Número 8
Equipamentos e Cabos
Flávio
Adami
Buscando o Equilíbrio
É sempre muito interessante fazer experiências, porque faz com que a gente
descubra sempre novas soluções para alguns problemas que possam surgir no nosso
sistema de áudio. As caixas acústicas depois que são projetadas, passam por uma
análise de curva de resposta dentro de uma câmara a qual chamamos anecoica ou
seja, com absorção total e silêncio absoluto, onde nenhum ruído externo por maior
que seja, tem condições de interferir na análise da curva de resposta de uma
caixa acústica. A análise feita dentro de um padrão normal que constatamos nas
especificações, gira em torno de + ou - 3db, dentro do espectro audível dos 30
Hz aos 20 kHz, considerando uma caixa de porte maior tipo torre. Entretanto uma
curva de resposta dentro dos padrões, não necessariamente continuará perfeita
dentro da sala de audição por uma série de fatores, como problemas acústicos,
elétricos, ajuste dos cabos e toda parafernália necessária para gerar musica
eletronicamente. A maioria das caixas acústicas fabricadas na década de sessenta
e setenta, vinham com ajustes para os médios e agudos, onde a posição referente
ao que seria uma curva plana, vinha indicada por um ponto. Naquela época, eu
gostava muito dessa solução, pois me permitia fazer ajuste das caixas dentro do
meu ambiente, principalmente com relação aquilo que chamamos de equilíbrio
tonal. Um bom equilíbrio tonal, é sem duvida de vital importância para um
sistema, porque nele resulta o prazer de uma boa audição, onde todo espectro
sonoro, fica bem equilibrado. A acústica da sala, o posicionamento ideal das
caixas, a escolha certa dos cabos, faz com que tenhamos um perfeito equilíbrio,
independente do equipamento que está sendo utilizado. Esses ajustes através de
potenciômetros, foram praticamente abandonados, pois realmente causavam muitos
problemas, principalmente de mau contato, por oxidação, chegando a desligar os
médios e tweeters, sendo obrigada a substituição dos potenciômetros após um
longo período de uso. Eu me recordo que sofria muito com minhas AR 3A, ao ponto
de colocar resistores fixos, para não ter mais problemas de mau contato.
Dependendo da sala de audição, varias vezes tive que utilizar esse recurso de
atenuação do tweeter através de resistores, para conseguir chegar num equilíbrio
tonal ideal para o meu ambiente. Alias isso não é nenhuma novidade, pelo fato de
que algumas caixas até hoje vem acompanhadas de resistores como exemplo as
Magnepan, que junto aos crossovers podem ser conectados resistores de 1R que já
vem de fábrica, para uma sutil aliviada nas altas frequencias, caso dentro do
ambiente se faça necessário. Essa atenuação, deve ser feita com resistores de
alta qualidade tipo Caddock, pelo fato de não ser indutivo, nem capacitivo o que
pode prejudicar a extensão dos agudos. Nas minhas experiências, utilizei
resistores de 0,5 a 1R a 1% com bons resultados. Caixas que são bicabladas
facilitam a colocação do resistor, pois basta conectar com a entrada em série
com o borne positivo do tweeter e tudo estará correto. Caso as caixas não sejam
bicabladas, a coisa complica um pouco, porque é necessário tirar o tweeter fora
para conectar o resistor em série, mas dependendo da situação, pode valer muito
a pena.
Boas audições!
http://www.byknirsch.com.br/produtos-antiresson-bandstand.shtml
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