Número 10
Equipamentos e Cabos
Flávio
Adami
SINAL DOS TEMPOS
Ao longo desses quase 45
anos dedicados ao áudio, me deparei com praticamente todos os tipos de
equipamentos, e uma coisa que me chama a atenção, nos dias de hoje, é a evolução
que eles sofreram, principalmente os de baixo custo e que, hoje em dia, tocam uma
barbaridade. O que vem favorecendo essa qualidade nos equipamentos de preço
acessível é que praticamente todos, com exceção daqueles chamados “State of
the Art”, onde existe uma construção artesanal em todos os aspectos, os
de preço acessível atualmente são projetados nos países de origem, como exemplo
Inglaterra e Estados Unidos, porém montados na China, onde a mão de obra permite
que tenhamos uma qualidade de áudio excepcional, sem machucar o bolso de
ninguém.
Mais uma vez eu digo que,
atualmente, um resultado sonoro de qualidade está muito mais na acústica do
ambiente, na elétrica, no perfeito posicionamento das caixas e equipamentos, na
escolha certa dos cabos para afinar corretamente o sistema, onde cada mínimo
detalhe pode influir sobremaneira no resultado sonoro final.
Eu já escutei
equipamentos caríssimos tocando absolutamente mal e equipamentos de baixo custo
tocando de forma excepcional, graças ao perfeito ajuste que foi dado ao sistema,
tão necessário para se obter aquilo que chamamos de um resultado final
verdadeiramente High End.
Os equipamentos que eu
denominaria de High End absoluto são aqueles que tem a capacidade
de reproduzir todos os estilos de música, com absoluta autoridade, desde um
simples quarteto de cordas a uma banda de fuzileiros navais, sem jamais
comprimir a dinâmica ou endurecer o som, com todos os bumbos e tímpanos de uma
sinfônica fazendo-se sentir no peito, criando a melhor sensação de presença ao
vivo. Entretanto, esse tipo de equipamento, que poderíamos chamar de High
End completo, sem dúvida, custa os olhos da cara, pois exige sala de
grandes dimensões, caixas de grande porte, que respondam todo espectro sonoro,
desde os subsônicos até os detalhes mais sutis de alta freqüência,
amplificadores, com uma grande capacidade de corrente, capazes de dominar as impedâncias
mais baixas e, obviamente, obter um controle dos graves que, associado a uma acústica
perfeita, faz com que todo esse conjunto evite as desagradáveis retumbâncias em baixas freqüências.
Isso tudo não significa
que um equipamento de preço médio e baixa potência não possa ter o mesmo
refinamento de um equipamento de grande porte, principalmente em se tratando das
médias e altas freqüências. Os graves, obviamente, num ambiente pequeno, com caixas
Bookshelf, não vão ter o mesmo efeito e pressão sonora de um grande sistema,
porém podem ser bem precisos e articulados, desde que não se exceda no volume,
causando o inevitável endurecimento causado pelos pequenos integrados com fontes
franzinas. Volto a repetir: qualidade sonora não tem nada a ver com
potência nem com equipamentos gigantescos.
Temos como exemplo
amplificadores valvulados Single Ended, como os Audio Note
ou os WaVac, onde alguns modelos não passam de 10 watts por canal, mas, em
compensação, possuem um refinamento sonoro de se tirar o chapéu e também custam
os olhos da cara.
Se o seu equipamento for de preço médio e a potência não for alta, procure
caixas que tenham uma boa eficiência e tenha sempre em mente que o ajuste do
sistema atualmente é o fator mais importante.
O primordial é que esse equipamento soe bem para seus ouvidos e a música se faça
sempre com extremo prazer. Procure sempre as audições de música ao vivo, em
salas de boa acústica, e instrumentos com sonoridade natural, sem nenhum tipo de
amplificação, pois somente isso é a absoluta referência para o ajuste de
qualquer equipamento audiófilo.
Boas audições
http://www.byknirsch.com.br/produtos-antiresson-bandstand.shtml
|