freqüências e do uso de um
segundo alto falante para os médios. Cito, como exemplo, um alto falante de 5
polegadas, que pode chegar tranquilamente aos 5kHz com a curva absolutamente
plana. Após essa freqüência, começa a surgir novamente o problema de variações na
curva de resposta, pelo fato de novamente existir problemas por excesso de
massa, exigindo a presença de um tweeter responsável pelas altas
freqüências. Alguns modelos atuais podem chegar tranquilamente aos
30 kHz, principalmente os que possuem diafragmas de titânio, berílio, diamante,
etc.,
que, empurrados por poderosos magnéticos de neodímio, podem chegar a freqüências
muitas vezes acima do limite do ouvido humano. Os tradicionais tweeters, com
diafragma tipo soft-dome de seda, podem não chegar a freqüências alucinantes de
resposta, porém são mais suaves e, na minha opinião, causam menos fadiga auditiva.
Existe uma infinidade de
projetos, entretanto o mínimo necessário para uma resposta plena de todas as
freqüências é, pelo menos, um sistema de duas vias, muito utilizado em caixas tipo
bookshelf.
Existem também os alto falantes tipo
full range, que respondem
a toda gama de freqüências e não necessitam
de crossovers, mas como milagre em áudio não existe, não conseguem uma resposta
satisfatória acima dos 16 kHz, perdendo detalhes de alta freqüência, harmônicos,
ar e tudo aquilo mais que caracteriza uma verdadeira reprodução de alto padrão
sonoro.
Boas audições
http://www.byknirsch.com.br/produtos-antiresson-bandstand.shtml
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